As Memórias: Um filho depois que nasce não deve retornar ao útero materno

Daniele Gava

Um filho depois que nasce não deve retornar ao útero materno

No ano de 1975, a cidade de São Lourenço d'Oeste contava com apenas uma instituição de ensino, a escola Sóror Angélica, que abrangia inúmeras diretrizes socioculturais direcionadas no processo educacional de seus discentes. Porém a demanda de ensino do município fora aumentando surgindo a necessidade da criação de uma nova escola.

A partir do seu nascimento, a nova escola recebeu o nome de Rui Barbosa, que, no entanto manteve um laço materno dependente de sua escola mãe até o ano de 1976 onde foi desvinculada de sua origem passando a ter seu próprio corpo administrativo. Por intermédio de um trabalho coletivo da comunidade escolar que imperava no clima de familiaridade a escola definiu-se pelo lema “De coração para coração caminhando juntos”, onde deliniou-se então sua identidade.

Da mesma maneira que uma criança cresce se desenvolve, a Escola de Educação Básica Rui Barbosa que objetivava a instrução de conhecimento agregou múltiplas conquistas. Destaca-se: o Prêmio Referência por dois anos em nível Estadual; a proeminência de seus alunos em prova do ENEM e também premiações várias modalidades esportivas, em ênfase no moleque bom de bola.

Em contrapartida, no auge de seus 42 anos de trajetória e diante de tanta proeza alcançada o governo de Santa Catarina em decisões políticas impôs que escola Rui Barbosa se funda novamente a instituição pela qual se originou Sóror Angélica. Tendo como justificativa a incisão de gastos em prol do estado, negligenciando-se que tal medida ceifará não somente a vida da escola, mas também a sua história.

Afinal, vivemos em uma nacionalidade democrática? E o direito da população de escolha? Nossos governantes veem a educação como gasto? Com a unificação para onde irão 42 anos de história? É de fato prudente obrigarem um indivíduo em pleno desenvolvimento voltar para o útero materno?