Modernismo - Primeira Fase
Por: Athaise Moanna Pessoa Rodrigues • 4/7/2016 • Projeto de pesquisa • 641 Palavras (3 Páginas) • 439 Visualizações
Modernismo: primeira fase
A Semana, o Modernismo e Mário
Dá-se o nome de Modernismo ao movimento artístico do início do século XX que, influenciado pelas transformações filosóficas, científicas, políticas, sociais e econômicas que se processavam no mundo, rompeu de maneira ampla e sistemática com as tradições estéticas anteriores.
No Brasil, tudo começou em 1922, quando um acontecimento artístico chocou a burguesia paulistana, colocando o Brasil em consonância com o espírito revolucionário das vanguardas europeias. Trata-se da Semana de Arte Moderna, que aconteceu nas noites de 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo.
Artistas consagrados dividiram o palco com jovens talentos ainda desconhecidos. Assim, músicos, pintores, escultores, arquitetos, poetas e ensaístas, em meio a leituras de poesia, discursos, concertos, recitais, exposições, contribuíram para incendiar a cultura brasileira do início do século XX.
Tomando como ponto de partida a Semana de 22, costuma-se dividir didaticamente o movimento modernista brasileiro em três fases: de 1922 a 1930 temos a fase de implantação do movimento; de 1930 a 1945, a de consolidação; de 1945 em diante, a fase pós-modernista ou de “fragmentação” do movimento.
Influenciados pelo espírito contestador da Semana de 22, nossos primeiros modernistas fundaram revistas, escreveram manifestos, propuseram teorias estéticas. Não houve uniformidade entre as muitas propostas que surgiram, mas é possível apontar as seguintes características como as mais relevantes desse primeiro tempo: coloquialismo, prosaísmo, versilibrismo, nacionalismo crítico, síntese, humor. Os nomes mais importantes nessa fase foram Oswald de Andrade (1890-1954), Mário de Andrade (1893-1945) e Manuel Bandeira (1886-1968).
Mário de Andrade foi o grande ativista político-cultural do Modernismo, tendo feito de tudo um pouco: romance, poesia, crítica, conto, ensaio. Sua obra sugere que ele buscava as novidades artísticas da mesma forma que demonstrava conhecer as tradições literárias, o que confirma seu ecletismo cultural e artístico. As duas paixões de Mário foram a cidade de São Paulo e o Brasil. Pauliceia desvairada (1922), por exemplo, tematiza São Paulo;Macunaíma (1928), o Brasil.
Em Macunaíma, o narrador vai apresentando lendas folclóricas revisitadas e misturando gêneros literários, ao mesmo tempo que o protagonista, “o herói sem nenhum caráter”, é a representação de um povo ainda sem características próprias definidas, de um país em busca de sua identidade.
Mais um Andrade. E um Bandeira
Oswald de Andrade pode ser considerado o mais modernista dos modernistas, devido ao experimentalismo formal que caracterizou sua obra e que o colocou sempre no centro das discussões sobre arte moderna no Brasil.
Além de ter participado ativamente da Semana de 22, ele foi o primeiro escritor a compor um romance de acordo com os preceitos do Modernismo: trata-se de Memórias sentimentais de João Miramar, obra de 1924 que dissolve os limites entre prosa e poesia. Mais tarde, em 1933, ele ainda escreveu mais um romance modernista: Serafim Ponte Grande, obra mais madura e mais combativa que as anteriores.
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