Relátório de leitura do livro: História da leitura e protestantismo brasileiro
Por: Luiz Guilherme Guimarães Coelho • 20/9/2016 • Resenha • 637 Palavras (3 Páginas) • 455 Visualizações
Relatório de Leitura
Nome: Luiz Guilherme Guimarães Coelho
Turma: 3º ano
Professor: Silas Luiz
Obra: História da leitura e protestantismo brasileiro
Autor: João Leonel
O capítulo 2, A formação do leitor protestante brasileiro em meados do século XIX: análise de o peregrino, inicia tratando da participação protestante no trabalho interpretativo no texto e da atenção menor que esses interpretes recebiam.
Para o autor, o pano de fundo é de extrema importância para a compreensão da utilização do livro como base para o estudo.
A hegemonia do catolicismo, a chegada dos protestantes e suas estratégias e a necessidade de firmar a nova fé facilitavam a implantação do livro como um manual de interpretação bíblica.
Em seguida, Leonel trabalha o contexto do próprio livro “O peregrino”. A situação de Bunyan, escrevendo em seu período de prisão, O rompimento da Inglaterra com o catolicismo, a instabilidade política foram o pano de fundo para o surgimento de um grupo extremista que buscava uma reforma na igreja. A esse grupo deu-se o nome de puritanos.
Os puritanos buscavam extirpar o viés romanista e a purificação da igreja inglesa. É nesse contexto que o sistema presbiteriano é colocado em voga tomando o lugar do sistema episcopal. Em um desentendimento de Oliver Cromwell e os puritanos, o parlamento é dissolvido, e embora houvesse liberdade religiosa, as igrejas Anglicana e Católica Romana permaneceram proibidas de exercer suas atividades.
Com a morte de Cromwell e posterior acessão de Carlos II, a Inglaterra retoma o sistema episcopal e bane o presbiterianismo, as igrejas batistas e as congregacionais. John Bunyan é preso por descumprir a lei e seguir em sua religião.
O peregrino surge da decepção de Bunyan com o sistema político-religioso de seu país. O fracasso puritano abrira espaço para uma igreja permissiva e mundana, e isso refletia diretamente na sociedade. Bunyan escreve um pensamento de fuga dessa sociedade.
Obviamente, este livro gerou nos leitores inglese sentimentos conflitantes, e essa era a intenção de Bunyan ao apresentar o cristão como um membro de uma sociedade degradada política e religiosamente e isso era uma leitura exata do pensamento puritano a respeito da sociedade. Como a apresentação do livro era baseada na Bíblia, o impacto no leitor era ainda maior.
No Brasil, o contato inicial foi com o primeiro casal de missionários a desembarcar aqui.
A forma autoritativa que o texto ganhou foi tanta que ele passou a ser vendido com as bíblias, ganhando, assim, o caráter de manual de interpretação bíblica.
No Brasil, o livro não vinha como uma tentativa de trazer o leitor protestante de volta para o caminho, mas vinha como um formador da visão protestante, uma vez que ele atuava na conversão do católico em protestante. O livro não encontrou uma tradição religiosa que lhe desse base, mas ganha uma importância impar no meio protestante.
No Capítulo 5, Pastores presbiterianos como leitores, João Leonel faz uma triste constatação de que alguns pastores presbiterianos, cognominados pastores A, leem apenas livros ligados a fé e religião.
Além disso, livros de estudos bíblicos ficam em segundo plano e detrimento de livros devocionais. Esse tipo de livro leva o leitor a usar o texto bíblico como trampolim para a vida cotidiana, não buscando questões aprofundadas.
Este tipo de pastor não busca atualização dos conteúdos teológicos recebidos nas faculdades de teologia. É um pastor desconexo da realidade e que vive inteiramente voltado para a igreja e seu funcionamento.
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