A Imagem Feminina Nos Poemas De Almeida Garett E João De Deus
Pesquisas Acadêmicas: A Imagem Feminina Nos Poemas De Almeida Garett E João De Deus. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: etiarasouza • 9/6/2014 • 964 Palavras (4 Páginas) • 853 Visualizações
Centro Universitário de Belo Horizonte- UNI-BH
Literatura Portuguesa: poesia
Professor: Luiz Morando
Curso: Letras
Nome: Etiara Souza e Fernanda Costa
No poema “ Encanto” de João de Deus, há um lirismo amoroso com aspectos místicos e idealistas, que fazem ressoar ecos do platonismo renascentista e do lirismo Camoniano. O eu lírico exalta a figura da mulher espiritualizada, buscando sua pureza de uma forma idealizada. Há nessa poesia uma retomada de valores medievais, do amor cortês e da servidão à mulher amada. Já no poema“Os cincos sentidos” de Almeida Garret, a mulher é vista como algo proibido, tentador, provocar de pecado, diante de uma espiritualidade que o serve para compará-la ao pecado original, ou seja, o pecado maior que existe na terra, mas que o eu lírico o deseja desesperadamente. Em um tom confessional e intimista, o amor sensual surge no decorrer do poema.
Ao contrário, podemos observar que no poema de João de Deus, existe uma predominante áurea mística em torno do céu e da mulher idealizada, esta em todo o poema é comparada a luz divina, trazendo em torno Deus como força maior que rege o sentimento do eu lírico. O poema não nos remete a qualquer outro tipo de dor, que não a dor amorosa, ou seja, não há nada de universal no poema ou outro tipo de pensamente que o eu lírico queria expressar através de elementos, figuras de linguagem, e outros. Na primeira estrofe podemos observar que o eu lírico compara à amada a uma rainha e ele a alguém que vaga pelo mundo em total distração. Quando se depara com a mulher, ele a escolhe como sua estrela do céu, alguém que pudesse trazer paz ao seu coração. Não há sentimentos sexuais, ou qualquer erotismo no poema. O eu lírico se dirige à mulher sempre de uma forma respeitosa e gentil.
No poema “Os Cinco Sentidos”, o eu lírico se dirige à mulher sob um amor carnal, intenso, delirante e cego, regido pelos desejos sexuais. O eu lírico percorre os sentidos desde a visão até o tacto, desde o mais distante até o mais próximo, a fim de causar um processo gradativo que, a princípio se distância do erotismo, mas que por fim mostra através da sinestesia o clímax erótico do poema. A“visão”tem um sentido menos sensual, por ser utilizada à distância, em seguida o “ouvido” que, embora perceptível à distância, implica uma maior proximidade, temos também o “olfato”, este requer quase um contato físico, por fim, o “gosto e tacto”, ambos só são possíveis através do contato físico. Podemos verificar através das preposições“a ti”, “de ti, “em ti”e“por ti”uma aproximação progressiva entre o eu lírico e a mulher amada. No verso 3 da primeira estrofe, há apóstrofe, quando o eu lírico evoca a mulher. Há também adjetivação em todo o poema que, também caracteriza uma aproximação.
No poema de João de Deus, observamos na 2º estrofe que, através da analogia, o eu lírico compara o olhar de sua amada à lua em noite amena, ambas com um olhar doce e morno, que o alegrava, mas ao mesmo tempo lhe traz pena, por tais belezas se manterem tão distante dele. E, também, por não serem, aqueles olhares, exclusivamente para ele, pois a lua brilha para todos. Na 3º estrofe podemos constatar que à mulher amada não tem conhecimento sobre o amor que sente o eu lírico,
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