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A Nostalgia como Força Cultural: Impacto e Força na Sociedade

Por:   •  28/6/2023  •  Artigo  •  1.121 Palavras (5 Páginas)  •  95 Visualizações

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

DEPARTAMENTO DE JORNALISMO

Disciplina: Seminários Especiais

Aluno: João Vitor Rodrigues Quintaes

Matrícula: 202120376911

A Nostalgia como Força Cultural: Impacto e Força na Sociedade

        A nostalgia é um sentimento familiar e que vem se tornando cada vez mais comum nos últimos tempos para muitos de nós, é aquele desejo intenso de voltar a um tempo ou lugar que não existe mais, uma saudade profunda que parece nos levar para um mundo perdido. O século XX começou com uma visão bastante otimista do futuro, uma época de esperança, no entanto, à medida que o tempo passava, essa crença no progresso começou a dissipar-se, sendo substituída por um sentimento de nostalgia.

        A nostalgia não é necessariamente uma rejeição completa da modernidade, mas sim uma resposta contemporânea a ela, surgindo como uma maneira de lidar com a rápida mudança e a ‘’perda de conexão’’ com o passado. A palavra "Nostalgia" é de origem grega e significa "voltar para casa" e "anseio", representando esse desejo profundo por um lar que já não existe ou que talvez nunca tenha existido. A nostalgia não é apenas um sentimento de perda e deslocamento, mas também é uma fascinação com a fantasia, como uma exposição dupla de duas imagens, a da terra natal e a do mundo nos dias de hoje, do passado e do presente e entre outros. Ademais, a palavra nostalgia foi cunhada por um estudioso suíço do século XVII chamado Johannes Hofer. Inicialmente, a nostalgia era considerada uma doença curável, tratada com ópio, sanguessugas e até mesmo viagens aos Alpes suíços, contudo, com o passar do tempo a nostalgia deixou de ser vista como uma doença física para se tornar uma emoção histórica.

        Ademais, a nostalgia, como um sentimento universal e poderoso, é habilmente utilizada pela sociedade em diversas formas como uma ferramenta persuasiva, desempenhando um papel substancial na cultura, sendo uma poderosa ferramenta de marketing, entretenimento e entre outros. Muitas marcas e empresas utilizam referências nostálgicas para atrair consumidores, evocando memórias e emoções positivas associadas a um determinado período ou produto. Remakes de filmes clássicos, séries que resgatam a estética de décadas passadas e músicas que recriam sonoridades antigas são apenas alguns dos diversos exemplos de como a nostalgia é explorada para cativar o público, a sensação de reviver uma época anterior pode trazer conforto, familiaridade e até mesmo uma sensação de pertencimento. O exemplo mais recente e chamativo atualmente é do disco de vinil, que vem ganhando força novamente, em 2014, nos Estados Unidos, o comércio de disco de vinil voltou a crescer acima de 50%. De acordo com o The Wall Street Journal, ao todo 9,2 milhões de longplays foram vendidos somente naquele ano, apontando um aumento de 53% em relação a 2013.

        Além disso, um processo do uso da como uma ferramenta política a fim de persuasão e estabelecer conexões emocionais com um passado idealizado pode ser visto nos últimos tempos.  Na campanha presidencial de 2016, Donald Trump usou o slogan ‘’Make America Great Again’’, essa frase representa um exemplo significativo do uso da nostalgia como uma estratégia política. A expressão "Tornar a América Grande Novamente" evoca a ideia de um passado em que os Estados Unidos eram supostamente mais poderosos, prósperos e influentes e, ao usar esse slogan, Trump tentou convencer que seu governo seria tão bom quanto os tempos passados vividos pelo país, mesmo que isso seja subjetivo e não se aplique para boa parte dos eleitores além do espectro referente ao público-alvo da extrema-direita, já que o país, historicamente, passou por problemáticas estruturais, raciais e imigratórios que prejudicaram diversos grupos com o passar dos anos.

       De acordo com a notícia de Correia "Nostalgia e escapismo em momentos de crise"(2023) do portal euromonitor.com, a nostalgia tem sido aproveitada por diversas marcas para atrair consumidores em momentos de melancolia e tristeza. Um exemplo é a Nestlé, que durante o período pandêmico relançou o Nescau Ball em edição limitada no início de 2021, um cereal coberto de chocolate que fez parte da infância de muitas pessoas. Além disso, marcas como Boticário e Bubbaloo lançaram uma linha de produtos com o aroma do famoso chiclete rosa sabor tutti-frutti dos anos 90, a empresa Arcor também aplicou a nostalgia ao lançar em fevereiro de 2022 a Tortuguita 7Belo, uma combinação de marcas do portfólio que têm sinergia e atravessam gerações, visando conquistar novos espaços através desse sentimento que remete a infância. Esses exemplos acabam por ilustrar como a nostalgia é utilizada como estratégia mercadológica, se aproveitando assim do apego às lembranças de um passado e tempos melhores.

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