Familia e escola

2 EDUCAÇÃO E FAMÍLIA

A Escola e a família têm por objetivo em comum estabelecer as melhores condições para proporcionar o desenvolvimento integral da criança. Objetivo este que requer atuações de qualidade em cada um dos sistemas envolvidos no processo educacional, para que a criança possa ter acesso a cultura de seu grupo social num processo que repercute de forma favorável em seu auto conceito, na capacidade de relacionar-se construtivamente com os outros e nas suas possibilidades de inserir-se paulatinamente em novas estruturas e sistemas.

No processo histórico da educação identificamos que existia sociedade sem escola. Na sociedade africana pré-colonial, educar era compartilhar o aprendizado do cotidiano levando em conta a sabedoria dos mais velhos. “Não havia professores, todo adulto ensinava. Aprendia-se a partir da própria experiência dos outros. Aprendia-se fazendo, o que tornava inseparáveis o saber, a vida e o trabalho”. (Freire, 2000, pag. 23). Durante séculos só as elites tinham direito à educação; as classes populares não tinham acesso à educação, pois aprendiam com as experiências vividas no dia-a-dia.

A partir da Idade Média a educação passou a ser vista como produto da escola e aos poucos educação e cultura tornaram-se prioridade para a classe operária que almejava o direito de freqüentar a escola em condições de igualdade para melhor alcançar uma verdadeira democratização dos estudos.

Os primórdios da República, na onda dos movimentos sociais, políticos e culturais que marcaram a época, impuseram a necessidade de modernizar a sociedade, colocar a Nação nos trilhos do crescimento, exigindo então um outro modelo, uma maior abrangência de uma ação educacional. Volta-se então a escola aos pobres, aos imigrantes e as mulheres. (Camargo, 2002, pág. 01)

Aparentemente todas as condições para uma igualdade de chances pareciam ter sidos preenchidos, mas ainda havia um longo caminho a se percorrer.

No Brasil a escola construiu-se aos poucos devido às pressões científicas e de costumes característicos de uma vida mais urbana, tornando-se uma instituição distinta da família. A despeito disso,