A Fome no Brasil
Por: Ranine • 29/3/2023 • Trabalho acadêmico • 2.073 Palavras (9 Páginas) • 163 Visualizações
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GEOGRAFIA
RANINE FERREIRA DOS SANTOS MARTINS
FOME NO BRASIL
Edealina
2022[pic 3]
RANINE FERREIRA DOS SANTOS MARTINS
FOME NO BRASIL
Trabalho apresentado à Universidade UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média semestral nas disciplinas norteadoras do semestre letivo.
Edealina
2022
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 3
2 DESENVOLVIMENTO 4
2.1 ATIVIDADE 01 4
2.2 ATIVIDADE 02 7
3 CONCLUSÃO 9
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 10
1 INTRODUÇÃO
O contexto atual da vida brasileira tem suscitado debate sobre as questões de geografia social, colocando em pauta discussão sobre segurança alimentar e nutricional, consoante à volta abrupta do Brasil ao mapa da fome da Organização das Nações Unidas (ONU) em 2018, tendo como base os desmontes das principais políticas públicas de combate à fome.
É importante destacar que o cidadão possui direito humano à alimentação adequada (DHAA) sem prejuízo de acesso às demais necessidades essenciais (tais como saúde, moradia, cultura etc.) e respeitando a diversidade cultural, ambiental e econômica. Contudo, essa é uma vivência distante de muitos brasileiros.
Com a pandemia, se observou uma acentuação da vulnerabilidade social. Dessa forma, desafios já existentes como os de âmbito alimentar e nutricional tiveram um maior crescimento. A partir do contexto da pandemia da covid-19, observa-se uma agudização da questão social, incitando a pauperização e em decorrência disso, a insegurança alimentar. Logo, o objeto desta produção surgiu a partir de dados estatístico que instigaram o interesse em estudar sobre o tema.
Nesse sentido, busca-se analisar dados sobre a fome no Brasil. Para isso, será utilizada como base a ciência da Geografia, a qual busca estudar as relações entre o homem e a natureza, bem como os efeitos desta relação, incluindo o fenômeno da fome. Por possuir dados relevantes e uma visão crítica, esta produção irá abordar também a importância desta temática em sala de aula, por meio do desenvolvimento de um plano de aula.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 ATIVIDADE 01
A geografia quantitativa é uma corrente geográfico fruto do movimento de Renovação da Geografia também chamado Geografia Quantitativa Teorética. É válido ressaltar que há autores que denominaram essa corrente como sendo também Nova Geografia, uma vez que esta “rompe” com o paradigma da Geografia Tradicional.
De acordo com Moraes (2002), essa corrente é uma resposta a Geografia Tradicional, na medida em que seus teóricos afirmam que a geografia tradicional ”teve sempre uma ótima retrospectiva, isto é, falava do passado, era um conhecimento de situações já superadas. Assim não informava a ação, não previa; logo, era inoperante como instrumento de intervenção da realidade” (MORAES, 2002, p.100).
Essa é a principal critica que os estudiosos da Teorética Quantitativa fazem aos geógrafos tradicionais. Em síntese a Geografia Tradicional deveria ter mais objetividade para com a realidade. Assim sendo, a Geografia Quantitativa propõe uma renovação metodológica, por meio do desenvolvimento de um conhecimento voltado para o futuro, enfatizando a procura por novas técnicas, linguagens e instrumentalização da Geografia.
Sobre a denominação Teóretica Quantitativa, Christofoletti (1982 apud CAMARGO; REIS JÚNIOR, 2004) explica que é quantitativa uma vez faz aplicação intensiva de técnicas estatísticas e matemáticas nas análises geográficas. Essa corrente, portanto, defende a utilização de métodos matemáticos e estatísticos para estudar os fenômenos naturais e sociais que são objetos de estudo da Geografia. Dessa forma, traz dados e números para a análise das realidades sociais.
Já a expressão Teorética diz respeito ao aspecto teórico e metodológico, “subtendendo como indispensável para toda análise quantitativa e inclui os processos de abstração necessários às etapas da metodologia e da explicação” (CHRISTOFOLETTI, 1982, p. 17 apud CAMARGO; REIS JÚNIOR, 2004). Dentre os benefícios que a Geografia Teorética Quantitativa trouxe para esta ciência pode ser citado o aumento da discussão sobre os aspectos metodológicos da mesma, além de ter permitido o debate para o surgimento de outros modos de se pensar esta ciência (CAMARGO & REIS JÚNIOR, 2004).
Trazendo essa perspectiva para a questão da Fome no Brasil, a teoria Quantitativa compreende esse fenômeno a partir do estudo de dados estatísticos referentes a quantidade de pessoas em situação de fome no Brasil, bem como as interseções relacionadas a vulnerabilidade social, regiões, sexo, faixa etária e outros. Assim, permite transpor a realidade para números.
Por exemplo, o Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil observou que houve um aumento na Insegurança Alimentar no Brasil, com mais de 100 milhões de pessoas em situação de Insegurança Alimentar, sendo um exemplo de estudo da Geografia Quantitativa.
Também é importante olhar para outras perspectivas geográficas em relação a questão da fome. Dentre estas, destaca-se a Geografia Crítica, a qual possui como foco a denúncia, crítica e transformação social, defendendo a importância de buscar a identificação dos problemas da sociedade.
Nesse contexto, defende-se que o espaço geográfico é um produto das relações do homem com o outro e com a natureza é a principal premissa, pois para a Geografia Crítica a sociedade não é passiva perante a natureza, ocorrendo, portanto, um processo de caráter dialético entre o homem e natureza. Com isso, há a produção e espaço e em sociedade em momentos distintos, com funções distintas. Assim explica Santos (2011, p. 6):
Enquanto concepção geográfica, a leitura mundo pelo viés da Geocrítica apresenta um corpo metodológico que fundamenta as análises propostas, o materialismo histórico é o método de investigação pelo qual se dará todo o processo de entendimento da realidade. Nesse sentido, conforme Henrique (2002) o sujeito vai inteirar-se no mundo de diferentes formas, a partir da sua realidade, da história, de forma que se torna indissociável o seu movimento com o da sociedade.
Desse modo, a fome no Brasil, por meio da perspectiva da Geografia Crítica, deve ser vista como um resultado da relação da sociedade com a natureza, considerando os contextos sócio-históricos desta relação. Desse modo, a fome no Brasil não é vista somente por meio de números, mas da reflexão dos efeitos do sistema socioeconômico, fruto de um processo histórico que gerou as situações de fome no país.
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