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Paper Cidadania - Instituto Teológico Quadrangular

Por:   •  26/12/2016  •  Artigo  •  2.438 Palavras (10 Páginas)  •  4.346 Visualizações

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OS ENSINAMENTOS DE CRISTO E CIDADANIA

Kalinka Izé Silva

Profº Pr. Felipe José da Cunha

Instituto Teológico Quadrangular – Florianópolis

Curso Livre em Teologia

31/10/2016

RESUMO
A alienação do povo cristão frente à vivência de uma cultura às margens da sociedade dominante os fez criar um paradigma de não participação ativa nesta sociedade; negligenciando seus direitos e deveres de cidadãos no mundo e no contexto em que estiveram inseridos. Diante desta perspectiva, este estudo busca mostrar a verdadeira posição do cristão ante a sociedade, exercendo seu papel como qualquer cidadão, no entanto, apresentando uma diferenciação quanto ao seu caráter que deve ser inspirado nos ensinamentos de Cristo.

Palavras-chave: Cidadania; cristãos, cidadão.

  1. INTRODUÇÃO

A cidadania vem sendo, durante muito tempo, ignorada em sua verdadeira responsabilidade pelos cidadãos inseridos no meio cristão.

Sabe-se que é dever de todos participar ativamente do meio em que se vive, seja supervisionando e cobrando ações dos representantes de governo, colaborando em ações que visem a melhoria da sociedade, entre outros. Para tanto, é necessário apresentar, de uma maneira esclarecedora e conscientizadora, o verdadeiro papel do cidadão dentro da sociedade, para que se obtenha o conhecimento necessário à tomada de decisões, seja especificamente na política ou na sociedade como um todo.  

Neste trabalho pretende-se apresentar, não somente o papel do cidadão comum, mas daqueles que seguem, como princípios, as Escrituras Sagradas e os ensinamentos de Jesus Cristo.

  1. DEFINIÇÕES BÁSICAS

Para entender o que Cristo deixou de ensinamentos a respeito de cidadania, faz-se necessário antes conhecer seu significado.

Ferreira (2010) nos apresenta o termo cidadania como sendo: “qualidade, condição ou estado de cidadão; faculdade de ser cidadão e, como tal, ter direitos a exercer ou fruir e deveres a cumprir”. E ainda, o termo cidadão: “Indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos de um Estado, ou no desempenho de seus deveres para com este”.

Corroborando com Ferreira, Pinsky e Pinsky (2007) afirmam:

Ser cidadão é ter direito à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade perante a lei: é, em resumo, ter direitos civis. É também participar no destino da sociedade, votar, ser votado, ter direitos políticos. Os direitos civis e políticos não asseguram a democracia sem os direitos sociais, aqueles que garantem a participação do indivíduo na riqueza coletiva: o direito à educação, ao trabalho, ao salário justo, à saúde, a uma velhice tranquila. Exercer a cidadania plena é ter direitos civis, políticos e sociais.

Dentro deste conceito de cidadania, Miotto (2016) afirma que “o cidadão que vai à igreja é o mesmo que tem direito à escola, moradia, segurança, saúde, emprego, transporte, hospital, coleta de lixo, previdência e, entre outros, o direito da ação política participativa”, uma vez que todos esses benefícios são usados por toda e qualquer pessoa dentro de uma sociedade, mas que são diretamente geridos pelo poder público.

Neste sentido em que ser cidadão é um direito e um dever de todos, inclusive dos seguidores dos ensinamentos de Cristo; pode-se compreender então que o exercício da cidadania se aplica também a estes, e faz-se necessário entender seu papel diferenciado dos demais cidadãos de uma nação.

  1. A CIDADANIA NOS ENSINAMENTOS DE CRISTO

As leituras e interpretações das Escrituras Sagradas contribuem para a construção e formação espiritual para a cidadania, no cumprimento dos direitos e deveres do cidadão, possibilitando melhor compreensão ao aceitar ou recusar seus ensinamentos.

Sendo assim, pode-se encontrar o principio da cidadania nos Mandamentos deixados por Deus aos homens, conforme se lê no Evangelho de Mateus, capítulo 22, versículos 35 a 40: (...) “ ‘Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento’. (...) ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas”.

Paulo orienta as obrigações e deveres do cristão para com a sociedade e o governo, afirmando que todos devem estar sujeitos às lideranças do governo, pois estas vêm de Deus, que façam por consciência e não por medo, cumprindo seus deveres enquanto cidadãos, se impostos, temor ou honra, pois estas lideranças estão a serviço de Deus. (NVI, Rm 13.1-7)

Já no Evangelho de Lucas, capítulo 20 corroborando com Marcos, capítulo 12 e Mateus capítulo 22, pode-se encontrar um ensinamento de Cristo sobre cidadania no que se refere ao imposto devido ao governo, quando Jesus lhes mandou dar a césar o que é de César e a Deus o que é de Deus, com isto cumprindo a lei vigente na sociedade em que viviam. (Lc 20.21-25)

No Evangelho de Mateus, capítulo 5, versos 17 a 20, Jesus informa que ele mesmo se daria ao cumprimento das leis vigentes, pois não veio abolir nenhuma lei, e ensinar que façam o mesmo, e ainda complementa que não poderão entrar no Reino dos céus se sua justiça não for muito superior à dos fariseus e mestres da lei, com isto incita que o povo seja extraordinariamente justo. Jesus ainda orienta a sempre fazer o bem: “Pensem nisto, pois: Quem sabe que deve fazer o bem e não o faz, comete pecado” (Tg 4.17)

Para entender o que influenciou os cristãos a não cumprirem os ensinamentos, faz-se necessário olhar para o contexto histórico, neste estudo, será apresentado o período no Brasil em que houve maior influencia do pentecostalismo.

  1. A CIDADANIA E OS CRISTÃOS

Através do profeta Isaías, Deus alertou: “aprendam a fazer o bem! Busquem a justiça, acabem com a opressão. Lutem pelos direitos do órfão, defendam a causa da viúva.” (Is 1.17). Do mesmo modo, no capítulo 10, o profeta salienta: “Ai daqueles que fazem leis injustas, que escrevem decretos opressores, para privar os pobres dos seus direitos e da justiça os oprimidos do meu povo, fazendo das viúvas sua presa e roubando dos órfãos!” (Is 10.1,2)

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