O Brasil no Mapa da Fome
Por: Juliana Silva • 21/6/2021 • Pesquisas Acadêmicas • 1.691 Palavras (7 Páginas) • 172 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE- UFF
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA POLÍTICA
CIÊNCIAS SOCIAIS 2020.2 (Política IV)
Professora: Maria Antonieta Leopoldi
Aluna: Juliana S. Silva
A pandemia da covid-19 como fator determinante para o retorno do
Brasil ao mapa da fome:
Em março de 2020 a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou
a covid-19 como pandemia, decretando diversas medidas de proteção e
restrição como forma de conter o surto. Sem aviso, data definida para
início ou termino, o informalmente chamado, coronavírus chegou e
trouxe ao mundo uma nova forma de vida, sendo ela basicamente
remota e virtual. No Brasil, não obstante do restante do mundo, o vírus
se desenvolveu de forma brutal, nos mostrando claramente “a que veio”.
Com números aterrorizantes, o vírus desestabilizou o país “apenas” na
primeira quinzena. Em meados de abril o número de infectados no
Brasil chegava a 30 mil, enquanto o de mortos chegava a 2 mil, em
pouco mais de um mês após o decreto. Com a “descoberta” do vírus o
Brasil não só foi levado ao estado de calamidade na saúde, mas
também em todos os aspectos que constituem uma sociedade, nesse
caso os problemas sociais e em específico, a insegurança alimentar.
nx Entre medidas protetivas e econômicas, o Brasil passou no último
ano por diversas modificações que causaram e ainda causam
insegurança, entre elas a mais grave e a mais temida pela população, a
fome. Sendo essa insegurança também o principal motivo para que os
trabalhadores brasileiros assalariados e comerciários, arrisquem suas
vidas para levarem para casa o famoso “pão de cada dia”. Ainda que
como nação, o Brasil permaneça sendo uma grande potência na
agricultura, o País retornou em 2020 ao mapa da fome, após ser
retirado a pouco mais de apenas 6 anos. De acordo com dados do
IBGE, em 2013, pouco antes de ser retirado do mapa pela primeira vez,
a fome no país em sua situação mais grave, atingia cerca de 52,05
milhões de pessoas, enquanto em 2021 (pouco depois de seu
reingresso ao mapa) cerca de 117 milhões de pessoas se encontram
em situação de insegurança alimentar, de acordo com os mesmos
dados.
jhÉ importante frisar aqui antes de qualquer outra informação, que a
pandemia em si não foi o único fator que levou o Brasil a essa situação.
Em 2018, antes mesmo de qualquer indício do vírus, cerca de 100 mil
pessoas já se encontravam em situação de fome no País. Dessa forma,
a pandemia não seria o fator para que o Brasil se encontrasse hoje na
situação em que se encontra, mas sim uma contribuinte para o grande
aumento dos números, podendo ser considerada como o “estopim” para
o “caos da fome” no Brasil. A final de contas em um país em que a taxa
de desemprego chegava a 12,3 milhões de pessoas antes dos decretos,
das medidas restritivas e da própria pandemia, o retrocesso a
insegurança alimentar no Brasil era certo em futuro talvez não tão
distante, mas esse processo de retrospecção que já era analisado foi
acelerado pela falta de planejamento e certo despreparo do governo
brasileiro.
hnNo Brasil, a pandemia do novo coronavírus se desenvolveu e se
desenrola não “apenas” como uma grande “tragédia sanitária” como tem
sido classificada em algumas partes do mundo, mas também como uma
das maiores tragédias sociais e econômicas. Não o bastasse as
restrições de transporte, importação, exportação e venda de
mercadorias, que garantiam grande parte da renda de boa parte da
população, como motivo para o aumento da escassez alimentar, temos
também o corte por parte do governo federal de ações sociais e de
políticas públicas, que em determinado ponto se davam como principal
meio de subsistência por determinadas partes da população brasileira,
que em sua maioria é carente. De acordo com o IBGE, só em 2019
cerca de 13,5 milhões de pessoas passavam por necessidades e tinha
falta de “meios” essenciais, como água limpa e alimentos, mesmo com
diversas medidas de assistência política que tentavam assegurar
melhores condições de vida, como a exemplo, o Bolsa-família.
cEnquanto diversos países e seus respectivos governos ao redor do
globo se concentram em criar, melhorar ou estender suas políticas
públicas para que funcionem de maneira eficaz em conjunto com as
medidas de restrição e proteção contra o vírus, como uma espécie de
“conjunto harmonioso” para cessar o vírus e de forma
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