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O Turismo E Suas Preocupações

Por:   •  9/3/2023  •  Ensaio  •  2.177 Palavras (9 Páginas)  •  70 Visualizações

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O TURISMO

A maneira como se conhece o turismo atualmente, compõe um fenômeno que data de meados do século XX, recebendo diversos conceitos e definições no decorrer dos tempos por sua importante contribuição no desenvolvimento de destinações, destacando-se sua relevância socioeconômica (MOTA; VIANNA; ANJOS, 2013). Dartora (2003) expõe que o turismo é composto por diversas atividades que objetivam promover os deslocamentos e satisfazer as necessidades dos seres humanos. Sendo assim, o turismo apresenta conceitos que abarcam diferentes categorias.

De acordo com a Organização Mundial do Turismo (2014 apud ARAUJO, 2017, p. 8), “o turismo compreende as atividades que realizam as pessoas durante suas viagens e estadas em lugares diferentes ao seu entorno habitual, por um período consecutivo inferior a um ano, com a finalidade de lazer, negócio ou outras”.

Costa (2010) elucida que o turismo representa uma atividade conexa ao deslocamento de pessoas para além de suas áreas de residência habitual, desde que não resultem em permanência definitiva no local visitado. Assim, pode-se afirmar que as primeiras definições a respeito de turismo, relacionam-se a vontade e à necessidade humana de se deslocar de um ponto para o outro do planeta, objetivando conhecer novas localidades, desfrutando de momentos de lazer e descontração em realidades locais diversificadas das que habitualmente convive no dia a dia.

Margarita Barretto, autora que volta seus estudos para uma preocupação teórica no social, explica que o turismo é:

“[...] essencialmente movimento de pessoas e atendimento a suas necessidades, assim como às necessidades das outras pessoas, que não viajam. O turismo é o fenômeno de interação entre o turista e o núcleo receptor e de todas as atividades decorrentes dessa interação. É uma atividade multidisciplinar [...]” (BARRETTO, 1991, p. 43).

Moesch (2000, p. 11), categoriza preocupações mais contemporâneas com relação aos efeitos do turismo:

“Turismo é, de um lado, conjunto de turistas; do outro, os fenômenos e as relações que esta massa produz em consequência de suas viagens. Turismo é todo o equipamento receptivo de hotéis, agências de viagens, transportes, espetáculos, guias-intérpretes que o núcleo deve habilitar, para atender às correntes [...]. Turismo é o conjunto das organizações privadas ou públicas que surgem, para fomentar a infraestrutura e a expansão do núcleo, as campanhas de propaganda [...]. Também são os efeitos negativos ou positivos que se produzem nas populações receptoras.”

Ainda, Nóbrega e Figueiredo (2009, p. 131) explicam que:

[...] o turismo ocupa hoje um lugar de destaque na economia mundial. Os benefícios gerados pelo uso do espaço deixaram de despertar o interesse não só da iniciativa privada, mas também da administração pública. As atividades turísticas são capazes de modificar lugares proporcionando um dinamismo econômico, envolvendo questões sociais, culturais e ambientais.

 O turismo pode ser concebido em seu caráter transversal, multidisciplinar, e em intercâmbio com inúmeros caminhos sociais, ambientais e culturais. Gastal e Moesch (2007, p. 47) corroborando com esta afirmação, relatam que o turismo é:

[...] um conjunto de partes que produz qualidade e propriedades como destinos turísticos (lugar, mais serviços e cultura), e vivência humana, hospitalidade, o encontro entre trabalhadores e empreendedores do turismo, e os turistas. O todo turístico organizado produz qualidades e propriedades que não existem nas partes tomadas isoladamente.

Esta atividade necessita agir como condutora no gerenciamento de todos os recursos, considerando a facilitação das necessidades econômicas, sociais e estéticas sem o desprezo do mantimento da integridade cultural, do sustento de processos ecológicos essenciais, da diversidade biológica e dos sistemas que garantam a qualidade de vida das comunidades receptoras e dos visitantes (MOTA; VIANNA; ANJOS, 2013).

Lima (2004, p. 88), aborda o turismo como uma:

[...] atividade que envolve diversos setores da economia, com relação à utilização de bens e serviços. Gira em torno de vários recursos (compra e venda de atrativos turísticos) e também se pode dizer que é uma atividade sistêmica, multidisciplinar e que requer planejamento e organização.

O turismo de modo planejado e organizado pode alavancar o desenvolvimento de uma localidade por meio de aspectos econômicos, sociais, culturais, políticos e ambientais. Ponderar sobre o desenvolvimento local, para Martins (2002, p. 51), é “dotá-lo de um caráter mais humano, partindo do pressuposto de que as pessoas da comunidade local devem participar ativamente e não apenas serem beneficiárias do desenvolvimento”. De acordo com o autor Sen (2010, p. 28), “[...] uma concepção adequada de desenvolvimento deve ir muito além da acumulação de riqueza e do crescimento do Produto Nacional Bruto e de outras varáveis relacionadas à renda”. Neste direcionamento, deve-se levar em consideração o fato de que a dinâmica da atividade turística pode produzir impactos de forma positiva ou negativa na sustentabilidade ambiental de uma comunidade (ARAUJO et al, 2017). Contudo, a identidade de uma comunidade precisa ser fortalecida para alavancar o processo do “desenvolvimento local e sua sustentabilidade, importando aos indivíduos dessa comunidade se reconhecerem e assumirem esse eficaz instrumento com o objetivo de se tornar protagonista do seu próprio processo de desenvolvimento local” (KASHIMOTO; MARINHO; RUSSEFF, 2002, p. 39).

Em uma concepção mais ampla sobre o turismo, pode-se analisá-lo como:

 

Combinação complexa de inter-relacionamentos entre a produção e serviços, em cuja composição integram-se uma prática social com base cultural, com base histórica, a um meio ambiente diverso, cartografia natural, relações sociais de hospitalidade e trocas de informações culturais. O somatório desta dinâmica sociocultural gera um fenômeno recheado de objetividade/subjetividade, consumido por milhões de pessoas, como síntese: o produto turístico (MOESCH, 2000, p. 09).

Pensando em toda esta combinação complexa, tem-se em Baudrillard (1995 apud GABRIELLI, 2017, p. 87) estudos afirmando que:

[...] na contemporaneidade a produção de mercadorias foi substituída pela produção de signos e imagens, e ainda sugere que, na sociedade atual, as imagens e signos veiculados por meios comunicacionais massivos são o centro da organização da vida cotidiana, criando desejos em um tempo, extremamente volátil.

 O turismo também sofre influencias neste novo modo de ser e estar no mundo, pois o turismo tradicional centrado nas grandes estruturas visando atender as massas, focado na distinção de grupos, ou ainda, “nos lugares que cada grupo frequenta, que tipo de transporte ou alojamento usam, etc, era preponderante, verifica-se um crescimento significativo de interesse por formas alternativas de turismo” (GABRIELLI, 2017, p. 87).

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