REFLEXÕES SOBRE A CADEIA PRODUTIVA DO TURISMO

REFLEXÕES SOBRE A CADEIA PRODUTIVA DO TURISMO

“O fenômeno turismo: reflexões sobre a complexidade da cadeia produtiva do turismo e o desenvolvimento regional endógeno” ( Revista Gestão e Desenvolvimento, Novo Hamburgo, jan. 2008) das autoras Mary Sandra Guerra Ashton e Roslaine Kovalczuk Garcia, traz um conjunto de ideias sobre a questão do turismo organizado, enaltecendo também sobre sua contribuição a partir das potencialidades locais, pois para o turismo acontecer é preciso que aja a participação de outros aspectos para favorecer o desenvolvimento nessas regiões.

        Segundo o texto quando as pessoas saem de suas casas para fazerem turismo em outras cidades/locais, elas consequentemente estão colaborando com a melhoria da qualidade de vida dos cidadães do local visitado. Logo, ele também afirma que o turismo promove interelações sociais, econômicas e culturais. Segundo La Torre, "o turismo ele valoriza a relação que as pessoas irão ter com a cidade e com as outras culturas. Já que o turismo é um fenômeno temporal que pode ser vivido por um individuo ou um grupo de pessoas" (DE LA TORRE, 1997, p. 16) . Eventualmente, ao chegarem em determinado local as pessoas precisam interagir com a cadeia produtiva local, ou seja, o hotel (meio de hospedagem),  a rede de transporte (táxi, ônibus, trem ou metrô), gastronomia (restaurante), entre outras. Quando o turista ele visita outra cidade e aprende novas culturas, ao retornar para sua cidade de origem, ele acaba transferindo esses novos conhecimentos para as pessoas de sua cidade. Além disso, esse deslocamento dos turistas tem como reflexo nos níveis econômicos, sociais, culturais e ambientais.

        Atualmente as oscilações do câmbio fazem com que os turistas acabem trocando o turismo internacional pelo turismo doméstico. E o avanço da tecnologia também vem modificando em alguns aspectos. Em 2001, Beni construiu o Sistema de Turismo - SISTUR, no qual contribuia em três dimensões do turismo, sejam elas: Relações Ambientais, Organização Estrutual e Ações Operacionais. Logo o turismo não pode ser visto de forma isolada, pois o mesmo está inter-relacionado com outras atividades. Ocasionalmente foi criado a Cadeia Produtiva do Turismo, que possibilita a interação entre agentes econômicos, sociais e políticos. O turista como consumidor final acaba fazendo com que suas expectativas e preferências afetem e sejam afetadas pelo comportamento do sistema.

No Pós-Guerra, houve uma concentração na tecnologia como forma para aumentar e diversificar a produtividade a qualquer custo. Ocasionalmente a sociedade passou de tradicional, para uma sociedade moderna. Chega um tempo que o indivíduo adquire uma liberdade para escolher a vida que quer para si, seja na forma de pensar, agir ou conduzir sua própria vida, como gerador de mudança social, política e econômica, logo, tendo uma melhoria na qualidade de vida. O turismo acaba sendo um desenvolvimento edogéno, pois nele há a geração de emprego e renda, e os cidadãos se tornam motivados a serem agentes de transformação.

Em suma, o texto em todo momento aborda o turismo como um fator inter-relacionado com outras atividades, e que é um forte potencial de crescimento, e que ao fazer visitar determinado local o turista está ajudando a qualidade de vida local, entretanto não é sempre assim, pois muitos locais ao receber turistas acaba ficando devastado. Há também aquelas cidades que proíbem a visita de turistas em suas cidades. E muitas das vezes quando o turista aprende uma nova cultura, ele não espera retornar para sua cidade de origem para transferir esse novo aprendizado para o próximo, pois com o avanço da tecnologia, ele consegue fazer isso no próprio local em que está. Entretanto, o turismo continua contribuindo para a geração de empregos, seja em hotéis, restaurantes, aeroportos, hospitais, escolas, etc., pois como é dito no texto, ele está em constante relação com outras atividades. Mesmo com o  aumento do câmbio, as pessoas não deixam de fazer turismo, elas acabam preferindo o turismo doméstico, aonde acabam explorando sua  própria cidade e seu país.