O Mercado Cultural
Por: tiagojunior18 • 14/5/2018 • Resenha • 671 Palavras (3 Páginas) • 1.034 Visualizações
Mercado Cultural
Gilberto Dimenstein inicia o capítulo “Mercado Cultural’’ -da sua obra “Cidadão de papel”- apontando que a semelhança entre o mercado cultural e qualquer outro tipo de indústria, consiste no fato de que ambos necessitam de lucro para sobreviver. Dessa forma, o autor argumenta que em circunstância do produto cultural passar pelos mesmos processos que os demais produtos, faz com que aquele movimente muito dinheiro na economia, por conseguinte, os últimos governantes aumentaram a verba destinada à cultura. Não obstante, ele acredita que democratizar o acesso à mesma ainda continua sendo o maior desafio. Ademais, o escritor aborda o conceito de “cidade sem catraca” – cidade em que a cultura e a educação são inseparáveis e mormente acessíveis a todos- desenvolvendo as disparidades entre essa cidade, a qual julga ideal e a metrópole de São Paulo. Preliminarmente, Dimenstein defende a tese de que São Paulo tem capacidade de fornecer uma extensa programação cultural aos estudantes, sendo esta grátis ou de baixo custo. Nesse contexto, o jornalista ressalta o quão importante é possibilitar aos jovens esse acesso à cultura, relatando o grupo de adolescentes da periferia que ficaram maravilhados quando foram pela primeira vez ao cinema (2008), sobretudo por tal ação ir além de suas perspectivas. Consoante ao exemplo supracitado, o autor enumera diversos eventos culturais que ocorrem na capital paulista, desde a inauguração de novos museus até a apresentação de projetos na USP, todavia, o mesmo explica que toda essa programação cultural será um desperdício, caso o poder público não possibilite uma ligação direta entre escola e cidade, logo, uma visita à exposição tornar-se-á apenas um isolado episódio. De acordo com Dimenstein, uma das formas do governo corroborar para instituir uma cidade sem catracas é através de incentivos fiscais à iniciativa privada, ele relata como essa prática é benéfica, apresentando o desenvolvimento do cinema brasileiro a partir da década de 90, o qual teve resultados extremamente benéficos para a sociedade. Outrossim, ratificando o caráter transformador da cultura na vida do jovem, Gilberto descreve a trajetória da atriz Sandra Corveloni, que apesar dos impasses – pobreza e violência sobretudo- conquistou o prêmio de melhor atriz no festival de Cannes, através de muita perseverança e também da bagagem cultural que herdou da família. De outra parte, o célebre jornalista infere que a cultura não é apenas o que o mercado nos oferece, haja vista que esta abrange um sentido muito maior, assim sendo, afirmando que a internet é um dos meios mais democráticos de expressar-se culturalmente, Dimenstein enfatiza que as minorias vêm cada vez mais ganhando espaço e isso é completamente positivo. Seguindo esse raciocínio, o autor prova que nas grandes cidades a periferia desenvolve movimentos culturais de destaque, além disso, a maioria destes é promovido por jovens, que embora estejam vulneráveis à violência, como indicou a pesquisa desenvolvida pela “Ritla”, ainda assim tentam protestar contra a desigualdade social e os demais imbróglios que permeiam o país. Nesse ângulo, o jornalista descreveu a evolução que ocorreu no “Bar do Zé Batidão” (localizado numa das regiões apontada entre as mais violentas de São Paulo), pois este estabelecimento que era simplesmente um comércio de bebidas, após o esforço dos jovens poetas da periferia, transformou-se em um ponto turístico da cidade, porque os sarais desenvolvidos pelos adolescentes chegam a reunir até trezentas pessoas. Da mesma forma, esse movimento de poetas influenciou também o desenvolvimento do processo pedagógico em escolas de nível fundamental e médio, pois, inspirados por esses artistas, os estudantes organizaram seus próprios sarais, o que corroborou com o melhor desenvolvimento da língua portuguesa dentro das instituições. Por fim, Gilberto Dimenstein encerrou incitando a sociedade a reivindicar uma proximidade entre a escola e a comunidade, com o fito de direcionar a atenção dos jovens à programas culturais ao invés da violência, isto porque é melhor mais jovens declamando poesias e menos adolescentes enterrados.
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