A Educação a Distância ou Educação Distante?

RESENHA

Artigo: Educação a distância ou educação distante? O Programa Universidade Aberta do Brasil, o tutor e o professor virtual.

ZUIN, Antônio AS. Educação a distância ou educação distante? O Programa Universidade Aberta do Brasil, o tutor e o professor virtual. Educação & Sociedade, v. 27, p. 935-954, 2006.

Antônio Álvaro Soares Zuin é Professor-Titular do Departamento de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de São Carlos. Possui Graduação em Psicologia pela Universidade de São Paulo (1989), Mestrado em Educação pela Universidade Federal de São Carlos (1993), Doutorado em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (1998), com Estágio Doutoral na Universidade Johann Wolfgang von Goethe, Alemanha (Bolsa do DAAD - Serviço alemão de intercâmbio acadêmico) e Pós-Doutorados em Filosofia da Educação pela Universidade de Leipzig, Alemanha, com bolsas CAPES e FAPESP, Psicologia da Educação pela Universidade de York, Inglaterra, com bolsas FAPESP e CAPES, e Sociologia da Educação pela Universidade Johann Wolfgang von Goethe, Alemanha, com bolsa CAPES/PRINT. Recebeu o prêmio de menção honrosa, referente ao 5º Prêmio ABEU 2019 (evento promovido pela Associação Brasileira das Editoras Universitárias), pela publicação do livro: "Publique, apareça ou pereça: produtivismo acadêmico, pesquisa administrada e plágio nos tempos da cultura digital", que foi escrito em parceria com Lucídio Bianchetti e Obdália Ferraz. É bolsista-pesquisador do CNPq desde 2003, Assessor da FAPESP desde 2000 e da CAPES desde 2012. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Filosofia da Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: Cyberbullying, Tecnologias digitais e educação, Teoria Crítica e educação, Violência e Educação. E escreveu o artigo: “Educação à distância ou educação distante? O Programa Universidade Aberta do Brasil, o tutor e o professor virtual. Educação & Sociedade, v. 27, p. 935-954, 2006.”, que será objeto desta resenha.

O objetivo do artigo é refletir sobre a utilização das mediações tecnológicas para o desenvolvimento do processo educacional/formativo dos profissionais da área de educação, por meio da análise do programa Universidade Aberta do

Brasil, e principalmente o que rege o papel do tutor e do professor “virtual” na formação desses profissionais oriundos de uma aprendizagem autônoma.

O artigo inicialmente faz uma citação da epígrafe da primeira edição do Novum organum, de Francis Bacon (1973), que diz: “O homens passarão e a ciência permanecerá". Anunciando premonitoriamente, o espírito que predominaria séculos depois na sociedade capitalista transnacional que seria a valorização da produção científica no eixo tecnológico. O que culminou na revolução técnico-científica, reforçando a valorização e a participação da universidade como crucial para o desenvolvimento do progresso tecnológico. Dando como exemplo a Alemanha, que foi unificada tardiamente, em comparação com a França, mas se transformou numa potência industrializada em decorrência do capitalismo alemão ter criado “(...) aquele esforço total e integrado que organizava, nas universidades, laboratórios industriais, sociedades profissionais e associações comerciais, bem como na pesquisa sob patrocínio governamental, um esforço científico-tecnológico continuado como a nova base para a indústria moderna. (Braverman, 1987, p. 143).”. Ou seja, com essa nova conjuntura de desenvolvimento, a tecnologia, seria a base do crescimento e revolucionaria o mundo abrindo um leque de oportunidades, principalmente no campo da informação tecnológica. Sendo as Universidades as responsáveis por intermediar o aprendizado sobre as novas tecnologias existentes e acompanhar o avanço das mesmas de forma rápida e continua.

A transição do século XIX para o século XX foi marcado por repletas mudanças, inovações, evoluções e modernizações. As pessoas foram envolvidas num intenso processo de transformações, hábitos, convicções e percepções, sendo a revolução industrial, uma das raízes, desde a revolução técnico-científica percebera que a participação da universidade seria decisiva para o desenvolvimento do progresso tecnológico, pois tais avanços exigem que a população também avance, e nesse contexto que entra as universidades, o progresso exige mudanças no processo educacional/formativo, de tal modo que capacitem o trabalhador a adquirir habilidades necessárias para acompanhar a velocidade das inovações tecnológicas a preocupação dos governos que representam países de um baixo índice de estudantes universitários formados, tal como no caso do Brasil. É neste contexto que se insere o escopo do governo brasileiro de criar o programa Universidade Aberta do Brasil e os cursos de formação universitária à distância, tais como os cursos de pedagogia e de administração, fonte: UAB – Universidade Aberta do Brasil – Divisão de Educação a Distância.

Para melhorar o entendimento e como complemento desta resenha reforço com o conceito retirado do site: UAB – Universidade Aberta do Brasil – Divisão de Educação a Distância. Que define: “A Universidade Aberta do Brasil: educação a distância ou educação distante? Criado em 2005 pelo Ministério da Educação, o projeto da Universidade Aberta do Brasil (UAB) tem como principal objetivo articular e integrar “um sistema nacional de educação superior a distância, em caráter experimental, visando sistematizar as ações, programas, projetos, atividades pertencentes às políticas públicas voltadas para a ampliação e interiorização da oferta do ensino superior gratuito e de qualidade no Brasil”. 1 A premência de ações voltadas para a aplicação de recursos que incitem o incremento do ensino universitário situa-se fora de questão, sobretudo quando se considera o fato de que apenas 10% dos brasileiros de 18 a 24 anos têm acesso aos cursos de graduação nas universidades brasileiras.”. E isso criou um desafio grande para o professor que atua em todos os níveis.

Embora o aumento da demanda EaD já se mostrasse uma tendência no país, a forma com que os professores foram obrigados a migrar pegou-os quase que de surpresa, eles também tiveram eu se adaptar, se atualizar as novas tecnologias para não correrem o risco da demissão. Porque mesmo na esfera EaD o papel do docente é e sempre será crucial, decisivo