A SOCIALIZAÇÃO DE INFORMAÇÕES SOBRE AGROTÓXICOS USADOS NAS LAVOURAS DE SOJA
Por: maria_carolina • 23/11/2017 • Bibliografia • 2.377 Palavras (10 Páginas) • 384 Visualizações
GT 7 EDUCAÇÃO AMBIENTAL
SOCIALIZAÇÃO DE INFORMAÇÕES SOBRE AGROTÓXICOS
USADOS NAS LAVOURAS DE SOJA NO MARANHÃO
Adrielle Karine Sousa e Hirgila da Silva e Silva
Estudantes do curso de Química Licenciatura
Universidade Estadual do Maranhão
Alessandro Costa Silva
Professor do Departamento de Química e Biologia
Universidade Estadual do Maranhão
INTRODUÇÃO
O agronegócio é a principal “economia” das fazendas de soja situadas na região do cerrado brasileiro conhecida como MaToPiBa (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). No caso maranhense, a exportação dessa comodities, aumentará com o Terminal de Grãos do Maranhão, Tegram. Inaugurado em agosto de 2015 pela Presidente Dilma Roussef, tem uma agilidade de carregamento de 2500 ton/hora (www.oeb.org.br/Publicacoes/Publicacoes).
O desconforto é que concomitantemente ao aumento da produção de soja tem-se um aumento no desmatamento do bioma cerrado e consumo excessivo de agrotóxicos; usados para o controle de pragas, principalmente inseticidas e herbicidas.
Embora se saiba que afetam a saúde da população com efeitos carcinogênicos e neuroendócrinos (ANVISA, 2003), os sojicultores e boa parte de seus funcionários, não acreditam nos seus efeitos deletérios. Explicado pelo fato dessas consequências não serem percebidas de imediato (ARAMAS et al., 2007).
Problemas com agrotóxico nas fazendas de soja no Maranhão, já foi percebido por meio de contaminação ambiental pela Secretaria Estadual do Ambiente (SEMA) e pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (IBAMA). Essa situação corrobora que os gestores dessas fazendas ainda negligenciam o uso, o armazenamento e o descarte desses produtos químicos (agrotóxicos).
Embora a Justiça tenha deferido o pedido do Ministério Público Federal sobre o problema, determinando que Estado promova medidas de correção e que os municípios não permitam o uso de aeronaves na aplicação dessas substâncias; infelizmente, nada ainda foi feito para mitigar o problema (TOZZI, 2013).
Nesse sentido, desenvolver questões ambientais dentro das escolas é uma importante ferramenta para sensibilizar e conscientizar os jovens maranhenses sobre o problema. E, como preconiza a UNESCO (2007), a escola é um agente de transformação para o desenvolvimento sustentável, aumentando a capacidade das pessoas de transformar sua visão de sociedade em realidade.
A partir deste ponto de vista, propomos uma atividade de extensão e socialização de informações sobre o uso de agrotóxicos nas lavouras maranhenses.
OBJETIVOS
Socializar aos alunos do 1º Ano do ensino médio do Colégio Militar Bombeiro 2 de Julho sobre o que é o nosso projeto de extensão;
Apresentar quimicamente aos alunos o que são os agrotóxicos, as fórmulas químicas dos mais usuais, como são classificados e suas formas de utilização;
Informar sobre os problemas decorrentes do uso excessivo de inseticidas e herbicidas na sojicultura maranhense, visando sensibilizá-los sobre o tema;
Fornecer materiais paradidáticos complementares e vídeo-aulas sobre o assunto visando consolidar as informações adquiridas por meio das palestras ministradas;
Conscientizar os alunos sobre o problemas na tentativa que tornem-se, no futuro, multiplicadores sem seus ambientes de convívio, na escola, no bairro, na família e comunidade em geral.
REFERENCIAL TEÓRICO
A informação sobre agrotóxicos, que no caso implica considerar os riscos ambientais e de saúde decorrentes do uso destes insumos na agricultura, pode ser considerada, portanto, como um dos fatores determinantes para a construção de uma realidade menos prejudicial à saúde e ao meio ambiente (AYRES et al., 2003).
Portanto, através do conhecimento de problemas sociais, o cidadão (mesmo jovem) é instigado a participar ativamente da sociedade, tomando decisões que influenciam na melhoria de sua qualidade de vida, quer selecionando o que e como consumir, quer reivindicando medidas que melhorem as condições ambientais.
Nesse contexto, a escola deve ser vista como um espaço estratégico e privilegiado para promover projetos de socializações (SILVEIRA et al., 2014). Porque pode oferecer meios efetivos para que os alunos compreendam os fenômenos naturais, as ações humanas inerentes ao seu processo histórico de desenvolvimento sócio-tecnológico e suas consequências para o planeta (BIANCHI e MELO, 2009).
O processo educativo das questões ambientais não se resume a transmitir informações sobre o que fazer para melhorar o ambiente, mas é preciso investir na formação de pessoas que concretamente enfrentem a problemática ambiental e comprometam-se com as mudanças necessárias à qualidade de vida no ambiente de forma autônoma e responsável (JANKE e TOZONI-REIS, 2008).
Os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM) foram elaborados para nortear as metodologias de aplicação dos conteúdos programáticos na educação básica. Uma oportunidade de colocar em prática tais conteúdos é trabalhar com diferentes estratégias de ensino, proporcionando situações problemáticas reais e que busquem o conhecimento necessário para entendê-las e procurar solucioná-las (BRASIL, 2002).
Assim sendo, a educação contemporânea deve, compulsoriamente, buscar uma ciência contextualizada; que seja capaz de contribuir para uma aprendizagem significativa (AUSUBEL, 1982). E que, por conseguinte, garanta a formação de cidadãos conscientes e comprometidos com a construção de uma sociedade sustentável.
Para Munhoz (2004), a educação ambiental, EA, deve ser trabalhada, e é pela ação direta do professor na sala de aula e em atividades extracurriculares que isso poderá acontecer. Através de atividades como leitura, trabalhos, pesquisas e debates, os alunos poderão entender os problemas que afetam a comunidade onde vivem: instigados a refletir e criticar as ações de desrespeito à ecologia.
Os professores são a peça fundamental neste processo, pois buscarão desenvolver em seus alunos hábitos e atitudes sadias de conservação ambiental e respeito à natureza transformando-os em cidadãos conscientes e comprometidos com o futuro do país (COSTA et al., 2013). Nesse contexto, a inserção da EA vem ganhando espaços cada vez maiores nos sistemas de ensino.
A Lei 9.795/99, que estabelece a Política Nacional de Educação Ambiental, colocando-a como uma obrigação legal e de responsabilidade de todos os setores da sociedade, da educação formal e informal. Assim, é de extrema importância o vínculo da EA com a realidade do sujeito, considerando então suas particularidades, a sazonalidade e o modo de vida (SILVA et al., 2004).
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