O conceito de linguagem de Bakhtin
Resenha: O conceito de linguagem de Bakhtin. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: marcelaferrari • 21/2/2015 • Resenha • 299 Palavras (2 Páginas) • 521 Visualizações
2 Partindo das considerações de Barros (1996) em relação à área de interesse de Bakhtin, a autora afirma que, sem dúvida, o dialogismo, o do princípio dialógico era o tema dominante em seus estudos.
A concepção de linguagem de Bakhtin é dialógica, se a ciência humana tem método e objetos dialógicos, também suas idéias sobre o homem e a vida são marcada pelo princípio dialógico. Para Bakhtin (1992,35-36), “a alteridade define o ser humano, pois o outro é indispensável para sua concepção: é impossível pensar no homem fora das relações que o ligam ao outro”. Em outras palavras, o autor explica que ser significa comunicar-se, pois a vida é dialógica por natureza.
Bakhtin considera o dialogismo o princípio constitutivo da linguagem e a condição do sentido do discurso. O autor insiste no fato de que o discurso não é individual: 1º) não é individual porque é construído entre pelo menos dois interlocutores que, por sua vez, são seres sociais; 2º) não é individual porque se constrói como um “dialogo entre discursos”, ou seja, porque mantém relações com outros discursos.
Barros (1996) ainda destaca que, Bakhtin aponta no enunciado-discurso dois aspectos: o que vem da língua e o que vem do contexto. Concebe o enunciado como produto de uma enunciação ou de um contexto histórico, social, cultural, etc. É nesse contexto, que participantes interagem verbalmente com seus enunciados de forma concreta e ativa. O discurso que resulta desse processo é dialógico, pois requer reação-resposta ativa daquele a quem é destinado os enunciados.
Sendo assim, os enunciados, pelo seu papel e lugar, representam unidades concretas e únicas da comunicação discursiva, por outro, pela sua natureza dialógica (o dialogismo é constitutivo), não podem deixar de se tocar nessa cadeia, estando vinculados uns aos outros por relações dialógicas, que são relações de sentido (Rodrigues, 2005).
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