Análise Literária Vidas Secas
Exames: Análise Literária Vidas Secas. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: J.ribeiro • 21/3/2015 • 580 Palavras (3 Páginas) • 519 Visualizações
Análise Literária do livro: Vidas Secas, de Graciliano Ramos.
O livro Vidas Secas, de Graciliano Ramos, revela a vida deplorável do sertanejo nordestino, o ilustrando por meio da vida de Fabiano e sua família: Sinhá Vitória, menino mais novo e menino mais velho, seus filhos, e a cachorra Baleia. A condição de grande atraso a qual a família se encontra, e a escassez de palavras manifestada por eles que utilizam gestos e caretas quando não sabem expressar ou falar seus pensamentos, revela a alienação intelectual e o pequeno mundo próprio em que vivem.
O regionalismo presente no romance de 30 é representado pela condição social do sertão nordestino e consequentemente o sofrimento do pai, Fabiano, por não possuir meios para oferecer uma vida melhor a seus filhos e esposa, se preocupa com a educação e profissão de ambos e, sentindo-se pouco útil por não ter bens próprios, julga a si mesmo como um bicho, diversas vezes.
A identificação com os animais é tanta que a cachorra magra possui nome, Baleia demonstrando a ironia, traço de maturidade da segunda geração modernista comparada à primeira. A nivelação entre homem e o animal afeta a comunicação entre as crianças que também se comunicam por sons guturais e a falta de conhecimento é revelada por não saberem nomes de produtos das vitrines e o papagaio comido na seca não sabia falar, reflexo do silêncio vivido na família.
Fabiano devido ao pobre vocabulário é subjugado por autoridades: o soldado amarelo e o patrão, chega a ser preso e na cadeia vê pessoas consideradas bichos, por ele, assemelhando-se a elas e perdendo esperanças de melhorar sua vida. A sinhá Vitória não sabendo se comunicar dá cascudo nos meninos quando não sabe a resposta das perguntas que lhe fazem , auxilia ao marido no trabalho como fazendeiro e almeja uma cama de lastro de couro para dormir tamanha a humildade que vive.
O menino mais novo sonha ser semelhante ao pai. O menino mais velho é curioso por palavras novas e leva cascudos da mãe que não lhe-as sabe explicar, e vai procurar consolo na cachorra Baleia.
A cachorra Baleia é como um membro da família, os auxiliando e caçando durante a jornada da seca, mas, Fabiano suspeita que ela tenha hidrofobia e para proteção dos meninos ele sacrifica a cachorrinha. Todos sofrem, Fabiano não consegue tirar da memória a imagem de Baleia morrendo, ao ser animado pela mulher consegue não atormentar-se com o ocorrido.
Fabiano enquanto caçava encontra o soldado amarelo que o prendeu, e não tem coragem de se vingar, por se tratar de uma autoridade, e guia o soldado perdido, o caráter e a ética do personagem se sobrepõem ao desejo de vingança. Relacionado ao patrão, ele sente-se injustiçado, mas, o medo de ser despedido o impede de reclamar.
Ao final do livro, porém, é revelado um otimismo em sinhá Vitória que contagia a Fabiano e por conversa e comunicação sonham em uma vida melhor para seus filhos e migram para o sul por causa da seca que se aproxima.
Abordando o neo-realismo, o livro oferece ao leitor por intermédio da linguagem seca e objetiva de Graciliano e da análise psicológica dos personagens, críticas de cunho social. Revela-se as condições econômicas e as injustiças sociais sofridas por nordestinos do Sertão, fazendo com que a obra clássica se identifique até hoje com a realidade
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