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A relação das Ecovilas com o Turismo responsável

Por:   •  1/5/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.672 Palavras (11 Páginas)  •  500 Visualizações

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Universidade de Brasília – UnB
Centro de Excelência em Turismo
Disciplina: Seminários em Turismo 3

Docente: Donária Duarte Coelho

A relação das Ecovilas com o Turismo responsável

       Autor: BARROS, Rodrigo de Souza1

   

Resumo

Ecovilas atualmente são evoluções de assentamentos sustentáveis da humanidade, frente às bandeiras dos padrões de vida capitalista predominante. Os conceitos que geraram as ecovilas são os mesmos éticos que o Turismo Responsável defende, tendo em vista a não valorização da visitação de massa, mas sim, uma parceria com ambiente ao que se diz ser respeitável e ecológico. O Turismo Responsável e o fenômeno das Ecovilas andam juntos forçosamente, e é por isso, que nesse artigo, enfatizaremos que o Turismo possui um caráter que venha somar no processo de desenvolvimento de uma ecovila, garantindo assim todos os seus progressos.

Palavras-Chave: Sustentabilidade; Desenvolvimento Sustentável; Ecovilas; Capitalismo; Comunidade; Assentamento; Responsabilidade; Turismo Responsável; Ecofilosofia;

  1. Introdução

De uns tempos para cá, houve uma maior necessidade de abordagens acerca do tema sustentabilidade. A aplicabilidade desse conceito, pode ser verificado através de um modelo de assentamento conhecido como ecovila. Sendo assim, para a explicação do mesmo foram aliados alguns conceitos básicos, fundamentais na área do Turismo e na sua realidade prática, nos quais podem ser citados o manejo dentro dessas comunidades que incentivam o turismo de forma responsável e ética.

O Turismo Responsável possui papel ímpar como consequente motivador das relações de integração à valorização cultural e econômica, pois volta-se as ecovilas sob uma visão sustentável, visando assim, compromissos e valores que não agridem diretamente a natureza na qual as ecovilas estão inseridas. Questões como aquecimento global, o esgotamento dos recursos naturais ou ainda desgaste nas relações sociais e aumento das desigualdades provocadas pelo modelo de organização socioeconômica atualmente dominante (Santos e Rodríguez, 2002) nos levam a direcionar a atenção para o que vem sendo construído com as práticas das ecovilas vinculadas ao Turismo de massa. Estas práticas despontam neste contexto justamente por trazerem em suas bases a ideia da construção de um tipo de vivência (sob diversos aspectos – econômicos, políticos, ambientais e sociais) radicalmente não voltadas aos termos e compromissos de responsabilidade social e ambiental diferente daquela que nos dita hoje os comportamentos em padrões capitalistas. Para se ter uma ideia do alcance das propostas, a ONU aponta estas iniciativas como “modelo de excelência de vida sustentável” (GEN, 2009).

A justificativa na qual o Turismo Responsável faz uso enfático em direção a sustentabilidade, está na condição deste termo ser carente de atenção nas atividades turísticas como um todo, pois vai abranger, indistintamente, conceitos que são fundamentais para o desenvolvimento dos recursos e da manutenção das atividades turísticas. Segue abaixo o conceito de Turismo Responsável:

O Turismo Responsável tem como característica principal o enfoque na participação efetiva do turismo nas comunidades envolvidas, quaisquer que sejam as suas características socioculturais ou localização geográfica. O que é apregoado é um elo de ligação entre os atores inseridos no processo, onde exista um equilíbrio amplo e irrestrito de benefícios e responsabilidades, gerando assim uma atmosfera favorável às parcerias e a participação da comunidade no desenvolvimento turístico. (Oliveira e Fontana, 2006, p.05).

Em um primeiro momento, as ecovilas são interpretadas como modelos mais antigos da humanidade, pelo simples fator de que sua maioria estar inserida em áreas rurais. As ecovilas tiveram uma grande importância a partir de uma listagem feita pela ONU que reuniam práticas sustentáveis de boa qualidade para o meio ambiente.

  1. Metodologia

O trabalho baseou-se em pesquisas diversas e artigos publicados em revistas e sites científicos na área dos estudos de turismo responsável, trabalhos publicados por docentes e pesquisadores conceituados na área de Ecovilas. Também foram usados artigos de fundamentação teórica sem empregabilidade de técnicas quantitativas e também análise de estudos de casos referente ao assunto dentre outros meios de conhecimento e atualização sobre o tema.

  1. Desenvolvimento

Nos países centrais, duas décadas após o fim da II Grande Guerra, o sistema capitalista atingiu um nível de pujança material que em muito dava a impressão de que as promessas da Revolução Industrial estavam sendo plenamente cumpridas. O american way of life difundiu-se pelos países ricos e em meio às elites burguesas dos países periféricos como a quinta essência do projeto moderno. Porém, foi neste período, e nesses países, que surgiram movimentos contestatórios e libertários que visavam questionar todos os setores constituídos da sociedade da época: hábitos, ideias, corporeidade, arte, organização política, espiritualidade, estrutura produtiva e social, tecnologia. Nada escapou ao espírito inquieto e inconformista da época. A contracultura, como assim ficou conhecida (ROSZAK, 1969), almejava um novo sentido societário, “[...] cuja direção de mudança apontava para a autonomia como valor central” (CARVALHO, 2002). Visava tanto uma reestruturação do organismo social, como clamava por mudanças de valores e atitudes na relação das sociedades consigo mesmas e para com a Natureza (McCORMICK, 1992, p. 75-77).

Robert Gilman faz uma revisão nas múltiplas formas de organização dos assentamentos e grupos humanos na história, tentando entender a condição da vida comunitária, hoje. Nos diz que “(...) até a chegada da industrialização, nenhuma sociedade tinha mais que 20% de sua população vivendo em cidades - normalmente apenas uma pequena percentagem” (GILMAN, 1983, p. 8).

Martim Buber diz que o desejo por comunidade é algo orgânico no ser humano. Pertence à própria condição de humanidade, nos vínculos que as pessoas estabelecem entre si e com a Vida. Ele fala de um novo tipo de comunidade, a qual se diferencia de antigas formas coletivas, por ser animada por princípios vitais e estar liberta da dominação de limites e conceitos. Duas finalidades estão no fundamento desta nova comunidade: “a si mesma e a Vida”. Na finalidade pela comunidade está a doação e a entrega criativa e madura que seus membros estabelecem entre si, cingidos “por um e mesmo laço, por causa da liberdade maior” (BUBER, 1985, p. 34).

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