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A qualidade do texto: coerência, coesão, clareza, brevidade e correção gramatical

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Por:   •  23/2/2015  •  Projeto de pesquisa  •  2.889 Palavras (12 Páginas)  •  558 Visualizações

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UNIDADE VII; Qualidades do texto: coerência, coesão, clareza, concisão e correção gramatical;

COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAIS

INTRODUÇÃO

Nos quadrinhos acima, imagens e palavras são articuladas para compor a unidade do texto. O leitor percebe que: 1) as imagens completam o sentido das palavras e vi¬ce-versa; 2) há uma sequência do primeiro para o segundo quadrinho; 3) propõe-se um conceito de família partilhado por muitas pessoas.

Trata-se de um texto misto - com imagens e palavras - que apresenta continuida-de de sentido: a primeira colocação, "ser pai é... é.., será completada pelo quadrinho final, em que o conceito de paternidade se traduz tanto pela fala da personagem, "...é ser feliz", quanto pela imagem do pai com os filhos no colo, envoltos em pequenos co¬rações, num cenário doméstico em que a mãe, com expressão feliz, contempla o cari¬nho entre os membros da família.

Para compreender uma história em quadrinhos, ou HQ, o leitor tem de saber ler e entender o que está escrito nos balões e, ao mesmo tempo, compreender a relação do texto com as imagens. Além disso, deve ter um repertório ou conhecimento de mundo que o leve a compreender as situações retratadas - no caso acima, um concei¬to de família.

Como qualquer texto, a HQ deve apresentar lógica interna e coerência. A coe-rência consiste na continuidade de sentido do texto, ou seja, para haver coerência, o assunto tratado deve ser conduzido do início ao fim de modo progressivo, dando unidade ao conjunto. A coerência não depende apenas do texto, mas também da in-teração entre texto, autor e leitor, isto é, do conhecimento de mundo compartilhado entre os interlocutores.

Alguns textos mesclam tipos diversos de linguagem, como as histórias em quadri¬nhos, enquanto outros são compostos apenas por palavras: os textos verbais. O texto verbal pode ser oral ou escrito e ter um ou mais de um autor. Mistos ou verbais, os tex¬tos circulam em um contexto envolvendo interlocutores em permanente interação, que travam um "diálogo' Esse diálogo pode ocorrer tanto entre interlocutores que vivenciam algo no mesmo momento, por exemplo, conversam sobre um filme a que acabaram de assistir; como também entre interlocutores situados em momentos diferentes, por exem¬plo, alguém que lê um livro (no momento presente) escrito por um autor do passado.

Levando em conta essa interação entre os interlocutores, fala-se em discurso, ou seja, o efeito de sentido construído em um processo de interlocução. Ao produzir um texto, o autor manifesta seu modo de ver o assunto de que trata. Mas sua posição não é isolada; ao contrário, relaciona-se a outros modos de ver o mesmo assunto, estabe-lecendo um diálogo com outros autores, com outras épocas, com outros textos que trataram do mesmo tema.

O termo "discurso" refere-se à atividade de linguagem que resulta na interação de sujeitos em determinados contextos. Ao tratar de um tema, seja verbal ou oralmente, recorremos ao nosso conhecimento prévio sobre ele, por ter ouvido ou lido a respei¬to, isto é, colocamos em jogo nosso repertório. O mesmo ocorre quando ouvimos ou lemos um texto - recorremos ao nosso repertório para interpretá-lo.

Coerência textual: A unidade do texto decorre principalmente de dois fatores: a coerência e a coesão textuais. Inicialmente, vamos comentar a primeira delas.

Como vimos no exemplo da HQ, a coerência garante a lógica interna do texto. Tanto no caso de textos mistos quanto no de verbais, o tema ou assunto costuma apa-recer no início e vai sendo ampliado ao longo do texto, numa espécie de progressão, articulando e promovendo a unidade do conjunto.

Assim, não cabe desenvolver outros assuntos, a não ser que se relacionem ao tema central. A quantidade de informações deve ser bem calculada para haver clareza no tex¬to, sem excessos nem falhas. A qualidade dessas informações também conta: é preci¬so selecionar os dados mais relevantes e indicá-los ao interlocutor.

A coerência ainda estabelece correspondência entre certos elementos do texto e referências ao mundo real. Isso significa que informações duvidosas sobre, por exemplo, a sequência natural da vida das pessoas (nascer, crescer, educar-se, trabalhar etc.); o tipo de comportamento adequado a cada situação (formal ou informal); os dados climáticos de certos lugares podem comprometer a coerência de um texto.

O texto abaixo é o tópico final de uma reportagem sobre educação intitulada "7 me¬didas testadas e aprovadas". A sétima medida remete a aulas gratuitas de recuperação. O título do tópico, "Aula particular de graça", também tem seu papel: ora anuncia o assunto, ora desperta o interesse do leitor, ora cria efeito de suspense e contribui para a coerência. Leia o texto, observe os sublinhados enumerados, verifique como se dá a continuidade de sentido e de que forma se desenvolve a ideia central.

Aula particular de graça - Em escolas públicas de países como a Finlândia, nada fun¬cionou tão bem no combate à repetência [1] como a implantação de um sistema para atender os estudantes com dificuldade de aprender, à parte das aulas. O reforço esco¬lar [2] é levado tão a sério que em cada escola há alguém designado para ministrar as tais aulas particulares [3]. Esses professores não costumam se queixar. Ganham mais [4] e têm boas condições de trabalho [5]: são treinados durante um ano [6] para a função e ainda contam com a ajuda de psicólogos para lidar com os casos mais difíceis [7] [...] A decisão de se investir aí se provou acertada - até do ponto de vista financei¬ro [8]. Cada aluno que repete custa algo como 20.000 dólares a mais aos cofres públi¬cos [9]. Ao fazerem as contas, os especialistas concluíram que custa menos pagar pelo reforço escolar [10]. Depois dele, a reprovação sempre despenca [11] - algo que em países campeões em repetência como o Brasil ê emergencial -e o ensino melhora [12].

VEJA. São Paulo: 18 jun. 2008, p. 130.

Note que [1] anuncia o tema: combate à repetência na Finlândia; [2] aponta a so-lução escolhida, o reforço escolar; [3] especifica que há alguém designado para mi¬nistrar as tais aulas particulares e [4] que esses profissionais ganham mais, [5] contam com boas condições de trabalho, [6] recebem treinamento e [7] ajuda de psicólogos nos casos difíceis. Ou seja, o autor aponta o problema, expõe a solução e seleciona com critério as informações complementares que evidenciam o processo. Depois aborda o aspecto econômico

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