Emilia Ferreiro

Considerando ainda que cabe a escola a tarefa de transmitir conhecimentos a todos indistintamente, Souza (2002) aponta que os alunos pobres de classe baixa precisam de escolas que lhes transmitam saberes e capital cultural, como também a norma culta da língua, para que eles tenham chances de cursar uma faculdade pública e ter um bom emprego.

Emília Ferreiro (2000), que tem sua concepção na construção do conhecimento, devendo levar-se em conta as fases de desenvolvimento da criança, o que trouxe uma grande mudança para o trabalho do professor, visando a qualidade do ensinoÉ preciso partir do cotidiano do aluno, mas deve-se levá-lo até o conhecimento da norma culta, para que ele também tenha acesso ao padrão dominante.

O domínio da linguagem oral e escrita é, assim, fundamental para a participação social e efetiva, pois é por meio dela que o homem se comunica, tem acesso a informação, expressa e defende pontos de vista, partilha ou constrói visões de mundo, produz conhecimento e compreende que a escrita só se dará através da linguagem já adquirida dos alunos. Temos verificado, a propósito, que muitas das razões que levam vários alunos tidos como “normais”, a passar vários anos na escola sem ao menos conhecer as letras do alfabeto, vai além de problemas psicológicos, como também de problemas externos (organização familiar, miséria, preconceitos, etc).