Resumo livro religião
Por: Maressa Faria • 8/9/2016 • Tese • 1.290 Palavras (6 Páginas) • 527 Visualizações
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE – UPM
MARESSA TOMÉ FARIA SILVEIRA
4140506-4
MEMÓRIAS DE UMA AUSÊNCIA:
História da igreja - disciplina ausente nos manuais de história do Brasil
de Wilson Santana Silva
São Paulo
2016
MARESSA TOMÉ FARIA SILVEIRA
4140506-4
MEMÓRIAS DE UMA AUSÊNCIA:
História da igreja - disciplina ausente nos manuais de história do Brasil
de Wilson Santana Silva
[pic 1]
São Paulo
2016
SILVA, Wilson Santana. Memórias de uma ausência: História da igreja - disciplina ausente nos manuais de história do Brasil. FIDES REFORMATA X, nº 2 (2005), p. 89-114.
Introdutoriamente o autor vai trazer a pauta a observação de que atualmente tem ocorrido um despertamento no interesse aos textos relacionados a história eclesiástica, porém, observa-se que quase não há frutos desse interesse.
Em seu texto, Silva começa a salientar a crise existente na historiografia religiosa brasileira. O leitor é levado a compreensão da história através dos tempos, começando pela origem da historiografia eclesiástica até chegar a historiografia do protestantismo nacional e suas lacunas.
- Origens da Historiografia Eclesiástica
O autor diz que “para muitos a história está comprometida com a produção de um conhecimento objetivo sobre o passado por intermédio de um processo de pesquisa metodologicamente controlado”. Entende-se que a história tem relação com a verdade.
Atos dos Apóstolos é considerado um grande livro histórico, e mostra como o cristianismo é uma religião histórica; após duzentos anos há a aparição de Eusébio de Cesaréia que mais tarde vai ser apontado por Arnaldo Momigliano, um historiador italiano, como o “inventor da história eclesiástica”. Nessa época nos séculos 4º e 5º a história política estava ligada a religião e era deixada nas mãos de historiadores cristãos.
Com a chegada de Agostinho, a noção de história assume uma conotação teológica, e após sua morte a cristandade sentiu grande perda de um teólogo por excelência. Houve uma preservação da cultura ocidental após Agostinho, um dos responsáveis por isso foi Severino Boécio, ele quem conseguiu preservar e transmitir o pensamento e acultura cristã para as gerações posteriores influenciadas pelas tribos do norte. Pode-se dizer que nesse período os mosteiros se tornaram verdadeiros centros, como diz o autor, e ateliês de história; pois os monges era verdadeiros peritos na arte de copilar e copiar o passado, cujo Deus era o centro. Sendo assim, a história eclesiástica se manteve viva por conta das atividades feitas nesses ambientes.
No século 9º, Carlos Magno se torna o propagador da cultura cristã, com seus programas educacionais que até hoje servem de modelo e inspiração para implantação de escolas. Nos séculos de 11 a 14 a sociedade ainda não havia marginalizado os conteúdos históricos, a igreja nesse período era caracterizada por aspectos que a diferenciavam das demais instituições, e sua tendência foi lidar com generalizações colocando em perigo suas peculiaridades.
- Reforma
Chega então o período da Reforma, e o modelo de história eclesiástica proposto por Eusébio é recuperado com todo vigor, ele era i modelo de historiador universal da Igreja. Nas últimas décadas do século 16 a maior preocupação dos líderes religiosos era com as instituições e seus dogmas. Toda a produção acadêmica e religiosa estava passando por transição nesse período, houve a invenção da imprensa o que provocou uma revolução gigantesca neste ambiente.
Os primeiros documentos a serem impressos foram de cunho religioso, a história da igreja, os catecismos, as primeiras regras de fé e tantos outros documentos importantes deste período foram beneficiados por essa revolução.
- Pós-Reforma
No período da primeira metade do século 18 o estudo da história da igreja não se caracterizava como tecnicamente crítico, era escrito quase a partir de um ponto de vista confessional. Houve duas alterações básicas que foram ocorrendo a partir da segunda metade do século 17, elas são: uma maior preocupação cientifica com a análise de documentos originais e, a liberdade de interpretar essas fontes de uma forma que não levasse a um objetivo predeterminado.
Destacando o Iluminismo, ele contribuiu com uma abordagem crítica e analítica ao estudo histórico; muitos demonstraram pouco apreço ao passado neste tempo. Já o movimento Romântico tomou um caminho oposto, se caracterizava na apreciação ao passado e de como o meio histórico molda os indivíduos. Gottfried Herder (1784-1791) foi especialmente influente nesse pensamento, ele enfatizava a analogia entre a história e as coisas vivas, sua produção tinha amor ao passado e inteireza. Philip Schaff (1819-1893) surge para dar sequência a isso, ele se torna o pai da hisótia da igreja americana por unir os melhores avanços no estudos de história da igreja e estabelecer novos padrões para a disciplina no país.
Com isso, meados do século 19 é alcançado um nível de maturidade nos estudos históricos. O autor Silva diz que sem dúvida, muito do que é escrito hoje está bem abaixo dos padrões estabelecidos naquela época. Nesse tempo há uma preocupação cientifica com a objetividade e isso se torna característico no fim do século. Virando o século a ênfase na objetividade e na apuração dos fatos leva muitos historiadores a um entendimento secular na história da igreja.
Em 1900 aproximadamente até 1930 os historiadores da igreja americana deixam de falar sobre providência ou leis gerais que poderiam ser deduzidas de fatos factuais, ainda havia confiança na história enquanto ciência e na habilidade de um historiador de esclarecer fatos. Nas primeira décadas do século 20 alguns estudiosos mantinham seus interesses em descobrir as causas naturais e ambientais para os desdobramentos da igreja.
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