Movimentos De Vanguarda

Movimentos de Vanguarda

Contexto Histórico

É no início do século XX que surge um novo jeito de se fazer arte, as chamadas vanguardas europeias. Nesse período, a Europa estava em clima de contentamento diante dos progressos industriais, dos avanços tecnológicos, das descobertas científicas e médicas, como: eletricidade, telefone, rádio, telégrafo, vacina antirrábica, os tipos sanguíneos, cinema, RX, submarino, produção do fósforo. Ao mesmo tempo, o endurecimento do nacionalismo no continente europeu, aliado ao descontentamento pela partilha imperialista da África e regiões da Ásia e a disputa pelos mercados financeiros ocasionou a I Guerra Mundial, que durou de 1914 a 1918, tendo como consequências o declínio europeu e a ascensão dos Estados Unidos.

Em 1917, a Revolução Russa leva os trabalhadores ao poder e à criação de um novo país: a União Soviética. A urbanização, a corrida armamentista, as crises econômicas, as disputas na Europa e o surgimento de modelos nacionalistas como o nazismo e o fascismo criavam um clima tenso e contraditório, mas profundamente propício à criação artística.

No Brasil a Monarquia chega ao fim e a República é proclamada, o regime escravocrata vai dar lugar a mão de obra livre. E é em meio a essas grandes mudanças que diversas revoltas populares irão surgir em resposta às péssimas condições de vida da população em geral, a fome, a miséria e a desigualdade social que assolava todo o país.

• Cubismo

Cubismo, que teve seu início em 1907 quando o pintor espanhol Pablo Picasso expôs sua criação em Paris e chegou ao fim em 1914, é a arte de decompor e recompor a realidade, é fruto de um processo de construção em que o fato e a ficção se misturam. Nas artes plásticas a realidade é apresentada a partir de formas geométricas, fragmentando o espaço tridimensional, espalhando objetos sobre diversos planos e não transcrevendo-os tal como seriam vistos.

Na literatura sua manifestação se dá por meio da realidade aparente em oposição à realidade pensada, interpretada. O discurso apresenta-se desprovido de uma sequência lógica, marcado por uma desordem proposital na apresentação de seus elementos e por uma enumeração aleatória de fragmentação da realidade, na qual passado e futuro parecem se fundir. Outra característica marcante é à desvalorização da estrofe, da pontuação, métrica e rima.

Os principais representantes do cubismo na literatura são: Guillaume Apollinaire, Blaise Cendrars, John dos Passos e Vladimir Maiakóvski. Já na pintura, aqueles que se destacaram foram: Pablo Picasso, Georges Braque , Fernand Léger, André de Lothe, Juan Gris.

• Futurismo

É um movimento artístico e literário, que surgiu oficialmente em 20 de fevereiro de 1909, com a publicação do Manifesto Futurista, do poeta italiano Filippo Marinetti, no jornal francês Le Figaro. A obra rejeitava o moralismo e o passado. O futurismo apresentava um novo tipo de beleza, baseado na velocidade exposta pelas figuras em movimento no espaço, na vida moderna, na elevação da violência, rompendo qualquer relação com a arte do passado e utilizando a propaganda como forma de comunicação.

Nas artes plásticas, as obras reproduziam o mesmo ritmo e espírito da sociedade industrial. A pintura é influenciada pelo cubismo e abstracionismo, mas a utilização das cores vivas, os contrastes, as sobreposições de imagens pretendiam dar a ideia de dinamismo.

Os principais autores desse movimento foram: Filippo T. Marinette, Vladimir Maiakovski, Émile Verhaeren, Fernando Pessoa, Joan Salvat-Papassei. Nas artes plásticas, seus principais representantes foram: Giacomo Balla, Carlo Carra e Umberto Boccioni.

• Expressionismo

O expressionismo é um movimento artístico que procura a expressão dos sentimentos e das emoções do autor, não tanto a representação objetiva da realidade. Este movimento revela o lado pessimista da vida, a face oculta da modernização, o isolamento, a alienação, a massificação presentes nas grandes cidades, os sentimentos humanos mais profundos eram captados pelos artistas, revelando a angústia existencial como o principal motor dessa vanguarda.

A pintura expressionista será caracterizada pela deformação da imagem visual e pelas cores resplandecentes, vibrantes, fundidas ou separadas. O pintor recusa o aprendizado técnico e pinta conforme as exigências de sua sensibilidade, manifestando preferência pelo patético, trágico e sombrio, vivendo não apenas do drama do homem, mas também da sociedade.

A