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O MANEJO IMPRÓPRIO DO LIXO TÊXTIL: UMA ADVERSIDADE AMBIENTAL EM DESTAQUE NO BRASIL

Por:   •  6/6/2022  •  Ensaio  •  784 Palavras (4 Páginas)  •  149 Visualizações

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AULA 12: REDAÇÃO PARA ANÁLISE DO SIMULADO

TEMA: O MANEJO IMPRÓPRIO DO LIXO TÊXTIL: UMA ADVERSIDADE AMBIENTAL EM DESTAQUE NO BRASIL

Conforme o astrônomo e matemático polonês do século XV Nicolau Copérnico, “A sabedoria da natureza é tal que não produz nada de supérfluo ou inútil”. A esse respeito, no século XXI, considerando-se o contexto brasileiro, o País parece não considerar a premissa desse célebre pensador, uma vez que o descarte exagerado do que poderia ser reaproveitado em meio a resíduos têxteis tem evidenciado complexos danos à preservação ambiental no Brasil. Essa situação alarmante sinaliza a necessidade de uma atuação mais contundente de setores da administração pública e do corpo social em geral, com o fito de alinhar o País às melhores práticas sustentáveis existentes no tocante a esse tipo de detrito originário de tecidos.

Com efeito, mesmo que o Estado brasileiro disponha de mecanismos jurídicos detalhados os quais garantem punições a gestores públicos municipais, a empresas e até a indivíduos displicentes com o gerenciamento adequado ou com a alta produção de detritos, a exemplo da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e da Lei de Crimes Ambientais, mostra-se evidentemente reduzido, diante da exorbitante quantidade de lixo têxtil no País, o cumprimento dessas legislações por algumas prefeituras, por setores da iniciativa empresarial e por diversos cidadãos. Consequentemente, o acúmulo de refugos provenientes, principalmente, de algodão, viscose e poliéster aumenta a produção de CO2, responsável por acidificar águas e por aumentar a temperatura global, e de várias toxinas oriundas das fibras, que também comprometem diversos ecossistemas. Essa conjuntura política que envolve o descumprimento da farta legislação brasileira referente ao manejo de detritos – inclusive têxteis – fica ilustrada não apenas pelo grande volume de lixões em diversos municípios em detrimento de aterros sanitários, onde haveria melhor tratamento final para esses resíduos, mas também pelos insuficientes informes governamentais de educação sustentável à população, os quais poderiam oportunizar maior conhecimento das leis nacionais relacionadas ao tema e, por conseguinte, mais denúncias do descumprimento dessas legislações pelas iniciativas pública e privada, além de mais incentivos para que a comunidade exigisse de políticos locais e de empresários a priorização orçamentária da lógica de sustentabilidade ambiental.

Ademais, é evidente a fragilidade de uma sólida cultura social de reaproveitamento ou ainda de reciclagem de resíduos no Brasil como fator que culmina em um acúmulo desproporcional de lixo têxtil no País. Essa mentalidade displicente com tal problemática ambiental encontra justificativa no fato de muitos núcleos familiares, ambientes escolares e até empresas não se empenharem suficientemente para a formação de um paradigma cultural de responsabilidade compartilhada, que provoque, desde a infância até a vida laboral das pessoas em geral, o ímpeto de cidadania voltado à preservação da natureza a partir de conceitos sustentáveis simples e cotidianos, como o de conservar peças de roupa por mais tempo antes de inutilizar por mero hábito de “renovar o guarda-roupas” ou o de facilitar a reciclagem do lixo têxtil com a básica separação dos resíduos por tipos antes do descarte. Prova de que há um senso crítico comprometido nesse sentido são cerca de 170 mil toneladas anuais desse tipo de refugo no Brasil, de acordo com dados do relatório “Fios da Moda”, muitas vezes nem reutilizadas, nem recicladas. Todo esse panorama displicente com a conservação de ecossistemas atesta que, de fato, a lógica de Copérnico acerca da inteligência da natureza é aparentemente desconsiderada na formação cultural de diversos indivíduos.

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