TURISMO DE GOLFE. POR QUE ESPERAMOS?
Por: 270562 • 14/3/2021 • Artigo • 1.098 Palavras (5 Páginas) • 268 Visualizações
TURISMO DE GOLFE. POR QUE ESPERAMOS?
Paulo Neves
esght/ualg
Já todos percebemos que a sustentabilidade do turismo de sol e praia está cada vez mais limitado devido, entre outros aspectos, à incapacidade de gerar novas ofertas, de responder às novas motivações diferenciadoras do processo e, sobretudo, de fazer face a mercados emergentes com alto grau de capacidade económica e aspectos culturais e ambientais diferentes do habitat Europa (norte de africa, médio oriente e oriente).
Será também, nos dias de hoje, fácil de antever que a indústria turística em todo o mundo, associada ao turismo de golfe, é um factor chave de sustentabilidade de qualquer economia mundial, chegando, em alguns casos, chamada a converter-se em desígnio nacional. Penso ser este o caso de Portugal, depois das declarações do Secretário de Estado do Turismo Dr. Bernardo Trindade, em que afirmou que a prioridade do nosso país deixaria de ser o turismo de sol e praia para passar a ser o turismo de golfe, pelas fortes vantagens competitivas que este segmento poderá trazer à economia nacional.
As repercussões desta mudança política para o sector do turismo terão de ser obrigatoriamente grandes já que, entre outras, irá despertar novas tendências de mercado, perfis de clientes e, essencialmente, novas metodologias de gestão organizacional e ambiental.
O golfe é o segmento que melhor pode ajudar a definir opções a tomar pelas empresas que se querem destacar com uma gestão sustentada e adequada de negócios no sector turístico já que exige uma preparação física suave, mas cuidada, uma boa estratégia materializada em modelos vencedores, a eleição e boa execução de estratégias concertadas no que se refere aos objectivos e metas globais a alcançar em conjugação com a criação de um ambiente agradável e permissivo onde exista uma saudável convivência social, animação, enquadramento paisagístico e relax.
Identificados alguns dos aspectos que podem ser considerados importantes, outras referências são necessárias para a prossecução do plano de intenções.
É consensual que existem grandes estruturas que dão vida a todo o sector do golfe. Entre muitas destaca-se o turismo de saúde e bem estar – SPA porque este produto está cada vez mais associado ao produto golfe por ser uma das actividades que, ligada maioritariamente a um segmento etário e económico médio alto, pressupõe a dinamização e associação à oferta golfe, de produtos complementares de excelência e de qualidade.
Para além da avaliação permanente relacionada com os desafios apresentados no passado e no presente, torna-se necessário concretizar ou redireccionar novas formas de continuar a captar no futuro novos actores que pratiquem e joguem com paixão. O futuro e o sucesso do turismo de golfe passa, portanto, sem receios, pela interacção de algumas estratégias com menor visibilidade e rentabilidade, que por serem menos visíveis poderão ser preponderantes para o reequilíbrio que se deseja ao nível da sustentabilidade, diferenciação e fidelização.
O passo primeiro, antes de muitos outros que já se perfilam no horizonte de alguns empresários e de algumas organizações, para se alcançar o futuro desejado em termos de prosperidade de uma modalidade que muito pode contribuir para o desenvolvimento de Portugal passa por copiar integralmente o modelo nórdico e/ou americano que consiste, simplesmente, em criar condições de procura e prática da modalidade a nichos que me parecem indiferentes à modalidade e distantes dos campos de golfe e que poderão ser divididos em quatro tipo de opções estratégicas:
Opção I – Jogadores Regulares - A maior oportunidade de crescimento situa-se entre aqueles que jogam menos de 25 voltas por ano. O potencial deste grupo pode ser fortemente aproveitado se for transferido para outras classes, já que existem mais de 14 milhões de golfistas regulares que tem grande interesse e paixão pela modalidade e desejavam jogar mais se as condições de oferta se alterassem.
Opção II - Golfistas Iniciados – Os cerca de 12 milhões de golfistas iniciados – de um total de 42 milhões de golfistas iniciados adultos – pressupõe que existe um elevado interesse em tornar-se um bom praticante com um bom handicap. Esses jogadores defrontam-se muitas vezes com barreiras específicas que os inibem de regressar novamente ao jogo como por exemplo, muita timidez, preços altos, dificuldade de aprendizagem, falta de companheiro e, especialmente motivações e desafios que lhe provoquem vontade de jogar em campos de excelência ou em destinos de golfe eleitos pelos melhores.
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