Artigo sobre Paranapiacaba
Por: Júlia Machado • 10/4/2015 • Artigo • 690 Palavras (3 Páginas) • 725 Visualizações
Paranapiacaba: Uma Vila Perdida no Tempo
Por: Júlia Soares Machado e Renan Kury da Silva
Uma experiência única no Brasil, atualmente, a viagem à Vila de Paranapiacaba se inicia na estação da Luz, em São Paulo. A partir de lá, o turista passa a vivenciar diversos aspectos que remetem ao desenvolvimento industrial do século XIX e XX do estado. Durante o percurso até a vila, são notórios aos olhos do turista os resquícios de outrora, sendo visível durante um primeiro momento a presença de antigas fábricas e indústrias, hoje abandonadas. Esse sistema industrial, hiperativo em meados do século XIX, reunia esses elementos – trem, fábricas, interior do estado e litoral – relacionados em função do café como principal produto de exportação. Num segundo momento, mais próximo à Vila de Paranapiacaba, é possível observar mais pontos de Mata Atlântica presente.
[pic 1]Foto: Renan Kury
A visita à Vila de Paranapiacaba, dentro do município de Santo André (SP), é uma volta ao tempo, um salto para trás na história do nosso estado. O ciclo do café, tão importante para a economia paulista nos séculos XIX e XX, foi o motivo da criação de uma pequena vila, que serviu de lar para milhares de trabalhadores. Trabalhadores esses que foram os responsáveis pela construção das ferrovias mais importantes do estado de São Paulo, que faziam o escoamento de toda a produção de café do interior do estado até o porto de Santos, onde seriam exportadas para as principais economias mundiais. O processo de escoamento, porém, não era fácil. A Serra do Mar tornava quase impossível a criação de ferrovias que ligassem o alto da serra com o litoral. A solução encontrada foi o desenvolvimento de um sistema funicular, uma espécie de ferrovia que funciona verticalmente, permitindo então que fossem colocados trilhos em um percurso reto, desde a Vila de Paranapiacaba até o porto de Santos.
[pic 2]Foto: Renan Kury
Todas essas informações podem ser encontradas em apenas uma fonte: o guia Lalas, morador de Paranapiacaba. Seu conhecimento, aliado ao amor que sente pela vila rendem um passeio divertido, rico e agradável, apesar de um pouco cansativo. O cansaço, porém, vai embora ao olhar em volta. A pequena vila mantém seu charme original. As casas, praticamente todas de madeira, ostentam uma marca que remete à época de ouro das ferrovias no Brasil: SPR – São Paulo Railway Company. É difícil passar um dia na vila sem se deparar diversas vezes com essa marca. A vida dos antigos moradores é vista hoje em dia sob outros ângulos: a casa do engenheiro chefe virou um museu, chamado de Castelinho. As casas dos engenheiros viraram pousadas, restaurantes, casas de chá.
[pic 3]Foto: Renan Kury
Os moradores da vila são muito simpáticos com os visitantes, e sabem da importância do turismo para sua economia local. Apesar de uma melhor administração ser necessária, a comunidade local entende o turismo e sente-se feliz em fazer parte desse pequeno pedaço da história paulista.
Dentre os atrativos que merecem destaque estão: O Parque Natural Municipal Nascentes de Paranapiacaba, com diversas trilhas e uma área preservada da Mata Atlântica de mais de 400 hectares. O nome do parque dá a dica de outro elemento encontrado nessa imensa área verde: diversas nascentes que, através de um sistema de abastecimento criado pelos ingleses, levam água para a vila desde o século XIX. Outro ponto que atrai os olhares de todos os visitantes é a antiga estação de trem e do sistema funicular de Paranapiacaba. Lá existe um pequeno museu com peças, uniformes, maquinários, entre outros objetos utilizados pelos funcionários da SPR. É possível ver também antigos vagões e os trilhos por onde passavam as locomotivas. Tudo isso tendo ao fundo a vista da Mata Atlântica e também o Castelinho, que é visto de todos os pontos da vila de Paranapiacaba.
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