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Refletindo Sobre A Conversão De Saulo

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Por:   •  15/11/2013  •  2.765 Palavras (12 Páginas)  •  570 Visualizações

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Reflexões sobre a conversão de Saulo de Tarso

À data 25 de janeiro é atribuída pela Igreja a conversão de Saulo de Tarso ao cristianismo, cuja conversão a Cristo foi a mais influente da Igreja primitiva, pois repercutiu na salvação de muitos, no desenvolvimento de novas igrejas e, ainda hoje, a cristandade vive sob o efeito desse episódio, desde que Saulo adota o nome de Paulo e sai em peregrinação para pregar ou contar a boa nova aos gentios, os não-judeus. Sem as andanças de Paulo a pé, a barco ou navio, sem suas pregações e seus escritos, através de suas cartas, talvez o cristianismo não tivesse chegado aonde chegou, nem tivesse a força que tem.

Não é necessário discutirmos se Paulo esteve alinhado com o que os apóstolos pregavam ou se fez ou não modificações no que Jesus teria dito. Falemos de sua conversão e do que podemos entender por conversão.

A palavra conversão significa: “ação de voltar”, “mudar de convicção”, “ato de aderir”... A partir da conversão, o homem reconhece os seus erros, arrepende-se dos seus maus caminhos os abandonando. Se sua adesão é a Cristo, volta-se para Ele o reconhecendo, como também à sua doutrina. Portanto, conversão pode ser redefinida como uma resposta espontânea ao chamado de Deus.

At 3,19 nos apresenta: “Arrependei-vos e convertei-vos, para que vossos pecados sejam apagados”. Em se tratando de Saulo podemos ver o arrependimento e a fé em sua conversão.

Nos Atos dos Apóstolos há três narrações da conversão de Paulo: 9,1-19 ( visão no caminho de Damasco); 22,5-16 (discurso aos judeus); 26,9-18 (discurso ao rei Agripa), nenhuma delas fala que Saulo “caiu do cavalo”, expressão também presente na nossa cultura. Essa ideia vem das pinturas e filmes que apresentam esse episódio (Bortolini, 2008)

Retrospectiva da vida de Paulo

Paulo, judeu, nascido em Tarso, na Cilícia, atualmente leste da Turquia de uma família judia-farisaica (At 22,3; 23,6), descendente da tribo de Benjamim (Rm 11,1; Fl 3,4-5). Recebeu o nome judaico, Saulo, em hebraico Saul.

Naquele tempo, Tarso era um polo de desenvolvimento financeiro e comercial; um populoso centro comercial e cultural entre Europa e Ásia, onde se falava os principais idiomas da época, grego e latim, como o é atualmente o inglês e o espanhol. Aí Paulo viveu seus primeiros anos de vida (Mesters, 2001).

Seus pais fieis à lei mosaica, certamente na sinagoga ou em casa ensinaram-lhe a língua hebraica, pois em Tarso havia uma grande colônia judaica. Após alguns anos foi enviado ou foi com a família a Jerusalém, onde viveu e se criou. Foi zeloso membro do partido fariseu. Desde o seu nascimento já possuía o título de cidadão romano (At 22,25-28). Foi educado pelo rabino Gamaliel (At 22,3), mestre, um doutor da Lei e membro do Sinédrio, tido em alta estima pelo povo judeu (At 5,34). Formou-se rabino sob os cuidados de Gamaliel (At 22,2), o que indica pertencer a uma família de boa situação financeira. Portanto, Saulo era um cidadão romano, fariseu zeloso, disciplinado nas ideias religiosas e intelectuais de seu povo. Assim, suas qualidades e o preparo intelectual deram-lhe posição de destaque na sociedade judaica, tornando-se um implacável perseguidor dos cristãos, os crentes primitivos, os seguidores do nazareno, prendendo-os, castigando-os, obrigando-os a blasfemar do nome de Jesus (At 22,4-5; 26,9-12).

Embora tolerasse essênios e saduceus ele perseguia a jovem igreja primitiva cuja perseguição o fazia crer como um serviço prestado a Deus o que culminou com o apedrejamento e morte de Estevão, ocasião em que as testemunhas depuseram suas vestes aos pés do jovem chamado Saulo, fato indicativo que Paulo concordava com essa execução (At 7,58; 8,1).

O encontro com Deus

Dentre as citações de conversão de Saulo antes citadas, parece-nos de maior fluência a do caminho de Damasco. Damasco representava muito para Saulo, o rígido fariseu. Era o ponto central da vasta cadeia comercial com extenso comércio de linhas de caravana alcançando do norte da Síria, Mesopotânia, Anatólia, Pérsia e Arábia. Se o “novo caminho" do cristianismo florescesse em Damasco logo chegaria a todos estes lugares, portanto o cristianismo tinha de ser detido em Damasco (Leite, 2013).

É no caminho de Damasco que subitamente Paulo é surpreendido por um resplendor de luz do céu, quando então caindo por terra, fica cego e ouve a voz que lhe dizia: “Saulo, Saulo, por que me persegues? ”Ele perguntou: ”Quem és, Senhor?”E o senhor lhe disse: “Eu sou Jesus, a quem tu persegues” (At 9,3). Paulo descobria naquele momento, que Jesus de Nazaré, que o considerava morto, estava vivo, e sendo assim, tal fato atestava a mensagem que ele ouvia por parte daqueles a quem perseguia, certamente a mensagem de que Jesus ressuscitara dentre os mortos e estava à direita de Deus no céu. Foi exatamente esta, uma das últimas mensagens que ele ouviu de Estevão: “ Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem, de pé, à direita de Deus “ (At 7,56).

A revelação na estrada de Damasco foi arrasadora, pois jogava por terra todas as convicções de Paulo acerca de quem era Jesus, e ao mesmo tempo, o levava ao reconhecimento de que Jesus é o Senhor, logo, perseguir seus discípulos era o mesmo que persegui-Lo, e perseguir a Jesus era o mesmo que combater contra o Deus de Israel, que se revelara na pessoa de Jesus Cristo, o Filho de Deus que havia de vir ao mundo. Este reconhecimento de Paulo, imediatamente o conduz a se colocar à disposição d’Aquele que com ele falara. “Então, tremendo e atônito disse: “Senhor, que queres que eu faça? Disse-lhe o Senhor: “Levanta-te, entra na cidade. Aí será dito o que deves fazer” (At 9,6).

Havia em Damasco um discípulo chamado Ananias, que em visão disse-lhe o Senhor: “Vai à Rua Direita, e pergunta a Judas por um homem de Tarso chamado Saulo, pois ele está orando, e numa visão ele viu um homem chamado Ananias que entrava e lhe impunha as mãos, para que tornasse a ver”. Respondeu Ananias: “Senhor, ouvi muitos falar desse homem e contar todo o mal que fez aos consagrados de Jerusalém. Agora está autorizado pelos sumos sacerdotes para prender os que invocam teu nome”. Mas o Senhor, disse-lhe: “Vai, porque este é para mim um vaso escolhido, para difundir o meu nome diante dos gentios, dos reis e dos israelitas”. Cumprindo os ditames do Senhor, Ananias retira Saulo/Paulo da cegueira, batiza-lhe o enchendo do Espírito Santo (At 9,11-19).

Paulo começa a anunciar em Damasco que Jesus era Filho de Deus, mas por causa do intento dos judeus de o matarem, vê-se obrigado

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