Estrategia - Michael Porter
Artigo: Estrategia - Michael Porter. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: lilianecristina • 6/11/2014 • 2.389 Palavras (10 Páginas) • 436 Visualizações
II. Estratégia – Michael Porter
As empresas têm de ser flexíveis para responder rapidamente às
alterações competitivas e do mercado. Têm de se comparar com os rivais
(benchmarking) para obter maior eficiência e evoluir continuamente. Têm de
possuir competências centrais (core competences) para se manterem à
frente dos seus rivais. O posicionamento, em tempos considerado a alma da
estratégia, é hoje rejeitado, por ser demasiado estático face às mutações
dos mercados e das tecnologias. De acordo com a nova doutrina, as
empresas podem facilmente copiar o posicionamento estratégico dos rivais.
Logo, as vantagens competitivas são temporárias.
Estas teorias são apenas meias verdades, extremamente perigosas, que
levam as empresas a enveredar pelo caminho da competição destrutiva. As
barreiras à entrada de novos competidores estão a cair à medida que as leis
se tornam mais flexíveis e os mercados mais abertos. As empresas
procuram ser mais independentes e ágeis. Contudo, em muitas indústrias, o
que uns chamam de hiperconcorrência não é o resultado inevitável de uma
mudança de paradigma competitivo.
A raiz do problema encontra-se na incapacidade de distinguir entre a
eficiência operacional e a estratégia. A procura de produtividade, qualidade e
velocidade tem provocado o aparecimento de inúmeras técnicas de gestão:
qualidade total; benchmarking; time-based competition; outsourcing;
parcerias estratégicas; reengenharia; e gestão da mudança. Apesar de a sua
aplicação gerar, na maioria dos casos, melhorias operacionais significativas,
muitas empresas revelam incapacidade de traduzir estes ganhos em
vantagens sustentáveis. Assim, a pouco e pouco, quase sem se dar conta,
as técnicas de gestão têm tomado o lugar da estratégia.
Eficiência operacional não é estratégia
A eficiência operacional e a estratégia são ambas essenciais ao
desempenho excelente que é, afinal, o objetivo principal de qualquer
empresa. Mas ambas funcionam de maneira diferente. Para uma empresa
ultrapassar os rivais deve preservar uma característica única. Terá de
proporcionar maior valor aos consumidores ou criar valor a custos mais
baixos; ou fazer as duas coisas. O fato de proporcionar maior valor permite-lhe cobrar preços mais elevados. Uma maior eficiência significa custos unitários mais baixos.
A eficiência operacional significa exercer atividades semelhantes melhor do que os rivais. Inclui todo o tipo de praticas que permitem a uma empresa utilizar, da melhor fvorma, os seus recursos, por exemplo, reduzindo os defeitos dos produtos ou desenvolvendo produtos melhores mais rapidamente. Pelo contrario, posicionamento estratégico significa exercer atividades diferentes dos rivais ou exercer atividades semelhantes de um modo diferente.
O que antes era considerado um trade-off (escolha em que ter menos
de um implica ter mais de outro) — entre defeitos e custos, por exemplo —
Verificou-se ser uma ilusão criada por uma fraca eficiência operacional. Os gestores já aprenderam a rejeitar estes falsos trade-offs. É necessário uma
melhoria contínua na eficiência operacional para se atingir uma rentabilidade
superior. Contudo, isso nem sempre é o suficiente. Poucas foram as
empresas que conseguiram competir com base na eficiência operacional
durante um período de tempo muito prolongado. A razão mais óbvia para
isto é a rápida difusão das melhores práticas. Os concorrentes podem
facilmente imitar técnicas de gestão, novas tecnologias, melhorias
produtivas e os modos originais de satisfazer as necessidades dos clientes.
As soluções genéricas difundem-se ainda mais rapidamente. Repare na
Proliferação das técnicas de eficiência operacional recomendadas pelos
Consultores.
O segundo motivo que melhorou a eficiência operacional — a
convergência competitiva — é insuficiente. Quanto mais as empresas fazem
benchmarking, mais se parecem umas às outras. Quanto mais os rivais
fazem o outsourcing das atividades para terceiros mais capazes, mais
genéricas se tornam essas atividades. À medida que os rivais imitam as
técnicas uns dos outros — qualidade, ciclos de produção ou alianças com os
fornecedores — as estratégias convergem e a concorrência torna-se numa
série de corridas em que todos seguem o mesmo percurso e ninguém
ganha. A concorrência baseada só na eficiência operacional é mutuamente
destrutiva, dando origem a guerras desgastantes que só acabarão quando se
limitar a concorrência.
A recente vaga de fusões só faz sentido neste contexto da concorrência
pela eficiência operacional. Motivadas por pressões de desempenho, mas
com fraca visão estratégica, as empresas não
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