Fera resumo
Por: mata.leopardi • 14/4/2015 • Abstract • 1.175 Palavras (5 Páginas) • 438 Visualizações
RESUMO DO LIVRO “O CORTIÇO”
GIOVANNA DELGADINHO CASANOVA
- O local cortiço
Este é um problema social que atinge todo o planeta, caracterizado pela falta de higiene, espaço, conforto e privacidade. Os cortiços são pequenas habitações, onde moram muitas pessoas além da capacidade ideal do local. Geralmente são construídos em bairros nobres[1] bem localizados, devido ao fato de o dono da terra ser uma pessoa rica que deseja que seus empregados estejam próximos para que estes prestem seus serviços.
➔ Por que a habitação é denominada de cortiço?
As casinhas de abelhas que são construídas para a produção de mel são feitas de cortiça. Por isso, fez-se a semelhança entre esta habitação das abelhas e o cortiço, ambos caracterizados por serem locais apertados e com grande fluxo e concentração de indivíduos e além disso muito pequenos.
- Naturalismo[2]
Características do naturalismo presentes na obra:
- Ambiente coletivo;
- Presença de classe marginalizada: se dá pelo fato de o cortiço ter um aluguel barato, pois se divide o custo total do terreno com várias pessoas;
- Cenários pobres, sujos, decadentes: primeiro, se dá pelo fato dos habitantes do cortiço serem de classe social baixa. Segundo, a grande concentração de pessoas e a grande falta de higiene/limpeza contribuem para que o ambiente seja sujo. E, decadente, pois não há como investir no local para deixa-lo mais agradável;
- Personagens rudes, grosseiros, vulgares.
- ZOOMORFISMO: adjetivar humanos com características de animais.
➔ Romance de tese[3]: defende o DETERMINISMO, que é influenciado pelo meio (circunstância), a cultura (raça) e o momento histórico em que o indivíduo está inserido. No caso de alguns personagens isso fica bem claro:
- Pombinha e Gerônimo: ela saiu do cortiço e foi para o bordel; ele se deixou seduzir por Ritinha. Logo, ambos foram engolidos pelo meio.
- João Romão: tinha o objetivo de ficar rico e utilizou o meio a seu favor para que esse objetivo fosse alcançado. (usou a adversidade do meio como degrau para subir e alcançar seu objetivo).
- Personagens: o personagem principal do “O cortiço” é o próprio cortiço. A obra possui personagens de destaque apenas, mas não há nenhum principal.
- João Romão: chegou ao Brasil sem nenhum dinheiro ou posses e foi trabalhar em uma venda (“boteco com prato feito”). O antigo dono português, que não levava jeito para o comércio, devia os salários atrasados a João. Estes salários foram pagos com o próprio estabelecimento, com o qual Romão ganhou muito dinheiro auxiliado por Bertoleza. Além desse dinheiro, este personagem pagava o salário de seus funcionários que eram inquilinos dele, ou seja, ele recebia parte do dinheiro gasto de volta. Devido a sua ganância, portanto, ele sofre de uma patologia de guardar dinheiro, isto é, ele possui o dinheiro e não o gasta a ponto de nem procurar satisfazer suas necessidades, como comprar uma cama, fazer uma refeição adequada[4], e comprar roupas novas.
- Bertoleza: escrava, que quando seu antigo dono morreu, ela fugiu e pediu para que João Romão cuidasse de seu dinheiro. João Romão aceitou e ainda lhe entregou uma carta de alforria falsa para que ela pensasse que estava realmente liberta da escravidão. Em troca, como forma de agradecimento, a escrava trabalha arduamente para João Romão e ainda é sua amante sexual, sem nenhum tipo de pagamento em troca.
- Jerônimo: chegou ao Brasil com o desejo de colocar sua filha em um colégio interno, pois ele acreditava que seria o melhor pra ela. Para isso, Jerônimo arruma um emprego com João Romão e muda-se para o cortiço. No começo ele era um ótimo trabalhador e até recebeu melhor salário pelo seu desempenho. Contudo, após algum tempo morando no cortiço seus hábitos começam a mudar: antes ele só comia a comida de sua esposa, Dona Piedade, e possui hábitos portugueses; depois começou a experimentar as coisas do Brasil e se abrasileirou. Com isso, passou a frequentar as rodas de samba onde conheceu Rita Baiana e se apaixonou. Então, ele foi tomado pelo meio onde vive e perdeu o emprego, a esposa e a filha.
- Dona Piedade: esposa de Jerônimo. Era portuguesa e não mudou seus hábitos quando entrou em contato com a cultura brasileira. Contudo, quando percebeu que Jerônimo a havia trocado por Rita Baiana ela começou a incentivar o seu vício por bebidas alcoólicas e então começou a se prostituir para conseguir pagar o vício.
- Filha: estudava em um colégio interno, mas quando ambos os pais ficaram sem emprego ela foi expulsa do colégio e passou a viver no cortiço.
- Rita Baiana: mulher sedutora que frequentemente dançava na roda do samba. Vive com Firmo.
- Firmo: brasileiro que sai com Rita e disputa-a com Jerônimo.
- Pombinha: nasceu em uma casa organizada, limpa, de família estruturada. Mas seu pai morre e como era ele quem sustentava a família a mãe e ela ficaram sem dinheiro. Entretanto, ela estava noiva de um homem e poderia usar seu dinheiro para bancar ela e a mãe. Mas ela não pode se casar ainda porque ainda não menstruou e todos sabem disso. Quando as duas mulheres se mudam para o cortiço, Pombinha, que é delicada e bonita, ganha o apelido de “flor do cortiço”. Este fato chama a atenção de Léonie e ela fica interessada em levar a menina para o bordel. Logo, a menstruação dela vem e a menina vira prostituta e ainda homossexual.
- Léonie: dona de um bordel, que frequenta o cortiço para visitar seu sobrinho que mora lá. Mulher de melhor classe social que as pessoas que vivem no cortiço, devido ao seu emprego. Todos a respeitam e valorizam, pois ele possui mais dinheiro.
- Comentários
- Ciclo do cortiço se repete: Pombinha, quando avista a filha de Jerônimo no cortiço, fica interessada em levá-la para o bordel também. Isso representa o ciclo retornando, pois a filha representa a própria Pombinha no passado.
- Ironia no fim do livro: João Romão, agora que está quase rico, quer sair do cortiço e deixar Bertoleza. Então se afasta sexualmente, compra roupas novas, se aproxima de Miranda. Para se livrar da escrava ele vai até a delegacia e denuncia que há uma escrava fugitiva em sua casa e manda a polícia até o local. Quando a polícia chega ao local, a mulher está na cozinha cozinhando e percebe que eles estavam lá para busca-la. Então, ela corta a barriga de ponta a ponta e comete suicídio. João Romão, que não sabe que a mulher se suicidou vai atender a porta e se depara com um grupo de abolicionista, que vem parabenizá-lo e entregá-lo uma medalha pela generosidade de abrigar uma escrava. A ironia, portanto, se dá no fato de ele gerar a causa da morte da mulher e ainda receber uma medalha por protegê-la e ser solidário com ela.
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