Chile estava preparado para terremoto, Haiti não
Artigo: Chile estava preparado para terremoto, Haiti não. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: amanddalima • 30/5/2013 • Artigo • 799 Palavras (4 Páginas) • 427 Visualizações
Chile estava preparado para terremoto, Haiti não
Porto Príncipe, Haiti (AP) – O terremoto no Chile foi bem mais forte do que o que atingiu o Haiti mês passado, mas a quantidade de mortes foi bem maior na ilha caribenha.
As razões são simples.
O Chile é mais rico e muito mais preparado, com leis rígidas para construção de prédios, boa estrutura de atendimento de emergências e uma longa história de terremotos. Nenhum haitiano vivo havia passado por um terremoto até o dia 12 de janeiro desse ano, quando um deles arrasou os prédios mal construídos.
E o Chile até que deu sorte dessa vez.
O terremoto de sábado teve seu centro 34 quilômetros abaixo da superfície da Terra e em uma área relativamente desabitada, enquanto o terremoto do Haiti aconteceu mais perto da superfície (12 quilômetros) e bem perto de Porto Príncipe, fatores que aumentaram seu poder destrutivo.
"Terremotos não matam – não deixam danos – se não houver nada para ser atingido", disse Eric Calais, geofísico especializado em terremotos da Universidade de Purdue, Estados Unidos.
O serviço geológico dos Estados Unidos diz que oito cidades do Haiti – incluindo sua capital, que abriga 3 milhões de pessoas – sofreram tremores violentos ou extremos devido ao terremoto do mês passado, que matou cerca de 220 mil pessoas, de acordo com o governo do Haiti. O número de mortos no Chile ficou na casa das centenas.
Em contraste, nenhuma área urbana do Chile sofreu mais do que um abalo "severo", o terceiro nível mais grave. O ponto de origem do terremoto estava a 325 quilômetros da capital do Chile, Santiago.
Em termos de energia liberada no centro do terremoto, o tremor do Chile foi 501 vezes mais forte. Mas essa energia se dissipa muito rapidamente à medida que se afasta do epicentro. Além disso, o solo abaixo de Porto Príncipe é menos estável e "treme feito gelatina", afirma o geólogo Tim Dixon, da Universidade de Miami.
Sobreviventes do terremoto do Haiti descreveram cenas de pânico, em boa parte com razão, à medida que os prédios implodiram ao seu redor. Muitos haitianos se agarraram a pilares de cimento que em seguida se desfizeram em suas mãos. Os haitianos não tinham treinamento em como reagir, não sabiam de medidas simples, como abrigar-se sob mesas e portas e afastar-se das janelas.
Os chilenos, por outro lado, têm casas e escritórios construídos para lidar com terremotos, com estruturas que balançam suavemente conforme os abalos, em vez de tentar resistir a eles.
"Quando se olha para os prédios do Chile você percebe danos, mas nada comparado à completa destruição dos prédios haitianos", afirma Cameron Sinclair, diretor da organização Arquitetura para a Humanidade, órgão sem fins lucrativos que ajuda populações vítimas de desastres naturais. Sinclair afirma que tem colegas arquitetos no Chile que construíram milhares de casas simples, porém resistentes a terremotos.
Em compensação, no Haiti não há leis para construir prédios. Patrick Midy, um arquiteto de destaque no Haiti, afirma que ele sabia de apenas três prédios preparados para terremotos no país inteiro. A organização de Sinclair recebeu 400 pedidos de ajuda logo depois do terremoto do Haiti, mas ainda não
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