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Cultura Popular

Por:   •  29/6/2015  •  Resenha  •  757 Palavras (4 Páginas)  •  1.040 Visualizações

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Universidade Federal de Ouro Preto
Departamento de Turismo
História da Cultura - TUR114
Professora Valéria Chaves

Nélio Miranda Campos     15.1.3193

Cultura Popular (Octavio Ianni)

(Resumo)

                Na cultura dominante tem se uma mescla de povo da cidade e do campo. Não apenas como enredos ou personagens, mas também nas várias características advindas da cultura popular, e isso pode ser observado em diversas Obras-primas da literatura brasileira deste século, onde muitas vezes confudem-se criadores e criaturas. Obras essas que jamais se produziriam se seus autores não tivessem ultrapassado as barreiras ideológicas do cotidiano popular.

               A própria forma, ou maneira de se desenvolver uma narrativa de conhecimento comum, pode dar novos horizontes a ela. Essa falta de linearidade encontrado na literatura popular ou de cordel, cria as pessoas uma liberdade de expressão e vida que muitas vezes a cultura erudita, consagrada jamais poderia imaginar.

               Esse vasto e valioso intercâmbio de culturas é usado pelos escritores, como na criação do personagem Macunaíma, onde Mário de Andrade confessa que reuniu tudo que lhe interessava da cultura brasileira e indígena de modo a "satirizar o Brasil, por meio dele mesmo".

               Na obra de Mário de Andrade há uma nova e rica interpretação da cultura brasileira, em grande parte na busca de compreender a contribuição cultural popular. Aliás, observa-se novas características importantes, quando cria-se uma relação entre as culturas eruditas  e as subalternas, dando-se espaço para as criações populares tanto indígenas e caboclas quanto a dos afro-brasileiros e imigrantes.

               Várias são as diferenças entre a cultura erudita, dominante, oficializada e a cultura subalterna, popular. Diferenciam-se quanto a linguagem, temas, alcance, aceitação, entre outros. E ambas não são únicas, elas subdividem-se. Há a cultura dominante agrária e uma outra urbana predominantemente burguesa. Do mesmo modo que há diversas formas de cultura popular: indígena, afro-brasileira, imigrante, operária, entre outras. A diferença entre essas duas grandes tendências básicas dominantes é o fato de serem produtos de formas diversas de inserção desses grupos que as produzem na organização da sociedade.

               A cultura oficial, erudita provém das classes dominantes que normalmente são as que administram  as coisas, pessoas e ideias. Exercem o poder na sociedade. Já as culturas subalternas possuem seus fundamentos nas condições de vida e trabalho dos integrantes de suas diversas subclasses e muitas ainda são as desigualdades e contradições entre elas. Cada uma com sua notável singularidade mesmo que no Brasil não haja dialetos mas tem se diferentes modos de dizer, de entonação e sotaques. Uma não sobrevive sem a outra, estão sempre interligadas.

               Há sempre um intercâmbio entre as classes culturais. São muitas as relações entre elas como a igreja, escola, rádio e televisão, entre outras. Mas a cultura popular acaba sendo prejudicada pelo fato desse intercâmbio se promover de forma desigual, o povo acaba não tendo acesso a muito do que circula e é produzido em escala nacional e internacional. Sendo que na maioria das vezes o que chega a essa classe subalterna são as produções da indústria cultural manipuladas e organizadas segundo os interesses das classes dominantes.

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