Resenha do documentário: “Ouro Azul: As Guerras Mundiais pela Água” “Blue Gold: World Water Wars”
Por: Estevão Karas • 5/12/2018 • Resenha • 1.225 Palavras (5 Páginas) • 1.685 Visualizações
UFPE – Universidade Federal de Pernambuco[pic 1]
Centro de Ciências Sociais Aplicadas
Departamento de Hotelaria e Turismo
Curso de Bacharelado em Turismo
Disciplina de Turismo e Meio Ambiente
Estevão José Karas Serpa
Resenha do documentário:
“Ouro Azul: As Guerras Mundiais pela Água”
“Blue Gold: World Water Wars”
Docente: Itamar Cordeiro
Recife, 2018
Ouro Azul As Guerras Mundiais pela Água
Blue Gold World Water Wars
Documentário baseado no livro “OURO AZUL: A luta para acabar com o roubo empresarial das águas do mundo”, submerge inicialmente na história de Pablo Valencia que viajou do México até a Califórnia à procura de ouro, mas sofreu com a ausência de água para beber por uma semana e nesse meio tempo, começou a ter sérios problemas de saúde decorrentes da desidratação severa. E com isso a necessidade de mostrar ao público a imensa importância da água, desse ouro azul, na vida de todos os seres vivos.
JIM OLSON, Advogado Ambiental, fala que hoje se trata e se aborda muito a importância dos impactos ambientais do uso excessivo da água e de sua extração, podendo resultar num grande desequilíbrio ecológico, ressaltando também, que não se pode pensar que se o homem não gerar um impacto negativo significativo com relação ao uso indiscriminado da água, estaria tudo bem, mas não é assim que a banda toca. Quando os cientistas buscas formas de vidas em outros planetas, eles procuram, em primeiro lugar, a existência de água, pois é a partir disso que poderão identificar planetas com formas de vidas semelhantes à nossa. E isso é algo de extrema importância e como, durante toda a nossa história, a água tem sido de vital importância para o desenvolvimento social, econômico, ambiental e tecnológico, desde os povos mais antigos, até os tempos modernos.
TONY CLARKE, Co-autor de “Ouro Azul” e Diretor Executivo do Instituto Polaris, comenta que ao invés da água ser um bem comum, pela necessidade de todos de usá-la, ela se torna algo comercial, algo para obter lucro através de sua exploração. Que os que tem condições financeiras, terão acesso à água potável, e os que não tem essas condições favoráveis, ficarão sem poder desfrutar de seu uso. Isso quebra completamente o princípio do uso de um bem comum, a necessidade igualitária de um recurso natural que deveria ser utilizado por todos, sem distinção econômica ou quaisquer outras.
O documentário também trata da crise global de água, onde aconteceu um Fórum Social Mundial realizado em Nairobi, no Quênia. MAUDE BARLOW, Co-autora de “Ouro Azul” e Diretora do Conselho dos Canadianos, fala que essa situação não era para estar acontecendo, uma vez que todos foram ensinados sobre o “Ciclo da Água na Natureza”. Apenas 3% da água do planeta Terra é de água doce, podendo se tornar própria para consumo humano, os outros 97% é composto por água salgada. E desses 3%, a maior parte está poluída, imprópria para consumo.
Existe no mundo incontáveis maneiras de poluir nosso bem mais precioso, através de agrotóxicos, de lixões e aterros sem tratamento, do descontrole de dejetos lançados nos braços de rios e mares, da emissão dos poluentes dos automóveis no ar, e como esses gases são leves, sobem e, também, termina por contaminar os bolsões de chuvas, e quando esses bolsões precipitam, a água já cai poluída, contaminada, afetando todos os seres vivos que dela dependem para viver e sobreviver. Então é visível que, para qualquer lado que haja poluição, seja do solo, do ar, dos rios e mares, a água será sempre afetada, direta ou indiretamente.
O rio que faz divisa entre o EUA e o México é o mais poluído dos Estados Unidos e os agentes norte-americanos, para se prevenirem das diversas doenças que podem ser contraídas ao ter contato com essa água, o governo disponibiliza 18 tipos diferentes de vacinas para caso algum deles caiam nas águas altamente poluídas do rio.
Há um rio mexicano, que supera o grau de poluição até do próprio rio que faz fronteira com o EUA, que recolhe dejetos das escolas, das comunidades locais e, além dos dejetos hospitalares, é muito comum encontrar restos humanos boiando nas águas do rio, incluindo animais mortos, fetos... além do mais, esse rio atravessa comunidades que fazem uso do plantio e da colheita, onde, em seguida, esses produtos são vendidos no comércio mexicano.
Outro fator que prejudica potencialmente a formação de lençóis freáticos e a pavimentação, que já existe em nosso “desenvolvimento” há décadas, e juntamente com a construção de indústrias, residências, o solo foi perdendo o seu poder de absorção e se tornando um solo quase impermeável, dificultando a formação e alimentação de lençóis freáticos e fazendo com que essas águas precipitadas das chuvas tomem seu caminho natural, que é voltar ao lugar de onde veio – dos rios e dos mares e isso, consequentemente, implicará num grande desequilíbrio no ecossistema das águas afetando a sobrevivência de biomas como as vegetações mais rasteiras e as árvores, que, consequentemente, afeta a fotossíntese e assim por diante.
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