O Acidente em Mariana

O desastre ocorrido em decorrência do rompimento da barragem de Fundão, localizada no subdistrito de Bento Rodrigues, é considerado uma das maiores tragédias ambientais do Brasil. Os danos foram tanto ambientais como sociais, e persistem suspeitas sobre o “acidente” afirmado como um acontecimento inevitável.

        A tragédia de Bento Rodrigues afetou todo o ecossistema ligado à região, através da lama dos rejeitos da barragem o Rio Doce foi contaminado juntamente a toda fauna e flora ligadas a ele. O ressecamento da lama provocará uma pavimentação do solo que tornará a região coberta infértil, assim como inviáveis futuras construções; as faunas terrestre e, principalmente, aquática tiveram grandes perdas, com previsão de extinção para algumas espécies. A população, na maioria desabrigadas, perdeu toda sua cultura, e as comunidades ribeirinhas, devido à contaminação do Rio Doce, a pesca, sua fonte de sustento.

        Ainda há dúvidas sobre o suposto “acidente” no rompimento da barragem quanto à culpa da Samarco sobre todo o ocorrido, há acusações sobre análises de que a empresa cometeu negligência e não realizou a fiscalização corretamente da barragem. A Samarco foi multada por crime ambiental, assim como, não tão coincidentemente, as empresas Vale S.A. e BHP Billiton, as quais pertence, também já foram. Observa-se que os interesses econômicos das empresas sobrepuseram as considerações sobre os riscos e consequências de suas escolhas, mesmo porque a legislação brasileira é falha quanto à atribuição de responsabilidades, além da aplicação das leis ser comprometida pela corrupção política que contribui na redução das devidas punições.

        Mediante o exposto, conclui-se que os vários danos consequentes do desastre são frutos do descaso de empresas com interesses puramente econômicos sobre os efeitos de suas ações, punidas inadequadamente e favorecidas por serem cúmplices de toda uma cadeira de interesses ligada a imoralidade de pessoas com influência política.

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