RELIGIÃO E ANTROPOLOGIA (Parte I)
Exames: RELIGIÃO E ANTROPOLOGIA (Parte I). Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: ronaudy • 13/11/2014 • 1.962 Palavras (8 Páginas) • 329 Visualizações
Teolologia
RELIGIÃO E ANTROPOLOGIA (Parte I)
Se formos em busca de termos científicos, previamente estabelecidos por grandes pensadores da história, para o que vem a ser “religião”, obteremos inúmeras afirmações para descrevê-la, levando em consideração as mais diversas formas e de acordo aos mais variados tipos existentes. Partindo de simples conceitos vejamos uma abordagem que provoque, não mais que o instinto de busca do próprio leitor, mas que seja também suficiente para servir de base à formulação pessoal do que se deseja ter como explicação plausível.
A palavra religião, como sabemos, tem em sua origem a significância de “religar”, dando a idéia de aproximar uma parte à outra. Sendo, nesse tocante, criatura ao seu criador.
Se investigarmos o latim, donde a palavra religião é oriunda “religare” traz a idéia de ´unir´, ´ligar´, também em seu bojo de existência e de realidade mostra-se como um conjunto de mitos, isto é, relatos, textos sagrados, símbolos, ritos imbuídos de preces, ações e até sacrifícios. Em suas variações ´religon, onis´ ver-se que se trata de culto prestado “aos deuses”; receio de consciência; superstição; o que possui caráter sagrado.
Numa linguagem mais popularizada, entende-se por religião a possibilidade de um individuo realizar seus anseios mais íntimos com vistas no sobrenatural espiritual, aliviando as dores da alma de maneira catártica.
Em outra edição deste veiculo informativo, fizemos menção quanto às suas origens. Desde entre os povos mais selvagens e primitivos até as religiões politeístas da antiguidade com suas tendências aguçadas no antropomorfismo, isto é, no fato de caracterizar o sagrado, com qualidades humanas. Como é o caso dos egípcios, assírios, fenícios, persas, cartagineses, gregos, romanos e germanos. Não queremos dizer com isso que tais características estejam presas a esses povos antigos, exclusivamente. Na verdade pode-se observar também em nossos dias, semelhantes práticas religiosas no Extremo Oriente, Índia, Japão ou China.
Uma coisa é certa, os dogmas eram e ainda são um tanto quanto incertos e impregnados de lendas e mitos produzindo assim, uma espécie de religião não pouco confusa, de desdobramentos prolixos, enfadonhos.
Era predominante o culto ser caracterizado como uma espécie de contrato entre o homem e a divindade adorada. Porém, em meio a tantas crenças e diversificadas formas religiosas de relacionar-se com o sagrado, pôde-se destacar na história três principais ramas que constituem as religiões mais proeminentes. A primeira delas é essencialmente monoteísta, apesar de também oriental, desmistificando a regra geral anterior das crenças existentes. Estamos nos referindo ao Judaísmo que apesar da forte influência politeísta dos cananeus, egípcios, babilônios e tantos outros que adoravam várias divindades foi paulatinamente alcançando o universo greco-latino sendo, portanto o precursor do segundo pilar histórico da religião: O Cristianismo cujo mesmo foi sendo espalhado devido à força da pregação de Jesus Cristo, que com teor teológico e teleológico trazia a mesma idéia monoteísta, só que com a concepção de um Deus único em três pessoas distintas, a triunidade sacrossanta de Deus.
Jesus ainda enfocou o amor e a fraternidade universal. A terceira e igualmente importante rama das principais religiões do mundo deu-se através da “cisma”, ocasionada no século IX quando a Igreja grega ou ortodoxa separou-se da Católica Romana. O eco retumbante das vozes de Lutero, Calvino e milhares de fiiés que se rebelaram contra Roma no século XVI, surgindo então o Protestantismo. Essas três não estão classificadas como sendo as maiores, e sim como as mais significantes no bojo do desenvolvimento da compreensão religiosa dos povos nos dois hemisférios. Estando também entre as maiores é claro. Mas, em se tratando disso, citaremos apenas a religião que mais cresceu em tempos contemporâneos, o Islamismo. Religião oficial do povo mulçumano, originada em Maomé (570-652)
Em se tratando de estudo das religiões, vemos infindos conceitos, verdades e mentiras acerca. Muitos são os argumentos de grandes homens da e na história, que talvez fosse até ingênuo de nossa parte citar alguns sem que comprometa a intenção e o teor desse esforço cientifico. Porém, tentaremos dentro das limitações desse escopo, fazer menção de alguns pensadores que se ocuparam nesse fim.
Muito já se ouviu falar acerca da religião, o que venha a ser ou o que de fato ela é e representa à humanidade. Argumentos prós e contra, frases de efeitos inflamadas de paixões e desprezos equivalentes. Excelentes compêndios elaborados em sua defesa, como também no ataque. Fatos, mitos e revelações que no decorrer dos séculos e no culminar dos tempos fizeram, fazem e farão engrossar o caldo tanto da ignorância crédula quanto do conhecimento incrédulo. Seguimentos eternamente divergentes e mutuamente maléficos. Mas que alimentam poderosamente os meandros da tão velha e ao mesmo tempo tão nova guerra de dogmas versus dogmas saturados de verdades que tanto não se pode negar quanto também não se pode afirmar categoricamente. Um lado diz não querer crer em nada que não se pode provar, ao passo que o outro afirma que crer é somente possível através de “Fé” e isso é além da capacidade cognitiva do homem. No fim, para acalentar ambos os lados, amenizando as chamas horrendas de discussões inflamadas, criou-se bons jargões e eficazes frases de efeitos tipo: “dogmas não se questiona, crê-se ou não”. (continua...)
Numa colocação mais amena com relação a inquietante discussão teológica, podemos fazer uso de alguns conceitos pertencentes à visão antropológica da religião. Sem, contudo, necessariamente precisarmos aprofundar nas múltiplas teorias, “Feuerbach”, “Nietzshe”, “Sartre” e tantos outros. Apenas com o intuito de trazermos à tona argumentos mais condizentes com a realidade com que a própria teologia teve de recorrer na busca de auto-afirmação e sustentação na história. E por falar em história, não podemos deixar de notar o aspecto antropológico da religião. O próprio Ludwig Feuerbach (1804-1872) frisou, em sua tese antropológica ao cristianismo que “a verdade da religião é a antropologia”. É coerente tal afirmação, a despeito do que disse seu mestre Hegel, ele afirma que “o primeiro objeto do homem é o próprio homem”. É aí, então, que nessa auto-consciência que o “eu precisa do tu”. Longe de nós ensejar que haja adesão à visão fatalista do filosofo supracitado, quando este define a essência do cristianismo (como religião) dizendo
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