Cinema Mudo
Por: Maria Clara • 21/5/2018 • Relatório de pesquisa • 681 Palavras (3 Páginas) • 149 Visualizações
CINEMA MUDO
Um filme mudo é um filme que não possui diálogos falados, sendo estes substituídos por músicas ou rudimentares efeitos sonoros durante a exibição. Imagem e trilha sonora andavam juntas nesse começo do cinema, sendo ambas necessárias para que sentíssemos a emoção que a cena transmitia, seja ela comedia, drama, romance ou horror. E a partir disso, começa a trajetória do cinema.
Os primeiros “filmes” foram exibidos pelos irmãos Lumière, que exibiram o primeiro filme graças a invenção do cinematografo, que na verdade foi invenção do francês Léon Bouly em 1895, mas o mesmo perdeu a patente, que foi registrada pelos Lumière em 13 de fevereiro de 1895.
No dia de 28 de dezembro de 1895, foi exibido o primeiro filme da história, para uma pequena plateia de 30 pessoas no Grand Café de Paris, e dentre essa plateia, estava o mágico-ilusionista, considerado o pai do cinema de ficção, e criador de uma das técnicas especiais utilizadas até hoje chamada de “stop-motion”, George Méliès. Os irmãos Lumière, que sequer pensavam no cinematografo como algo artístico, deram uma ideia a Méliès de mostrar sua arte nesse dia.
George Méliès nasceu em 1861 na França. Ainda jovem, mudou-se para Londres, onde teve contato com o ilusionista John Nevil Maskelyne. Assim que seu pai morreu, lhe deixou uma parte da herança e o mesmo usou para investir em comprar a sala de teatro Robert-Houdin, quando voltou para Paris. Nas salas, fez experimentos e estrelou espetáculos por anos, até 1895, quando entrou em contato com o cinema pela primeira vez.
Méliès, que já conhecia os irmãos Lumière, fala sobre seu interesse em comprar o cinematografo para usar em seus espetáculos, mas estes recusam vender alegando ser apenas para experiencias cientificas. Porém, Georges viaja a Londres e compra uma copia do cinematografo, desmonta completamente a máquina e a monta de novo com intuito de entender como o aparelho funcionava, e assim começa a jornada da narrativa no cinema.
O mágico descobriu sua técnica mais famosa por acidente. Um dia, enquanto filmava um ônibus em movimento a câmera pifou, após bater na câmera a mesma voltou a funcionar e ele continuou as filmagens. Ao chegar em casa e assistir a filmagem, Méliès percebeu que o ônibus se “transformara” em um carro fúnebre, e assim nascia a técnica de “stop motion” muito utilizada depois em seus filmes.
Méliès começa então a fazer bastante sucesso pela sua imaginação e fantasia que eram diferentes de tudo que havia sido realizado na época, e então abriu um estúdio cinematográfico em Montreuil-sous-Bois, perto de Paris no ano de 1897 e cria sua própria companhia Star-Film e nas próximas décadas roda cerca de 500 filmes, entre eles, seu filme mais famoso “A Viagem a Lua” de 1902.
Viagem à Lua, seu filme mais importante, foi uma adaptação da obra de Júlio Verne. George Méliès usou todas as técnicas que vinha aprimorando em suas obras anteriores, entre elas criação de cenários, figurinos mais elaborados e até mesmo colorização frame a frame, pintados pelo próprio cineasta.
Seus filmes mais famosos foram:
O Desaparecimento de uma Dama no Teatro Robert Houdin (1896)
O Pesadelo (1896)
Visita Submarina ao Maine (1898)
O Mágico (1898)
O Sonho do Astrônomo (1898)
Quatro Cabeças é Melhor que Uma (1898)
O Caso Dreyfus (1899)
O Homem Orquestra (1900)
Viagem à Lua (1902)
Em 1909 é eleito presidente do Congresso Internacional de Editores de Filmes, porém devido ao sucesso mundial do cinema e a I Guerra Mundial, que desferiu um golpe fatal no cinema europeu, Méliès em 1923 teve de vender seus bens, latas e latas de filmes, por não ter dado a sua companhia a dimensão industrial. Nos restaram apenas pouco mais de cinquenta.
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