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Cultura e os seus significados

Por:   •  15/4/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.653 Palavras (7 Páginas)  •  166 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Uma das preocupações da antropologia é chegar a um acordo sobre de que modo e em qual tempo o ser humano evoluiu a ponto destacar-se da natureza, acarretando o surgimento do mundo cultural. Não há regra ou norma, e tampouco consenso sobre o momento em que ocorreu essa distinção, então, formulam-se diferentes ideias em busca desse entendimento. Alguns Antropólogos entendem que esse fenômeno ocorre ao momento no qual os humanos inventam uma lei que quando transgredida, implicará a pena de morte do transgressor, exigida pela coletividade. Outros sustentam que a partir da lei da proibição do incesto, desconhecida pela lei dos animais, porém de comum ciência entre os homens depois do surgimento do direito romano. Ainda existem os que corroboram que a diferença foi estabelecida quando os humanos definem uma lei que, se desprezada, causa a ruína da comunidade e do indivíduo, entre outras teorias. A cultura está presente em todos os aspectos da vida humana (sociais, organização do tempo e do espaço, biológicos), ou seja, a cultura está presente em tudo na nossa vida e nada está fora da cultura, pois existem normas, regras, padrões de comportamento em todas as atividades humanas.


O QUE É CULTURA?

Cultura possui uma infinidade de características próprias, o que revela sua importância no âmbito humano. Primeiro, a cultura é aprendida e existe graças a um processo de transmissão em gerações, esse entendimento começa a partir do nascimento, e dá-se essencialmente por imitação. A cultura também é uma forma de comunicação, mostra-se como geral e específica ao mesmo tempo, visto que todos os homens em qualquer sociedade tem uma determinada cultura, não existe ninguém que não a possua, nasça ou exista sem essa, e também as culturas se mostram diferentes, têm características próprias, que a individualizam. Outro aspecto é o fato de ser partilhada, porque não é propriedade de um indivíduo, é de todas as pessoas de uma sociedade. Por último, a cultura é adaptável ou o desadaptável. A primeira, porque o homem modifica a natureza, de modo a satisfazer as necessidades, a segunda, pois este coloca-se em perigo ao efetuar transformações na natureza.

EDWARD B. TYLOR definiu cultura como a totalidade da vida social do homem (conhecimento, crença, arte, princípios morais, leis, costumes e várias outras aptidões), caracterizada pela sua dimensão coletiva, adquirida em maioria inconscientemente e independente da hereditariedade biológica. Privilegiou a palavra cultura por entender que civilização remete a construção de realizações materiais dos homens, perdendo o sentido quando se trata de sociedades primitivas. A sua nova definição de cultura tinha a vantagem de ser uma palavra ¨neutra¨ capaz de pensar em toda a humanidade sem conceitos pré-determinados. Acreditava na concepção universalista da cultura (a cultura enquanto algo de toda a humanidade). Enquanto a definição de Tylor é muito genérica, podendo causar confusão quando se propõe uma reflexão mais aprofundada do que é cultura, outras definições são mais restritivas

 RALPH LINTON diz que como termo geral, cultura significa a herança social e total da Humanidade; como termo específico, uma cultura significa determinada variante da herança social.

FRANZ BOAS em sua obra, Antropologia cultural (2004), conceitua cultura como configuração única e construída entre o local de sua diversidade e o desejo de compreensão de projeção e interesse das ciências de sua universalização

MALINOWSKI  para ele a cultura é uma totalidade em funcionamento que integra hábitos, costumes, técnicas e crenças. Todo elemento cultural deve ser estudado em seu contexto. Também estabeleceu a pesquisa de campo como elemento fundamental do estudo antropológico. 

A cultura tem quatro elementos, estes estão presentes em todas os lugares do mundo. O primeiro são as instituições, que são modelos de comportamento de caráter normativo, elas referem-se a regras. Essas normas variam entre culturas, as instituições podem até ter as mesmas funções (escola, Igreja, museus), mas são desenvolvidas de forma diversificada. Outro elemento cultural tem a ver com as ideias, ligam-se basicamente com conhecimentos importantes, crenças populares como superstições, bem como valores partilhados por uma determinada sociedade. Também se podem relacionar por vezes com a religião. Estes dois elementos são a nível do abstrato, diferente dos outros de nível concreto. E estes são: os materiais e as técnicas. Os materiais são o mundo físico produzido pela cultura (edifícios, pontes, etc.) e as técnicas são as formas de fazer e produzir os materiais. Os aspectos positivos são notáveis na medida em que se percebe que a cultura é mutável no sentido de produzir a otimização dos resultados organizacionais. Distinguindo a sociedade dentre as futdemais existentes, a cultura permite o desenvolvimento da identidade externa. Servindo também de mecanismo de controle social, pois define a realidade com a qual os membros irão viver. A cultura proporciona para seus membros uma forma interpretativa, a maneira de se fazer senso com os arranjos de posições e atividades em uma organização, sendo assim uma fonte de alta confiabilidade nas organizações. Sendo a cultura um modo de vida que dita às normas da sociedade, existem aqueles que não se adequam as regras, gerando um obstáculo para manutenção da boa convivência, diversos foram os casos de conflito na história em razão de diferenças culturais, exemplos nítidos disso foram as guerras mundiais, e a guerra empresarial que existe atualmente com a disputa de mercados novos. Essas são amostras de um conflito interno tão grande que se divulga no âmbito externo de forma inesperada. As diferenças culturais trazem ainda os estereótipos, que são generalizações que as pessoas fazem a respeito de comportamentos ou características de outras, pressupostos determinados geralmente infundados e depreciativos, o estereótipo faz parte do racismo e da xenofobia.

A formação da cultura brasileira resultou da integração de elementos das culturas indígena, do português colonizador, do negro africano, como também dos diversos imigrantes.

Muitas foram as contribuições dos índios brasileiros para a formação cultural e social. Do ponto de vista étnico, contribuíram para o surgimento de um indivíduo tipicamente brasileiro: o caboclo (mestiço de branco e índio). Na formação cultural, os índios contribuíram com o vocabulário, o qual possui inúmeros termos de origem indígena, como anhanguera, ibirapitanga, entre outros. Com o folclore, permaneceram as lenda como o curupira, o saci-pererê, o boitatá, a iara, e mais. A influência na culinária se fez mais presente em certas regiões do país onde alguns grupos indígenas conseguiram se enraizar. É exemplo a região norte, onde os pratos típicos estão presentes, entre eles, o tucupi e raízes como a mandioca, que é usada para preparar a farinha, a tapioca e o beiju.

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