UM TOQUE DE CLÁSSICOS: MARX, DURKHEIM e WEBER
Por: Thiago Brasil • 16/4/2015 • Resenha • 649 Palavras (3 Páginas) • 622 Visualizações
FACULDADE UNIDA DE VITÓRIA
O PODER DO DINHEIRO E SUAS IMPLICAÇÕES NA SOCIEDADE MODERNA
Ensaio apresentado em cumprimento às exigências da disciplina Metodologia do Estudo e da Pesquisa, do curso de Bacharel em Teologia, ministrado pelo Professor Cleinton Souza.
VITÓRIA – ES
2015
O PODER DO DINHEIRO E SUAS IMPLICAÇÕES NA SOCIEDADE MODERNA
O Jornal a Gazeta publicou em 02/07/2013, publicou matéria sobre o golpe da pirâmide financeira disfarçada de marketing multinível, aplicado pela empresa Telexfree, empresa que supostamente comercializava minutos de telefonia via internet (VoIP). A empresa atraiu entre os anos de 2012 e 2013, mais de 450.000 (quatrocentos e cinqüenta mil) clientes divulgadores no Brasil, mediante a promessa de elevados lucros em curto espaço de tempo. O fim de 90% (noventa por cento) destes investidores foi trágico, vez que a Justiça Federal, depois de investida judicial do Ministério Público, bloqueou os bens da Telexfree, gerando grandes prejuízos aos divulgadores.
A obra do Sociólogo alemão Georg Simmel, elucidada pelo professor Jessé Souza, na obra Simmel e Modernidade (2005)[1], nos oferece razões para compreender o grande número de pessoas que aderiram ao sistema piramidal da Telexfree, mesmo diante da lógica escancarada de que a remuneração dos líderes dependia mais das taxas de adesão pelos membros recrutados, do que da renda e comissão sobre as vendas dos produtos e serviços.
A busca pelo dinheiro, ora exemplificada no caso Telexfree, proporcionou transformações significativas na sociedade metropolitana moderna, em especial a cisão entre a cultura objetiva e subjetiva. Neste sentido, “o dinheiro, ao separar as esferas subjetiva e objetiva, contribui para o desenvolvimento de ambas, na medida em que permite que cada qual siga uma lógica imanente”[2].
Sobre o papel libertário e universalizador do dinheiro, assim aduz o autor:
“O poder libertário da economia monetária reside, como vimos, no fato de uma personalidade jamais estar em jogo nas transações monetárias. Essa distancia é o que possibilita o desenvolvimento individual.(...) O papel universalizador do dinheiro como equivalente geral é de uma uniformização unilateralmente dirigida para ‘para baixo’, ou seja, com qualidades sendo transformadas em quantidade”[3].
Na visão de Simmel, o cotidiano moderno está eivado da patologia monetária reducionista, isto é, os valores da vida foram reduzidos ao dinheiro. Todavia há uma diferenciação basilar de comportamentos e atitudes neste reducionismo.
Neste cenário, o comportamento cínico, “não reconhece o valor ou a especifidade de valores não-monetários, como convicção, talento, beleza, ou virtude. Estes perdem a sua especificidade e são monetarizados”[4].
De igual modo se evidencia a atitude blasé, que consiste no embotamento do poder de discriminar e na indiferença que compromete a capacidade de vontade e sentimento.
A indiferença nasce, parte como produto da calculabilidade que embota emoções, parte como produto do efeito nivelador do dinheiro. Vimos como essa circunstancia acarreta perda de sensibilidade para nuances e uma concentração no mero estímulo. Na grande cidade, essa tendência atinge proporções endêmicas. A quantidade de estímulos, produzindo cansaço dos nervos expostos constantemente a fortes apelos, produz precisamente a incapacidade de reação que caracteriza, como vimos,a personalidade blasé”[5].
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