A Metodologia Das Oficinas Inclusivas
Pesquisas Acadêmicas: A Metodologia Das Oficinas Inclusivas. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: thibsb • 13/10/2013 • 9.780 Palavras (40 Páginas) • 400 Visualizações
A metodologia das Oficinas Inclusivas
Diagrama conceitual
Resumo metodológico
A metodologia e o formato das oficinas, com suas Dinâmicas e Provocações, são iguais para todos os públicos beneficiários, diferenciando-se apenas na forma de convocação dos participantes.
1) Oficina para adolescentes e jovens em ambientes educacionais - As Oficinas Inclusivas para adolescentes e jovens têm por objetivo promover um encontro inédito entre jovens da mesma geração, com e sem deficiência, suprindo uma lacuna deixada pela escola e pela vida em comunidade. A seleção dos alunos para participar das oficinas não deve obedecer a qualquer critério de escolha como convidar os melhores por nota ou bom comportamento. Do total de participantes - no máximo 25 - 15% devem ter algum tipo de deficiência (física, intelectual, visual, auditiva ou múltipla). O percentual de 15% de pessoas com deficiência é compatível com a estimativa da Organização Mundial de Saúde sobre esta população para países em desenvolvimento e com os dados do Censo 2000 do IBGE.
Atenção: Critério idêntico deve ser adotado em universidades, mesmo que existam adultos na turma, e também em clubes, colônia de férias, grupos reunidos em função de projetos sociais, religião etc.
2) Oficina para adultos em ambientes educacionais e profissionais – Nas Oficinas Inclusivas para adultos, é mais produtivo trabalhar com os grupos já constituídos nos seus ambientes de trabalho, ajudando-os a interagir com a diversidade do dia-a-dia, não sendo necessário levar pessoas com deficiência, mas forçar o grupo a admitir suas próprias deficiências, em geral disfarçadas, ou simplesmente, ignoradas como assunto-tabu. As oficinas deverão ter até 25 pessoas, sendo que 15% delas devem ser convocadas para a dinâmica por serem as mais “diferentes”. O objetivo desta proposta aparentemente segregadora é instigar os participantes, mesmo antes de a oficina começar, a se confrontarem com suas dificuldades para conceituar diversidade, desigualdade etc. Cada um pensará nessas diferenças de acordo com seus próprios critérios: etnia, religião, classe social, aparência física, gênero, cultura, região do país, entre outros. A partir dessa reflexão, se desenvolve a metodologia da oficina.
Atenção: No caso de escolas, as oficinas para professores, funcionários, gestores etc, devem seguir esta última organização.
Diferencial da metodologia
Mais do que combater a discriminação de pessoas com deficiência pela sociedade, as Dinâmicas e as Provocações das Oficinas Inclusivas visam a identificar formas de segregação que só depois de reconhecidas poderão ter solução. Muitos tipos de segregação são sutis, principalmente os que se referem à comunicação. Manifestam-se, por exemplo, através da quase nenhuma preocupação em prever um intérprete da Libras para comunicação com pessoas surdas em eventos, teatros, escolas, reuniões comunitárias, apesar de a Lei Federal nº 10.098, de 2000, estabelecer critérios para a promoção da acessibilidade comunicacional de pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida.
Essas são as principais diferenças entre a metodologia das Oficinas Inclusivas e outras metodologias:
Oficinas inclusivas Outras metodologias
Proporcionam vivências inclusivas Nem sempre há essa preocupação
Buscam acessibilidade total na comunicação
(Libras, braile, desenho e texto ampliados e tecnologias assistivas)
Acessibilidade parcial de comunicação
Pessoas com deficiência falam por si Pessoas com deficiência raramente presentes
Participantes mobilizados para se tornarem agentes da inclusão Participantes valorizados apenas como receptores da inclusão (“aceitar” ou não a pessoa com deficiência)
Exercício da ética na diversidade com a presença da diversidade e da deficiência Exercício da ética na diversidade sem a presença da diversidade e da deficiência
Preocupação crescente em cumprir a legislação brasileira inclusiva Nem sempre há essa preocupação
Valores e princípios que norteiam a metodologia
Algumas idéias irão se repetir várias vezes no decorrer deste texto que descreve a metodologia das Oficinas Inclusivas. Isso é natural, afinal são os valores e princípios que precisam ser ancorados e muito bem assimilados por quem se dispuser a realizar uma Oficina Inclusiva. São eles:
. Todas as pessoas são gente.
. A humanidade encontra infinitas formas de se manifestar.
. A inclusão é incondicional.
. A busca de soluções para uma sociedade inclusiva passa, sempre, pela criatividade e pelo empreendedorismo dos jovens.
. Toda pessoa tem o direito de contribuir com seu talento para o bem comum.
. Toda criança e todo jovem têm o direito de conhecer a humanidade como ela é, não como os adultos gostariam que fosse.
. O direito à igualdade não pode ser desvinculado do reconhecimento das diferenças.
Diretrizes da metodologia
- As Oficinas Inclusivas são um trabalho de construção coletiva, de co-responsabilidade e co-autoria. Não podem, portanto, lembrar uma sala de aula comum,
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