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Gramática A Serviço Da Língua

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Por:   •  14/4/2013  •  1.345 Palavras (6 Páginas)  •  744 Visualizações

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O ensino de gramática a serviço da língua: uma análise da obra “Muito além da gramática”

Evandro Fonseca Gonçalves1, Eloísa de Oliveira Lima2

(1) Participante do Grupo de pesquisa “Gramática: perspectivas e possibilidade de ensino”; Instituto de Ciências Humanas e Sociais; Campus Universitário do Araguaia; Universidade Federal de Mato Grosso;

(2) Profª. Me. - Orientadora; Instituto de Ciências Humanas e Sociais; Campus Universitário do Araguaia; Universidade Federal de Mato Grosso.

evandrofg2@hotmail.com

1 Introdução

Uma prática ajustada e uma correta perspectiva entre o ensino da gramática a o ensino da língua é um desafio. Encontramos propostas que identificam as funções da gramática da língua como mecanismo que descreve a forma como essa língua funciona e que investiga seus fenômenos linguísticos, porém, um ensino da língua vinculado ao princípio da nomenclatura e da normatização parece incrustado na prática, arraigado na essência da forma como a escola de forma tradicional ensina a língua portuguesa.

No grupo de pesquisa “Gramática: perspectivas e possibilidades de ensino ”, discutimos sobre essa disparidade de realidades em busca de uma dinâmica coerente para o ensino da língua portuguesa a fim de que o ensino faça o estudante refletir e fazer uso da língua de maneira eficiente.

Dessas discussões, surgiu a proposta desse trabalho: uma análise da obra de Antunes (2007), intitulada “Muito além da gramática”. Essa foi uma das obras lidas e discutidas pelo grupo e, por se tratar de uma obra de referência no ensino de língua, essa análise foi elaborada com o objetivo de elencar e discutir os elementos necessários para a atuação do docente de língua portuguesa, segundo a autora. A ideia é uma análise da obra para, na próxima etapa, elaborar a aplicação da proposta por Antunes nos dados que serão coletados na observação da sala de aula das séries do Ensino Médio.

Antunes (2007) apresenta em sua obra os possíveis equívocos relacionados à gramática. A obra está dividida em 14 capítulos. Na introdução, a autora expõe seu objetivo: “Pretendo, portanto, desfazer aqui alguns equívocos que se criaram em torno da gramática, a fim de que possa enxergar a língua com uma visão científica, livre de suposições infundadas” (ANTUNES, 2007, p. 16). Nos capítulos um e dois, Antunes reorganiza a concepção de gramática e mostra que conhecer a gramática normativa não dá ao usuário da língua eficiência para falar, ler e escrever.

A autora apresenta e define cinco acepções para “gramática”, e aponta o entendimento dessas acepções e suas implicações como essencial para a compreensão do que é gramática. No capítulo três, ela lista as seis crenças mais comuns dos equívocos quanto à gramática e apresenta as crenças mais recorrentes, com repercussão mais séria para as atividades de ensino. Nos capítulos seguintes, do quarto ao nono, ela confronta cada uma dessas crenças por meio de uma metodologia marcante e atividades práticas, estabelecendo os argumentos de confrontação para romper com a prática de ensino equivocada. Nos últimos capítulos, décimo e décimo primeiro, a autora faz abordagens pontuais sobre a origem, e os interesses ligados à manutenção dos equívocos quanto à gramática e língua, e fala da ineficiência e insuficiência da gramática para tratar com o texto em suas variações de sentidos e funcionalidade.

Por fim, nos capítulos décimo segundo ao décimo quarto, sugere um programa para funcionar como auxílio aos professores de língua portuguesa para “avançar além da gramática, já que ela é insuficiente para o exercício da atividade verbal” (ANTUNES, 2007, p. 133). A autora apresenta uma abertura na visão da língua, “dimensão mais ampla e mais funcional da linguagem, seja de fato o centro do ensino de línguas... objetivando ampliação de todas as competências que a atividade verbal prevê” (ANTUNES, 2007, p. 147). A gramática deve ocupar o lugar que lhe é próprio, e exercer sua função, de ser companheira, adjuvante, necessária, mas não absoluta.

2 Material e Métodos

A análise da obra pautou-se especialmente nas distinções que a autora apresenta sobre “gramática” e “língua”. Assim, nossa pesquisa propôs a apresentação de um quadro comparativo das várias concepções e apresentação de implicações dessas concepções para o ensino de língua, conforme apresentado pela autora.

As reuniões quinzenais do grupo de pesquisa permitiram traçar esses procedimentos de estudo, especialmente porque o grupo conta com a participação de professores da rede estadual de ensino da cidade de Barra do Garças-MT. As dúvidas e questionamentos no grupo se deram em torno de “definir” gramática e de como se dá um ensino satisfatório de língua portuguesa, contemplando a organização do Português Brasileiro (PB) e a aplicação das regras da gramática normativa.

2.1 Gramática e língua na perspectiva da obra

Antunes (2007) apresenta algumas distinções quanto ao que se entende por “gramática” e “língua” que trazem implicações distintas para o ensino de língua portuguesa (LP). No quadro 1, apresentamos as concepções de gramática e as implicações para o ensino expostas pela autora:

Concepções sobre “gramática” Implicações para o ensino de LP

Língua e gramática são a mesma coisa, basta saber gramática para falar, ler e escrever com sucesso. O estudar gramática, é suficiente para aprender o uso eficiente da língua.

Regra gramatical

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