Atrativos Culturais Maranguape
Por: Carlos Henrique Barros • 17/11/2016 • Artigo • 2.249 Palavras (9 Páginas) • 648 Visualizações
Atrativos Culturais
Histórico
As primeiras expedições no município de Maranguape, ocorreram em meados do século XVIII, quando os holandeses depois de terem recém construído o forte "Schoenenborch", na foz do rio Pajeú, receberam indicações de que haviam jazidas de prata no monte Itarema - Serra da Aratanha. Por meio de promessas e presentes, os holandeses, conseguiram dos chefes indígenas potiguaras, habitantes da localidade na época, algumas indicações precisas onde encontravam-se as cobiçadas jazidas.
O povoamento, entretanto, foi definitivo nos primórdios do Século XIX, com a chegada do português Joaquim Lopes de Abreu. Com Abreu, nasce o núcleo original da atual cidade de Maranguape, um arruado à margem esquerda do riacho Pirapora, ao lado de uma capelinha a Nossa Senhora da Penha, erguida pelo colonizador lusitano para atender às necessidades religiosas dos moradores das suas terras, que se ocupavam nas atividades agrícolas, especialmente, na cultura do café.
O aglomerado recebeu o nome de Alto da Vila, hoje denominado Outra Banda. Em 1860 foi rebatizado como Maranguape.
As primeiras manifestações de apoio eclesial decorrem de Lei Provincial nº 485, de 4 de agosto de 1849. A primitiva capela, que teve como padroeira Nossa Senhora da Penha. situava-se à margem direita do Riacho Pirapora, no lugar posteriormente denominado de Outra Banda.
Por falta de condições físicas, a primeira capela foi demolida e, logo em seguida, foi construído um templo com estruturas mais amplas. As obras foram suspensas por motivo de desavenças entre os habitantes de Outra Banda e moradores da margem esquerda do riacho Pirapora.
A questão girava em torno do padroeiro cuja preferência se dividia entre Nossa Senhora da Penha e São Sebastião. Resultou, então, o impasse a edificação do templo dedicado a São Sebastião e o reerguimento da extinta capela em honra de Nossa Senhora da Penha, dividindo-se também o padroado.
Maranguape foi elevado à categoria de Vila em 17 de novembro de 1851.
Em 1869, Maranguape ganhou o status de Cidade, emancipando-se de Fortaleza.
Em divisão territorial datada de 1993, o município é constituído de 15 distritos: Maranguape, Amanari, Antônio Marques, Cachoeira, Itapebussu, Jubaia, Lages, Lagoa do Juvenal, Manoel Guedes, Papara, Penedo, Sapupara, São João do Amanari, Tanques, Umarizeiras e Vertentes do Lagedo.
Personalidades
Maranguape é berço de grandes personalidades que se destacaram nacionalmente, como: Capistrano de Abreu, historiador e etnografista, nascido no sítio Columinjuba; e também, é a terra de Chico Anysio, nascido no sítio Ipú, é um verdadeiro orgulho citadino, o principal impulsionador do humor em nível local e nacional, como também, pintor e escritor.
Patrimônio Histórico Edificado
Na última década do século XX foi elaborado o Plano Municipal de Turismo de Maranguape numa parceria entre a Prefeitura local e a Secretaria de Turismo do Ceará, em que foram tombados 60 imóveis, praças e pequenos conjuntos de quatro épocas de desenvolvimento do município com seus dados tipológicos e cronológicos. Foram restauradas praças, com seus jardins e mobiliário urbano e também de prédios. Várias residências foram pintadas ou restauradas em convênio com a prefeitura, que depois alugou algumas delas. Com o exemplo da prefeitura, vários outros imóveis caracterizados são recuperados pelos seus proprietários ou ocupantes, como a Caixa Econômica Federal.
Destaca-se ainda a criação do Conselho de Cultura, da Câmara dos Conselhos, da Guarda Municipal, da Fundação de Turismo Esporte e Cultura (a primeira do interior do Ceará, em 1999) e a organização do Fórum da Agenda 21. Outras ações foram o incentivo à produção de bordados com a recuperação da antiga estação rodoviária para exposição e venda dos produtos; incentivo à produção da cerâmica do Elias; criação da escadaria da padroeira, fomentando o turismo religioso; capacitação de jovens para trabalhar em obras de restauro de imóveis; realização de vários cursos para jovens de Educação Patrimonial e Ambiental.
Entre os frutos que Maranguape colheu estão a melhor interação entre os setores da administração e da qualidade dos espaços urbanos e interiores; aumento do fluxo de pessoas, incluindo turistas; capacitação de jovens; melhoria do ensino público municipal e particular; mudança na atitude dos proprietários frente à preservação do patrimônio edificado; e o que é mais importante, elevação da auto-estima da população. As ações promovidas pelo poder público possibilitaram o reconhecimento e a resignificação do seu patrimônio.
A Igreja Matriz de Ns. Senhora da Penha, padroeira de Maranguape. Curiosamente o município tem dois padroeiros: Nossa Senha da Penha e São Sebastião. Este último foi escolhido pelo povo em Ação de Graças, devido à suposta intervenção do mesmo na grande epidemia de cólera ocorrida em Maranguape no ano de 1862.[pic 1]
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No sítio Ipu, na Casa de Chico Anísio, onde o humorista viveu parte de sua infância.
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O Museu da Cidade que já funcionou como escola, cadeia, delegacia de polícia e instituto médico legal. Destinava-se inicialmente a ser uma escola pública, e como tal funcionou durante muitos anos.
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Praça Capistrano de Abreu
Praças e casarões centenários. As tradicionais famílias maranguapenses e seus casarões, a arquitetura colonial e as influencias européias tão presentes no nordeste.
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Prédio onde funcionou a Estação Rodoviária Gouveia Neto, a primeira de Maranguape. Hoje é a Central de Turismo e Artesanato de Maranguape.
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Solar da família Sombra. Hoje é uma agência da Caixa Econômica.
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Solar dos Correias, em Maranguape. Hoje é uma pousada.
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Solar Bonifácio Câmara – Apesar de ser conhecido por Solar Bonifácio Câmara, o casarão foi construído pela família Correia (a mesma do Solar dos Correias)
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