Diferença Entre Leitura Mecânica,de Mundo E Critica
Monografias: Diferença Entre Leitura Mecânica,de Mundo E Critica. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: ruthMaria • 4/3/2015 • 1.535 Palavras (7 Páginas) • 818 Visualizações
Obra: Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários a prática educativa.SP: Paz e Terra, 2009.
Autor: FREIRE, Paulo.
Páginas: 148
Resenha:
A obra educacional de Paulo Freire não se destaca pelo tamanho físico de seus escritos, mas sim pelo contexto e pela densidade de cada obra sua. No livro Pedagogia da Autonomia não é diferente, que apesar de poucas páginas, possui uma estrutura e contexto teórico amplo e totalmente interligado com as outras obras do autor em sua concepção de educação libertária.
A primeira parte dessa obra tem o titulo de Não há docência sem discência o autor disserta no inicio sobre a curiosidade epistemológica que educador deve despertar em seu educando com finalidade de formar um pensamento critico, pois o processo de educação é objeto de constante transformação, pois para Freire, assim como Mannheim, o processo educativo e realizado em várias instituições sociais além da própria escola em um processo dialético entre vários saberes entre chamados populares (do povo) e dos eruditos (da escola).
Nesse capitulo, Freire disserta que educar exige rigorosidade metódica. Isso não significa rigor no sentido de uma educação autoritária como proposta por Durkheim, mas sim possuir um método didático que possua uma práxis pedagógica, o educador deve possuir uma prática pedagógica que instigue o educando a idéia critica em processo dialético entre o concreto e abstrato. Isso significa que a rigorosidade de método tem a finalidade de criar uma mentalidade critica no aluno.
Para Freire ensinar necessita pesquisa, isso institui o professor como reprodutor do conhecimento, mas sim em pesquisador com finalidade de criar em seus alunos um processo de educação continua além da escola e dentro da escola.
O autor também defende que o professor deve respeitar o saberes do educando, não desvalorizando saberes culturais ditos populares ou saberes da prática da labuta, pois para Freire, todo prática exige conhecimento prévio, poder imaginativo anterior, ser pensado antes de praticado, onde todo ato do aluno é carregado de pura práxis no sentido marxista. Isso significa que o professor deve respeitar os saberes do aluno, pois pode aprender algo novo que não sabe, pois o conhecimento do aluno faz da realidade e da cultura do aluno.
A prática educativa exige criticidade do professor em relação ao mundo ao ato de educar. Isso claro carregado de estética, onde essa deve ser a superação do positivismo do ensino bancário, em uma boniteza carregada de ética que institua mentalidade reflexiva no aluno.
Segundo Freire, ensinar exige do professor corporeificação das palavras pelo exemplo, isto é, dar concretude as palavras que são puramente objetos abstratos, facilitando assim processo didático. O processo de leitura do texto deve ser baseado em exemplo prático e concreto do dia a dia do educando.
Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação, onde o educador não deve reproduzir a discriminação, diferenciação e nem exclusão que a sociedade capitalista impõe. Por isso, o professor não deve ter atitudes discriminatórias, tanto explicitas como veladas, e deve rejeitar qualquer uma dessas atitudes no ambiente educacional como também criar em seu aluno uma mentalidade livre dessa discriminação.
Ensinar exige uma reflexão critica da prática de educar do professor e do aluno, onde o processo educacional é continuo e deve se adaptar de acordo com realidade que rodeia a relação professor aluno.
Ensinar exige o reconhecimento e assunção à identidade cultural, pois o processo de reconhecimento é um processo de reconhecer a particularidade cultural do educando, e colocar em prática pedagógica em que redistribua o conhecimento sem deixar de reconhecer a identidade cultural do aluno e respeitá-la.
Na segunda parte da obra, Freire critica a instrumentação do ensino tradicional, na qual ele chama de bancário. Para o autor, ensinar exige consciência de inacabamento, uma concepção de que educar exige do professor uma flexibilidade pela questão que conhecimento é objeto em constante transformação.
O educador deve reconhecer que é um ser condicionado às condições materiais que oprimem sua humanidade e do seu aluno, pois reconhecer as condições materiais desfavoráveis é a primeira instância para criação de mentalidade criticada do mundo, uma leitura mais concreta do mundo, fazendo o aluno pensar certo. Todavia isso não significa ensinar uma forma lógica e instrumental do mundo, o ensino bancária, pois ato de ensinar é respeitar a autonomia do aluno e despertar mais autonomia do mesmo a partir do ato de ensinar. Isso exige um bom senso do professor, no ato de ensinar, tratando o aluno como ser autônomo e pensante.
Todo educador deve ser humilde, tolerante e lutar pelos seus direitos. Todavia isso significa que os educadores devem ter posição política definida, pois não pode o educador fingir não perceber realidade do mundo; pois ensinar exige apreensão da realidade, pois o ato de educar não dever ser um ato ingênuo e alienante, mas um de superação da ingenuidade e alienação do educando.
Todavia o professor deve ensinar com alegria e esperança, onde o professor deve ter a convicção de que mudança é possível. Essa mudança é superação do modelo educacional e social vigente.
Ensinar exige curiosidade do professor, pois esse deve ser um pesquisador no qual aprende e ensina com aluno, pois a relação entre o concreto e abstrato, é uma relação de leitura reflexiva do mundo em nossa volta.
Na terceira e última parte desse livro Freire disserta que ensinar é uma especificidade humana, teoria essa que Durkheim e Mannheim também instituíram em seus escritos. Mas na teoria de Freire, a uma racionalidade nessa especificidade humana.
Todavia ensinar exige segurança no ato didático de uma forma reflexiva
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