AS ESTRATÉGIAS E ORGANIZAÇÃO DO TURISMO
Por: Amândio Rúben Melo • 1/2/2022 • Monografia • 7.872 Palavras (32 Páginas) • 173 Visualizações
ISAI – Instituto Superior de Assistentes e Intérpretes – Porto
Património Mundial
Caso de Estudo de Guimarães
Estratégias e Organização do Turismo
Junho de 2004
Amândio Rúben Pereira Melo
Hugo Bonito Lima
Indíce
Introdução 3
Metodologia 4
Capítulo 1 - O Património Mundial
1.1 - A Corrida à Classificação de Património Mundial 5
1.2 – Património Mundial e o Turismo Internacional 8
1.3 -Património Mundial como Vantagem Competitiva 10
Capítulo 2 - A Convenção do Património Mundial
2.1 – A Convenção para a Protecção do Património Mundial, Cultural e Natural 11
2.2 – O Património Mundial, Cultural e Natural 13
2.3 – Critérios para a Atribuição da Classificação de Bens Culturais e Naturais 14
2.4 – O Processo de Candidatura em Portugal 15
Capítulo 3- Caso de Estudo de Guimarães
3.1 – Localização Geográfica 17
3.2 – Breve Caracterização Histórica 17
3.3 – Evolução do Centro Histórico 17
3.4– Breve Caracterização Económico - Social 18
3.5 - Análise Estatística 1999-2003 19
Conclusão 24
Bibliografia 26
Introdução
A classificação como património mundial, atribuída todos os anos pela Unesco desde 1978, permite demonstrar que a última década do século XX fica marcada, ao nível das políticas urbanas, por uma clara intensificação dos processos de patrimonialização e por uma corrida a esta designação da Unesco. Este fenómeno é particularmente visível em Portugal e de uma competição entre concorrentes profissionais, competição cuja configuração conheceu, recentemente, mudanças no seu figurino, quer devido à participação e ao empenho crescentes dos competidores quer devido à intermediação da Unesco.
A reabilitação e a animação de centros históricos, de zonas monumentais e de praças públicas constitui uma dimensão importante das novas formas arquitectónicas e urbanísticas, estas enquadradas no âmbito da competitividade intercidades – e entre Estados -, reconhecem na cultura, no espírito de lugar e no património urbano um terreno a partir do qual podem ser criadas e inventadas diferenças que as cidades utilizam como recursos no contexto dos fluxos do turismo histórico e patrimonial, da consolidação de um mercado urbano de lazeres e de estratégias de atracção de novos residentes e investidores. Neste sentido, o património e a retórica patrimonial garantem e legitimam as exigências das ideologias urbanas que estão na moda como é o caso da qualidade de vida, desenvolvimento sustentável, turismo ecológico e não massificado, recuperação do espaço público e vantagens competitivas.
A dinâmica patrimonial não pode deixar contudo de ser vista como resultado do crescimento e da amplificação de um espírito de concorrência entre diferentes espaços, em relação aos quais a classificação de património mundial se apresenta como mais valia em três vertentes; ao ser mobilizado como um trunfo das campanhas que procuram captar os fluxos do turismo cultural e patrimonial; e quando é convocado como elemento retórico de legitimação e de contestação da políticas de transformação das paisagens urbanas. No limite, esta dinâmica patrimonial dá forma a um fenómeno de reprodução em série de modelos de desenvolvimento urbano, particularmente concebidos para serem competitivos no mercado turístico. Por tudo que foi acima referido, o nosso grupo achou conveniente realizar este trabalho subordinado ao tema “O Património Mundial – Caso de Estudo de Guimarães”, escolhemos a cidade de Guimarães como caso de estudo, pois esta cidade é o caso mais recente de classificação de um meio urbano como Património Mundial, em Portugal
Metodologia
Para a realização deste trabalho subordinado o nosso grupo efectuou uma pesquisa na Internet para a obtenção de informações, úteis para a elaboração deste estudo .O nosso grupo efectuou igualmente uma série de contactos para a obtenção de dados relativos a cidades como Guimarães, Angra do Heroísmo e Sintra, estes contactos foram efectuados via e-mail no dia 14 de Abril de 2004, contudo só recebemos resposta de um deles, ou seja da Zona de Turismo de Guimarães , resposta essa que nos foi dada no dia imediatamente a seguir pelo Dr. Vítor Marques ao qual aqui deixamos ficar o nosso agradecimento. No que respeita á Câmara Municipal de Angra do Heroísmo e de Sintra ainda hoje nos encontramos á espera de resposta.
Após a recolha acima mencionada, os dados acima referidos foram devidamente tratados e transformados em texto, tabelas e gráficos conforme é visível ao longo da leitura deste estudo.
Capítulo 1 – O Património Mundial
1.1 - A Corrida à Classificação de Património Mundial
A nível mundial, uma das características da última década é a intensificação dos processos de patrimonialização, se nos fixarmos na figura emblemática do património mundial, instituída pela Convenção da Unesco de 1972, verificamos que, durante os anos 90, emergiu uma espécie de corrida á classificação de património mundial (Peixoto, 2002). Em Portugal, desde que em 1983, a Unesco Concedeu esta distinção ao centro histórico de Angra do Heroísmo, ao Mosteiro dos Jerónimos, à Torre de Belém em Lisboa, ao Mosteiro da Batalha e ao Convento de Cristo em Tomar, que assistimos a uma multiplicação de candidaturas e de intenções de candidaturas a património mundial. Ainda achamos por bem, referir que nos anos 90 foram distinguidos vários bens e cidades: a paisagem cultural de Sintra em 1995, o centro histórico do Porto, em 1996, o Parque Rupestre do Vale do Côa, em 1998, e a Floresta de Laurisilva da Madeira, em 1999. A estes bens juntaram – se em 2001, a Região Vinícola do Alto Douro e o Centro Histórico de Guimarães.
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