Invisibilidade Social (Redação)

Invisibilidade Social

“Com o intuito de realizar uma pesquisa que viria compor sua dissertação de mestrado sobre o tema, Fernando Braga da Costa, psicólogo da Universidade Federal de São Paulo (USP), vestiu o uniforme dos garis e assumiu o ofício da limpeza do espaço universitário. Ele, habituado ao ambiente amistoso em que trabalhava, cumprimentava até os menos conhecidos. O resultado de sua experiência levou-o a uma surpresa: Concluiu que o mesmo calor humano que lhe era dispensado na condição de docente já não lhe era dispensado como gari da USP. De acordo com os dados coletados na pesquisa, Fernando concluiu que quando as pessoas passam por um gari, nem ao menos lhe ocorre a atitude de cumprimenta-lo. Na realidade, as pessoas não o percebem. É como se ele não estivesse ali.”

No mundo de hoje, os nossos valores estão adulterados,o que vale é a aparência. Com o passar dos dias o egoísmo aumenta, há tantas obras a serem feitas, tanta gente precisando de ajuda, e, as pessoas só pensam em si mesmas. Hoje o mundo gira em torno de dinheiro, nos dias atuais a vida vale pelo que se tem e não por aquilo que você é.

A invisibilidade social atinge principalmente as pessoas que trabalham em atividades consideradas irrelevantes como: Lixeiros, garis, faxineiros, seguranças, frentistas, garçons, cobradores de ônibus, e outros de caráter operacional. Estes são vistos como inferiores pela sociedade em geral.

Pessoas que trabalham em atividades consideradas inferiores pela sociedade geralmente nem é visto, muitas vezes nem considerados como seres humanos, e sim, apenas um “elemento” que, atua em atividades nas quais pessoas de classe superior jamais atuariam.

A invisibilidade afeta cada vez mais pessoas com baixa renda, com pouco grau de escolaridade. Isso acontece com os trabalhadores que são considerados de “pouca importância”, porém, esses profissionais trabalham em atividades importantes para sociedade pois, quem recolheria o lixo se não tivessem garis? A rua ficaria suja se não tivessem os varredores de rua. Mais porque não conseguimos enxerga-los? As pessoas vêem mas não enxergam, isso acontece porque grande parte da população brasileira acredita que o “não enxergar” não é não é uma forma de preconceito mais uma conseqüência do dia-a-dia corrido, da falta de comunicação, e ate mesmo, do medo de violência.

Será que é comum passar por uma pessoa e fingir que ela não esta ali? Porque é mais fácil ignorar do que desejar um simples bom dia? Para as ciências sociais a invisibilidade social é caracterizada como uma cegueira que teve a sua origem das diferenças entre as classes, alguns se negam a ver, outros por acharem que não faz parte dos seus iguais. Essa cegueira esta ligada ao fato de que as pessoas participam sem saber, pessoalmente da manutenção dessa cegueira na sociedade. Outras formas claras de invisibilidade social são: Econômica, racial, sexual, etária, entre outras.

A sociedade acostumou-se com esta situação, a invisibilidade já se tornou diariamente estabelecida, hoje é normal passar em certa rua e ver um menino “cheirando cola” ou se esbarrar em um morador de rua. A invisibilidade social provoca sentimentos de desprezo nas pessoas que convivem com ela, pode até levá-la à depressão. Ser visto, ser notado é importante para esse indivíduo, ajuda-o a ser um profissional melhor, desempenhar melhor sua função e a realizar com louvor suas obrigações.

A sociedade invisível

Lutar contra invisibilidade social é um desafio, ainda mais quando grande parte da população não está preparada para conviver com essas pessoas “invisíveis”.

A mídia é responsável por grande parte dessa exclusão. Com todas as propagandas e seu sistema de marketing com seu poder de persuasão, leva as pessoas a idolatrarem os