O PANORAMA DA VIA NAVEGÁVEL

INTRODUÇÃO – BACIA HIDROGRÁFICA DO ATLÂNTICO SUL

O estado do Rio Grande do Sul, como vem sendo o terceiro maior exportador de soja no Brasil, registrou no primeiro trimestre de 2017 o maior crescimento em suas receitas, onde foram embarcadas 1,031 milhões de toneladas de soja. O valor superou a soma dos primeiros trimestres dos últimos 4 anos. Com uma necessidade de transportar a maior quantidade possível de soja, entre outros produtos, o estado do Rio Grande do Sul, assim como o estado de São Paulo, recebeu um investimento para que fosse estimulado o crescimento do transporte fluvial na região e que fosse criado um sistema de transporte para a navegação. Com essa proposta foram construídas 4 barragens para que possa ser corrigido os problemas de desníveis, sendo elas: Amarópolis, Dom Marco e Fandango no Rio Jacuí e Bom Retiro no Rio Taquari. Por se tratarem de barragens sem fins de geração de energia, elas possuem uma baixa altura e um baixo custo. No presente capítulo será abordado as principais informações sobre a bacia do sul.

LOCALIZAÇÃO

A bacia hidrográfica do atlântico sul, tem seu início na divisa entre o estado de São Paulo e o estado do Paraná e vai se estendendo até o Arroio Chuí, no Rio Grande do Sul. Em números, ocupa 3,1% do estado do Paraná, 19,7% de Santa Catarina, 76,4% do Rio Grande do Sul e 0,8% do estado de São Paulo. Conta com uma área total de 185,856 quilômetros quadrados (Cerca de 2% do território nacional brasileiro). É composta por sub bacias, das quais podem ser destacadas: Bacia do Guaíba, Bacia do Jacuí, Bacia do Taquari-antas, Bacia do Vacacaí, entre outras. A navegação fluvial está localizada na lagoa dos patos, rio Guaíba, Jacuí e Taquari, tendo um total de aproximadamente 600 quilômetros navegáveis, passando pelos portos de Rio Grande, Pelotas, Porto Alegre, Cachoeira Do Sul e Estrela.

USOS POTENCIAIS

Um dos principais usos da bacia hidrográfica do atlântico sul é a navegação, que está concentrada na Lagoa Dos Patos, e nos rios Taquari, Jacuí e Guaíba, com um total de aproximadamente 600 quilômetros navegáveis, como citado acima. Pequenos trechos navegáveis ocorrem nas unidades hidrográficas do rio Itajaí e Litoral Sul Catarinense.

Outro potencial, é a geração de energia, onde a maioria dos rios da região apresentam pequeno potencial para a produção. Em termos de obras hidráulicas, as maiores estão relacionadas a aproveitamentos hidrelétricos e irrigação, embora existam também obras para navegação e controle de cheias. Estão instalados na região, 35 empreendimentos hidrelétricos, que totalizam 1.191,72 MW. Existem 10 usinas hidrelétricas na região, que produzem 1.132,76 MW, ou seja, 95% da energia total gerada (ANEEL, 2002).

CLIMA

O clima predominante nessa região é o tropical chuvoso, sem estação de seca e sem geada. Os biomas presentes são a mata atlântica, mata das araucárias e manguezal, os quais devido a explorações ambientais, vem sofrendo as consequências do impacto ambiental, tal como a poluição dos rios. A precipitação média anual de chuva nessa região é de 1.573 milímetros e vem diminuindo do Norte para o Sul, passando de 1.749 milímetros a 1.381 milímetros.

TEMPERATURA

As temperaturas médias anuais mais altas já registradas estão localizadas no norte do estado, passando de 22 ºC no estado do Paraná para 18 ºC nas unidades hidrográficas do Rio Grande do Sul.

RIOS DA REGIÃO SUL

RIO JACUÍ

O rio Jacuí tem a sua principal nascente localizado a 10 quilômetros a leste da cidade de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, e possui uma altitude aproximada de 730 metros. Toda sua área dedicada a drenagem é caracterizada pelo uso intensivo do solo para agricultura e agropecuária. Seu trecho navegável tem início na cidade de Dona Francisca, localizada a 253 quilômetros da capital gaúcha, até Porto Alegre, somando um comprimento total de aproximadamente 750 quilômetros, onde apenas 370 quilômetros são navegáveis a embarcações de calados máximos de 2,500 metros. Recebe as águas do rio Taquari, pela margem esquerda. Juntamente com os rios Gravataí, Sinos e Caí, eles formam o Delta Do Jacuí, um conjunto de canais que tem como destino final a lagoa dos patos.

RIO CAÍ

É um dos mais importantes afluentes do rio Jacuí, sendo um rio navegável durante todo o ano, em um trecho que vai de Porto Alegre a São Sebastião do caí. Esse trecho tem uma profundidade média de 0,500 metros a 4,000 metros, e uma extensão de 93,000 quilômetros. Tem sua formação na Serra Geral, e fica em uma altitude entre 900 e 1.000 metros. Contribui para a formação do estuário do Rio Guaíba após um percurso de 195 quilômetros. O rio Caí pode ser dividido em 3 trechos, sendo eles: Curso superior, é a parte do rio que vai até a foz do Rio Piai, trata-se do trecho com maior declividade (entre 0,15 e 3,5%). Curso médio que vai da foz do Rio Piai até São Sebastião do Caí. Essa é a zona central e nordeste, havendo alternância de trechos com corredeiras e trechos com escoamento lento. Curso inferior, vai de São Sebastião do Caí até a foz. Essa é a parte mais plana do rio, onde apresenta maior vazão, mas, como percorre área plana, adquire menor velocidade, podendo haver refluxo principalmente em épocas de estiagem.

RIO TAQUARI

Está situado na região nordeste do estado do Rio Grande Do Sul. Sua extensão aproximada é de 140 quilômetros e é o principal afluente do rio Jacuí. Nasce com a denominação de Rio das Antas até a confluência com o Rio Guaporé, nas imediações da cidade de Muçum, no Rio Grande Do Sul, onde passa a ser chamado de Taquari. A navegação é possível a partir da sua foz, no rio Jacuí, junto a cidade de são Jerônimo no Rio Grande Do Sul, até o porto de Taquari. O rio banha os municípios de Arroio do Meio, Bom Retiro do Sul, Colinas, Cruzeiro do Sul, Encantado, Estrela, Lajeado, Muçum, Roca Sales e Taquari.

RIO DOS SINOS

É um rio formado na Serra Geral, situado entre 500 e 600 metros de altitude, e desemboca no delta do Jacuí. Esse rio contribui para a formação do grande Guaíba, em um percurso de cerca de 120 quilômetros.