Historia Da Historia Da Educação
Artigos Científicos: Historia Da Historia Da Educação. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: simonecordeiro23 • 1/5/2014 • 1.667 Palavras (7 Páginas) • 2.533 Visualizações
SAVIANI, Dermeval. História da História da educação no Brasil: Um balanço prévio e necessário. Uninove, 2008
O autor do artigo HISTÓRIA DA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL: UM BALANÇO PRÉVIO E NECESSÁRIO, Dermeval Saviani é Professor Emérito da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e Coordenador Geral do Grupo Nacional de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” (HISTEDBR).
Já na introdução Dermeval relembra que em seu outro trabalho (SAVIANI, 2007, p. 9-14), falou sobre a origem das instituições educativas remonta ao momento de ruptura do modo de produção comunal que determinou o advento das sociedades de classes. Localizando-se aí, época, o surgimento da escola, cuja data de referência é o ano de 3.238 a.C. no âmbito das civilizações suméria e egípcia.
Resumidamente a origem das instituições escolares pode ser localizada em 1549 com a chegada dos jesuítas que criaram na então colônia portuguesa, “a primeira escola brasileira”. Partindo desse ponto temos os seguintes termos:
1. O primeiro período (1549-1759): é dominado pelos colégios jesuítas;
2. O segundo (1759-1827): está representado pelas “Aulas Régias” instituídas pela reforma pombalina, como uma primeira tentativa de se instaurar uma escola pública estatal inspirada nas idéias iluministas segundo a estratégia do despotismo esclarecido;
3. O terceiro período (1827-1890): consiste nas primeiras tentativas, descontínuas e intermitentes, de se organizar a educação como responsabilidade do poder público representado pelo governo imperial e pelos governos das províncias;
4. O quarto período (1890-1931): é marcado pela criação das escolas primárias nos estados na forma de grupos escolares, impulsionada pelo ideário do iluminismo republicano;
5. O quinto período (1931-1961): se define pela regulamentação, em âmbito nacional, das escolas superiores, secundárias e primárias, incorporando crescentemente o ideário pedagógico renovador; finalmente, no sexto período, que se estende de 1961 aos dias atuais, dá-se a unificação da regulamentação da educação nacional abrangendo a rede pública (municipal, estadual e federal) e a rede privada as quais, direta ou indiretamente, foram sendo moldadas segundo uma concepção produtivista de escola (SAVIANI, 2005, p. 12).
Sobre o que foi solicitado ao autor pelos organizadores com o tema “História da história da educação” referindo à história rerum gestarum. Ele aborda com os seguintes apontamentos o tema proposto.
O autor considera que se é pela história que nós nos formamos como homens; que é por ela que nós nos conhecemos e ascendemos à plena consciência do que somos; que pelo estudo do que fomos ao passado descobrimos ao mesmo tempo o que somos no presente e o que podemos vir a ser no futuro, o conhecimento histórico emerge como uma necessidade vital de todo ser humano. Tendo em vista que a realidade humana de cada indivíduo se constrói na relação com os outros e se desenvolve no tempo, a memória se configura como uma faculdade específica e essencialmente humana e atinge sua máxima expressão quando se manifesta como memória histórica.
No friso do autor ele diz que o ofício dos historiadores é lembrar o que os outros esquecem. Talvez seja essa a principal coisa que a pesquisa histórico-educacional tem a nos dizer mesmo porque também os cursos de formação de educadores parecem se mover num “presente contínuo” em decorrência do esquecimento da história. Pelo trabalho historiográfico cabe-nos lembrar aos educadores e a toda a sociedade do país aquilo que, embora presente em sua prática cotidiana tende a ser sistematicamente esquecido: que a situação na qual o trabalho educativo se processa, os avanços e recuos, os problemas que os educadores enfrentam são produtos de construções históricas.
Em relação à preservação da memória o autor destaca pela relevância e extensão das obras, duas contribuições características desse vetor.
A primeira diz respeito a José Ricardo Pires de Almeida, membro honorário do IHGB, autor daquela que é considerada a primeira história sistematizada da educação brasileira. Além de citar passagens dos documentos legislativos e estatísticos no corpo do trabalho e em notas de rodapé, vários desses documentos são incorporados integralmente à narrativa constitutiva da obra. Na tradução em português os 29 documentos que, no original, compunham as notas de rodapé da Introdução do livro, cujo objeto é a educação no período colonial, foram reunidos num Anexo, sendo introduzido, também, um índice dos 46 quadros estatísticos que se distribuem ao longo do texto.
O segundo destaque se reporta a Primitivo Moacyr, também vinculado ao IHGB. Como advogado e funcionário da Câmara dos Deputados desde 1895 até sua aposentadoria em 1933, acumulou o cargo de chefe da redação de debates com o serviço de documentos parlamentares.
Dermeval Saviani fala ainda em outro parágrafo sobre a preocupação com a preservação da memória educativa. Ele relata que essa preocupação vai assumir, a partir da configuração da história da educação brasileira como um campo específico de investigação, o caráter de levantamento, identificação, classificação e catalogação de fontes. Isso ocorre de modo especial a partir dos anos de 1970 com a implantação dos programas de pó-graduação, convertendo-se em projetos sistemáticos a partir da década de 1990 com a instalação de grupos de pesquisa na área de história da educação.
O segundo vetor da construção da memória da educação brasileira foi a introdução da disciplina “história da educação” no currículo dos cursos de formação de professores.
A presença da história da educação nos currículos formativos trouxe a necessidade da elaboração de compêndios que viessem a subsidiar os trabalhos dos professores. O primeiro desses manuais foi o livro Noções de história da educação, de Afrânio Peixoto (1933), seguido das madres Francisca Peeters e Maria Augusta de Cooman, Pequena História da Educação (1936), de Bento de Andrade Filho, História da educação (1941), Theobaldo Miranda Santos (1945), também tendo por título Noções de história da educação, Ruy de Ayres Bello, Esboço de história da educação (1945), de Raul Briquet (1946), História da educação: evolução do pensamento educacional, Aquiles Archêro Júnior, História da Educação, 1957, José Antônio Tobias, História da educação brasileira (s/d.) e Tito Lívio Ferreira, História da educação lusobrasileira (1966).
Iniciativas mais consistentes de elaborar manuais didáticos especificamente
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