O Trabalho de Sociologia
Por: Matheus Sabino • 24/2/2020 • Artigo • 561 Palavras (3 Páginas) • 144 Visualizações
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Mapas não são invenções atuais, mas sim recursos estudados há milhares de anos. Desde os tempos mais antigos, os mapas têm sido utilizados como forma de manipular a realidade, concretizando o retórico a fim de concentrar o poder na mão de poucos. Quando se fala em ler um mapa, logo vem à mente o estudo de suas características geográficas, mas qual a história por trás de tudo? Qual mensagem o mesmo expressa dentro de todo um contexto sócio-político-cultural da época em que foi feito? Perguntas como essas foram tratadas no texto Maps, knowledge and Power In The iconography of landscape: Essays on the symbolic representation, design and use of past environments, sob a direção de Denis Consgrove e Stephen Daniels (New York: Cambridge University Press, 1988).
Enxergar os mapas como imagens que nunca são isentas de juízo de valor é um ponto de vista que eu nunca havia explorado. Ao estudar Geografia, temos uma visão superficial, uma visão exclusivamente dos territórios geográficos, salvo alguns mapas que mostram estatísticas sociais dentro de determinado contexto (exemplo: mapas sobre fluxos de imigração).
Para que haja interação, é necessária a significação das coisas que ocorre por meio do reconhecimento de símbolos. Esse pensamento conhecido como Interacionismo Simbólico tem suas premissas e teve como principal fundador, George Herbert Mead (1863 – 1931). “O homem vive em um mundo de significados. O que ele ouve e vê significa o que ele vai ou pode resolver.” (Mead,1926). Os significados atribuídos ao que vemos são os fatores determinantes das ações que serão tomadas a seguir, ou seja, se vemos algo que queremos, mas não nos pertence, nossas ações serão baseadas na visão do que se almeja obter.
Portanto, como meio de estruturar o mundo dos homens, os mapas vêm de forma a trazer significados, esses, são símbolos, produtos da interação humana, seja ela de forma passiva ou não; conflitos e guerras também são formas de interação, uma vez que apenas são possíveis através do contato e estabelecem comunicação humana.
Uma colocação que me chamou a atenção foi a comparação de mapas aos canhões e navios de guerra, os colocando no mesmo patamar, afirmando que os mapas foram as armas do imperialismo. O texto diz que um traço de lápis sobre um mapa pode determinar a vida e a morte de milhares de pessoas e eu não poderia concordar mais. Vivemos em um mundo cujas pessoas têm se demonstrado cada vez mais egoístas e individualistas, pois fazem o necessário, independente do mal que possa trazer, para conseguirem suas vontades.
Tamanha influência social exercida pelos mapas, que não percebemos o quanto esses moldam nossos pensamentos e conceitos; tudo está de um jeito por um motivo, pois alguém pensou antes para que pudéssemos ter certa concepção acerca de algo. Um grande exemplo é o Eurocentrismo que exaltava a Europa não só em âmbitos culturais, mas em mapas, seu território era aumentado de forma a expressar sua suposta superioridade; consta-se então, mais uma forma da “elite” ascender em todos os meios existentes.
Estar atento do tipo de informação que consumimos e sempre buscar conhecimento são as únicas formas de tentarmos nos blindar de uma sociedade que a todo tempo tenta nos manipular, usando os mais diversos mecanismos para consegui-lo. Mapas não mostram apenas territórios, mas mostram histórias, vida, morte e mensagens que talvez nunca sejamos capazes de decifrar, ou que de forma “silenciosa” já nos influencie.
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