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A Vida E Obra De Luis De Camoes

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Por:   •  18/10/2013  •  1.942 Palavras (8 Páginas)  •  636 Visualizações

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Escola Secundária José Régio

Curso de Línguas e Humanidades

Português

2012/2013

VIDA E OBRA DE LUÍS DE CAMÕES

Trabalho realizado por:

Diana Dourado 10º LH1 Nº 12

VIDA DE LUÍS DE CAMÕES

Não se sabe ao certo quando nasceu Luís Vaz de Camões. Pensa-se que por volta de 1525, possivelmente em Lisboa, filho de Simão Vaz de Camões e de Ana de Sá. Provavelmente estudou em Coimbra, pois a vasta cultura evidenciada na sua obra só se justifica se tiver frequentado estudos superiores que apenas existiam naquela cidade. No entanto, não se encontrou qualquer documento comprovativo da sua passagem pela universidade.

Presume-se que era fidalgo da pequena nobreza (“Cavaleiro Fidalgo” da Casa Real diz á conta de perdão de 1553), o que lhe terá dado acesso á corte, enquanto viveu em Lisboa. Sabe-se que entre 1549 e 1551, participou numa expedição militar ao Norte de África onde, num acidente de guerra, perdeu o olho direito. Em 1552, encontrava-se novamente em Lisboa e, se por um lado frequentava o paço onde se relaciona com a fidalguia da época, por outro lado, vivia uma vida boémia, com brigões e damas “de aluguer”.

Em 1552, numa briga, fere um arrieiro do Rei, Gonçalo Borges, pelo que é preso na Cadeia do Tronco onde permanece até Março de 1553. Após ter sido perdoado pelo ferido, o poeta é libertado e pede ao Rei o seu perdão, na sequência do qual se pode justificar a sua partida para a Índia, ao serviço do Rei.

Durante três anos, prestou serviço militar na Índia e posteriormente desempenhou cargos administrativos. Apesar da protecção e amizade do vice-rei, D. Francisco Coutinho, esteve preso por dívidas. Pensa-se que também tenha estado em Macau e no regresso á Índia, sofreu um naufrágio, no qual perdeu todos os seus bens, salvando-se a nado com o manuscrito de “Os Lusíadas”, como revela na estrofe 128, canto X. Em 1568, ajudado pelo capitão Pero Barreto Rolim, parte para Moçambique, onde vários amigos o vão encontrar na miséria e lhe pagam a viagem de regresso a Portugal. Chega a Lisboa em Abril de 1570.

Prepara, então, a publicação de “Os Lusíadas”, poema épico dedicado ao Rei Sebastião que lhe concede uma tença anual de 15000 reais brancos, que nem sempre lhe foi paga com regularidade. Em 1572, Os Lusíadas, são publicados. Para além desta obra, Camões é autor de uma vasta obra lírica que foi escrevendo ao longo da sua vida e de que ressaltam os sonetos, as canções e as redondilhas. Escreveu também três comédias – El Rei Selenco, Filodemo e Anfitriões.

Os seus últimos anos de vida em Portugal ficaram, na tradição, como anos de miséria. Morreu no dia 10 de Junho de 1580 – no mesmo ano em que Portugal perdeu a independência – e foi enterrado no convento de Sant’Ana, onde o amigo D. Gonçalo Coutinho lhe mandou reservar uma sepultura, em cuja lápide escreveu “Aqui jaz Luís Vaz de Camões, príncipe dos poetas do seu tempo. Viveu pobre e miseravelmente assim morreu.”

PERÍODO EM QUE CAMÕES VIVEU: RENASCIMENTO

Camões viveu na fase final do Renascimento europeu, um período marcado por muitas mudanças na cultura e sociedade, que assinalaram o final da Idade Média e o início da Idade Moderna e a transição do feudalismo para o capitalismo. Chamou-se "renascimento" em virtude da redescoberta e revalorização das referências culturais da Antiguidade Clássica, que nortearam as mudanças deste período em direção a um ideal humanista e naturalista que afirmava a dignidade do homem, colocando-o no centro do universo, tornando-o o investigador por excelência da natureza, e privilegiando a razão e a ciência como árbitros da vida manifesta.

O Renascimento ocorreu, em maior ou menor grau, em várias regiões da Europa. Começou na Itália e expandiu-se para a França, Alemanha, Inglaterra, Espanha, Portugal e Holanda.

Apesar das diversidades regionais, observa-se características comuns e fundamentais do Renascimento.

Denominamos de cultura clássica o conjunto de obras literárias, filosóficas históricas e de artes plásticas produzidas pelos gregos e pelos romanos na Idade Antiga. Os pensadores do Renascimento queriam, acima de tudo, conhecer, estudar e aprender os textos da cultura clássica, vistos como portadores de reflexões e conhecimentos que mereciam ser recuperados.

O pensamento renascentista originou-se da articulação entre os valores culturais presentes nos textos antigos e aqueles herdados do pensamento medieval católico.

Os renascentistas acreditavam que uma pessoa poderia vir a aprender e a saber tudo o que se conhece. O seu ideal de ser humano era aquele que conhecia todas as artes e todas as ciências.

O Renascimento foi marcado pelo racionalismo, que se traduziu na adoção de métodos experimentais e de observação da natureza. Por essas preocupações e valores, os pensadores e escritores do Renascimento eram conhecidos como humanistas.

O Renascimento significou uma nova arte, novas mentalidades e formas de ver, pensar e representar o mundo e os humanos.

As principais características do Renascimento são:

a) antropocentrismo (o homem como centro do universo): valorização do homem como ser racional e como a mais bela e perfeita obra da natureza;

b) otimismo: os renascentistas tinham uma atitude positiva diante do mundo – acreditavam no progresso e na capacidade humana e apreciavam a beleza do mundo tentando captá-la em suas obras de arte;

c) racionalismo: ao contrário da cultura medieval, que era baseada na autoridade divina, os renascentistas valorizavam a razão humana como base do conhecimento. O saber como fruto da observação e da experiência das leis que governam o mundo;

d) humanismo: os humanistas eram estudiosos, sábios e filósofos, que traduziam e estudavam os textos clássicos greco-romanos. Os conhecimentos dos humanistas eram abrangentes e universais, versando sobre diversas áreas do saber humano. Com base nesses estudos, fundamentou-se à valorização do espírito humano, das capacidades, das potencialidades e das diversidades dos seres humanos;

e) hedonismo: valorização dos prazeres sensoriais, carnais e materiais, contrapondo-se a ideia medieval de sofrimento e resignação.

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