ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
Trabalho Universitário: ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 28/6/2014 • 1.637 Palavras (7 Páginas) • 685 Visualizações
Tema: Alfabetização e Letramento.
1. Justificativa
Considerando-se que os alfabetizados vivem numa sociedade letrada, em que a língua escrita está presente de maneira visível e marcante nas atividades cotidianas, inevitavelmente eles terão contato com textos escritos e formularão hipóteses sobre sua utilidade, seu funcionamento, sua configuração. Excluir essa vivência da sala de aula, por um lado, pode ter o efeito de reduzir e artificializar o objeto de aprendizagem que é a escrita, possibilitando que os alunos desenvolvam concepções inadequadas e disposições negativas a respeito desse objeto. Por outro lado, deixar de explorar a relação extraescolar dos alunos com a escrita significa perder oportunidades de conhecer e desenvolver experiências culturais ricas e importantes para a integração social e o exercício da cidadania. Assim entende-se que a ação pedagógica mais adequada e produtiva é aquela que contempla, de maneira e simultânea, a alfabetização e o letramento.
Neste contexto, o trabalho de Emília Ferreiro, 1997 é uma das valiosas e recentes contribuições no sentido de considerar a escrita como a representação da linguagem e não como um código de transcrição gráfica de unidades sonoras. Por outro lado ela considera a criança, que aprende como um sujeito ativo que interage de modo produtivo com a alfabetização.
Este trabalho contribui para a discussão e compreensão sobre a relação alfabetização e letramento, questões que vem sendo bastante discutidas pelos que se preocupam com a educação. A alfabetização e letramento são processos distintos, mas interligados entre si, onde através de alguns autores vamos entender e ligar a teoria com a prática, construir alternativas pedagógicas onde atendam os desafios vividos por quem atua em sala de aula e criar possibilidades para a aprendizagem da leitura e da escrita para todos os alunos.
No processo alfabetizador, há que se ir além do entendimento do funcionamento da escrita, para a compreensão da sua funcionalidade nas práticas sociais e culturais. Neste sentido, Tfouni (1995, p. 20) afirma que “enquanto a alfabetização se ocupa da aquisição da escrita por um indivíduo ou grupo de indivíduos, o letramento focaliza os aspectos sócios históricos da aquisição de uma sociedade”. Assim, alfabetizar e letrar necessariamente devem ser simultâneos. Verificando que alfabetização e letramento são algo indispensável em uma sala de aula e que devem estar interligadas para que a criança consiga aprender a ler, escrever, desenvolva essa habilidade e saiba usar essa escrita e leitura na sua vida social.
Soares diferencia e letramento. Ao fazê-lo, amplia o conceito de alfabetização e valoriza o conjunto de práticas sociais de linguagem, resgatando sua importância para o sujeito. Para essa autora
Alfabetização é o processo pelo qual se adquire o domínio de um código e das habilidades de utilizá-lo para ler e escrever, ou seja: o domínio da tecnologia-do conjunto de técnicas-para exercer a arte e ciência da escrita. Ao exercício efetivo e competente da tecnologia da escrita denomina-se Letramento que implica habilidades várias, tais como: capacidade de ler ou escrever para atingir os objetivos (2000, p.91).
É no processo que ocorre durante todo o ensino fundamental que o professor capacita ao homem para o domínio dos símbolos da comunicação, habilidade imprescindível no mundo contemporâneo.
2. Revisão da literatura
Verificando os estudos acerca da Psicogênese da Língua Escrita, livro de (FERREIRO&TEBEROSKY, 1979; FERREIRO, 1997), trouxeram aos educadores o entendimento de que a alfabetização envolve um complexo processo de elaboração de hipóteses sobre a representação linguística, processo que se dá pelo uso efetivo, respeitando-se níveis conceituais diversificados, pelos quais passam o sujeito que aprende. Alfabetizar, nessa perspectiva, deixa de ser um ato mecânico, mas um processo ativo, em que, aquele que aprende, reflete e age sobre a leitura e a escrita (FERREIRO, 2001) deixa claro que o educando deve reconstruir uma relação entre linguagem oral e escrita para se alfabetizar.
A obra revolucionou a percepção sobre a alfabetização ao considerar que o ponto de partida da aprendizagem é a própria criança e permitiu compreender por que a escola conseguia alfabetizar alguns e não outros.
De acordo com as pesquisas de Emília Ferreiro e Ana Teberosky, já replicadas no mundo inteiro, as crianças elaboram diferentes hipóteses sobre o funcionamento do sistema de escrita – com quantas letras se escreve uma palavra, quais são elas e em que ordem elas aparecem. Na fase em que o aluno adota simplesmente o critério de que, para escrever, é preciso uma quantidade de letras (no mínimo três) diferentes entre si, a hipótese é considerada pré-silábica. Quando passa registrar uma letra para cada emissão sonora, ela está no nível silábico-inicialmente sem valor sonoro e depois com a correspondência sonora nas vogais e/ ou nas consoantes. Na hipótese silábico-alfabética, as escritas incluem sílabas representadas com uma única letra e outras com mais de uma letra, E, finalmente, quando começa a representar cada fonema com uma letra, considera-se que ele compreende o princípio alfabético de nossa escrita. No entanto, mesmo nessa fase, os alunos ainda apresentem erros de ortografia.
Hoje é amplamente sabido que o que pesava era o contato com a escrita no cotidiano. E, se o aluno tem pouco contato, a aprendizagem fica prejudicada. Os reflexos dessa situação são sentidos no país. Dados do 5° Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), realizado pelo Instituto Paulo Montenegro em 2005, mostram que 74% dos brasileiros adultos não conseguem ler textos longos, relacionar informações e comparar diferentes materiais escritos. Mesmo entre os que concluíram o Ensino Médio, 43% não possuem essas habilidades. É a prova de que a escola apenas perpetua essa exclusão, pois não está ensinando a utilizar a leitura e a escrita para dar conta das demandas sociais e para continuar aprendendo ao longo da vida – como o Inaf define o que seja uma pessoa alfabetizada.
No final do século XX, começamos a descobrir que não basta somente alfabetizar, mas, acima de tudo, é preciso que todos os povos entrem em contato com as mais variadas práticas de uso da língua escrita. Tão forte são os apelos do mundo letrado que o domínio da língua e seu uso, em situações significativas, tornaram-se uma verdadeira condição para a sobrevivência e a conquista da cidadania.
3. Problema
Como desenvolver a habilidade de leitura e escrita nas séries iniciais?
4. Objetivos:
Desenvolver capacidades qualitativa de leitura e o uso da escrita no contexto escolar.
5. Metodologia e procedimentos
O valor do diagnóstico
Conhecer o nível em que está à turma é essencial durante a alfabetização – e no decorrer de toda a escolaridade. Percebendo os avanços e as dificuldades dos pequenos, você consegue planejar uma boa aula e propor atividades adequadas para levar cada um a se desenvolver ainda mais e chegar ao fim do ano lendo e escrevendo. Essa avaliação deve ser feita logo no início do ano e repetida no mínimo uma vez por bimestre.
Para realiza-la adequadamente, é preciso escolher como atividade algo que seja feito regularmente, como as listas – de frutas, cores, animais etc.
Como elas acham ainda que as palavras devem ter um número mínimo de letras – por volta de três -, se você ditar só monossílabos elas também podem se recusar a escrever. Veja aqui dois exemplos possíveis: itens para um lanche coletivo (refrigerante, manteiga, queijo, pão) e bichos vistos no zoológico (rinoceronte, camelo, zebra, boi). Com essas palavras, você provoca o aluno a refletir sobre a forma de representação.
Terminado o ditado, peça que cada um leia o que escreveu. Que permite o professor verificar se o aluno estabelece algum tipo de correspondência entre partes do falado e partes do escrito. Para finalizar registre tudo. Com esse material, fica mais fácil planejar atividades que façam os alunos avançar, acompanhar a evolução de cada um e montar os agrupamentos produtivos.
Outra estratégia é a verificação que consiste na identificação de uma letra conhecida que esteja no começo ou no fim da palavra e que confirme a antecipação feita.
Atividades a serem desenvolvidas pelos professores:
Leitura feita pelo professor para a classe.
Escolha do material: reportagens de jornal, folhetos informativos (listas de produtos em oferta nos supermercados).
Produção de textos memorizados (parlendas trava língua, poesia, música etc.).
Carta, bilhete, receita, notícia etc.
6. Cronograma
Avaliação Diagnóstica
Hipótese de Escrita 1°B 2°B 3°B 4°B
Pré - Silábica x
Silábica x
Silábica Alfabética x
Alfabético x
9. Referências
DURAN, Marilia Claret Geraes- Emilia Ferreiro: uma concepção do desenvolvimento da escrita na criança. Petrópolis, RJ: Editoras Vozes, 2009. - (Coleção Educação e Conhecimento).
SOARES, M. B. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.
TFOUNI, L.V. Letramento e alfabetização. São Paulo: Cortez, 1995.
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