Algumas características da narrativa legal
Tese: Algumas características da narrativa legal. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: patyStraho • 8/4/2014 • Tese • 978 Palavras (4 Páginas) • 318 Visualizações
1. Algumas características da narrativa jurídica
1.1. Impessoalidade
1.2. Verbos no passado
1.3. Paragrafação
1.4. Elementos constitutivos da demanda (Quem quer? O quê? De quem? Por quê?)
1.5. Correta identificação do fato gerador
2. Narrativa jurídica simples
3. Narrativa jurídica valorada
4. A construção de versões
Aplicação Prática Teórica
Como vimos anteriormente, as peças processuais têm um denominador comum: precisam, em primeiro lugar, narrar os fatos importantes do caso concreto, tendo em vista que o reconhecimento de um direito passa pela análise do fato gerador do conflito e das circunstâncias em que ocorreu. Ainda assim, vale dizer que essa narrativa será imparcial ou parcial, podendo ser tratada como simples ou valorada, a depender da peça que se pretende redigir.
Pode-se entender, portanto, que valorizar ou não palavras e expressões merece atenção acurada, pois poderá influenciar na compreensão e persuasão do auditório. [1] Essa valoração das informações depende dos mecanismos de controle social que influenciam a compreensão do fato jurídico.
É preciso lembrar que são diferentes os objetivos de cada operador do direito; sendo assim, o representante de uma parte envolvida não poderá narrar os fatos de um caso concreto com a mesma versão da parte contrária. Por conta disso, não se poderia dizer que todas as narrativas presentes no discurso jurídico são idênticas no formato e no objetivo, visto que dependem da intencionalidade de cada um.
NARRATIVA SIMPLES DOS FATOS
É uma narrativa sem compromisso de representar qualquer das partes. Deve apresentar todo e qualquer fato importante para a compreensão da lide, de forma imparcial.
Sugerimos iniciar por ?trata-se de questão sobre...?
NARRATIVA VALORADA DOS FATOS
É uma narrativa marcada pelo compromisso de expor os fatos de acordo com a versão da parte que se representa em juízo. Por essa razão, apresenta o pedido (pretensão da parte autora) e recorre a modalizadores.
Sugerimos iniciar por ?Fulano ajuizou ação de ... em face de Beltrano, na qual pleiteia ...?
Leia a narrativa que segue abaixo:
Em 23 de fevereiro de 2011, Rosa Maria de Almeida, engenheira, 24 anos, moradora de São Gonçalo, precisou viajar por dois dias, porque iria prestar um concurso em Belo Horizonte. Resolveu então deixar o seu cachorro de estimação hospedado no Hotel para Cachorros e Clínica Veterinária Bons Amigos, de propriedade da veterinária Antônia de Jesus Cardoso, também em São Gonçalo, porque queria ter certeza de que o animal seria bem tratado durante a sua ausência.
No dia seguinte, ao telefonar para saber como estava o animal, recebeu a notícia de que o animal havia falecido, em decorrência de morte natural. Abalada com a notícia, interrompeu a viagem, sem sequer prestar o concurso que motivara a sua ausência.
Rosa Maria ficou chocada com a perda do animal de estimação, que criara desde um mês de vida do filhote, e com o qual convivia há cerca de cinco anos. Sentiu-se inconformada com a justificativa apresentada pela clínica, pois o animalzinho encontrava-se bem quando ali fora deixado. Ao voltar, Rosa Maria providenciou a autópsia do animal, ficando constatado que a morte se deu em virtude de ferimento por instrumento cortante, provavelmente oriundo de mordedura.
No laudo da autópsia consta que a causa mortis foi um ?trauma por instrumento corto-contundente, sendo os achados consistentes com possível mordedurda?.
As fotografia digitalizadas que acompanham o laudo demonstram um grande ferimento na região torácica que, segundo se constatou, perfurou vasos coronários e causou hemorragia. Tudo isso leva a crer que o cão de Rosa Maria foi violentamente atacado por outro animal e que, dos ferimentos decorrentes do ataque, culminou sua morte.
Diante do resultado da autópsia, Rosa Maria acusou
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