Os Movimentos literários
Por: frangojsj • 16/11/2017 • Projeto de pesquisa • 2.022 Palavras (9 Páginas) • 365 Visualizações
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Guimarães Rosa: a linguagem reinventada
João Guimarães Rosa (1908-1967), desde cedo mostrou interesse por línguas e pelas coisas da natureza. Foi clinicando e diplomata. No exercício de cargos diplomáticos, viveu em vários países, sempre escrevendo e ampliando seu conhecimento sobre línguas e culturas diferentes. Guimarães é uma das principais expressões da literatura brasileira. A genialidade de sua obra tem deslumbrado as várias tendências da crítica e do público. Dentre suas obras podemos citar: Magma, Sagarana, Corpo de baile, Grande Sertão, entre outras.
Pg 334
A novidade na linguagem
A grande novidade linguística introduzida pelo regionalismo de Guimarães Rosa foi recriar na literatura a fala do sertanejo tanto no plano do vocabulário como no da sintaxe e no da melodia da frase. Dando voz ao homem do sertão por meio das técnicas como o foco narrativo em 1ª pessoa,o discurso direto e o discurso indireto livre. Sua narrativa faz uso de recursos mais comuns à poesia, como o ritmo, as aliterações, as metáforas e as imagens, tendo assim uma prosa altamente poética, situada no limite entre a poesia e a prosa.
Pg 336
Regionalismo e universalismo
Outro aspecto em destaque da obra roseana é sua capacidade de transpor os limites do espaço regional em que quase sempre se situam seus textos e alcançar uma dimensão universal. Guimarães Rosa é um dos escritores que representam a síntese de toda uma trajetória de experiências formais e ideológicas da literatura de uma geração e, às vezes, da literatura de um século.
Pg 337
Grande sertão: veredas ou uma história de travessias
Grande Sertão: veredas, de Guimarães Rosa, é considerada o mais importante romance brasileiro do século XX e uma das melhores obras de ficção da literatura universal de todos os tempos. Riobaldo, seu narrador-protagonista, um velho e pacato fazendeiro, traz a tona suas lembranças em torno de lutas sangrentas de jagunços, perseguições e emboscadas nos sertões, bem como suas aventuras amorosas. E ao mesmo tempo, riobaldo vai relatando as preocupações metafísicas que sempre marcaram sua vida, como a questão da existência ou não do diabo.
Pg 336/337
O amor e suas ambiguidades
Riobaldo conhece e relata três amores na história: o envolvimento com Octacília, moça recatada que conheceu numa fazenda; o amor sensual de Nhorinhá, uma prostituta e o amor ambíguo e envolvente de Diadorim. Desses 3, o último é o mais importante e, ao mesmo tempo, o amor impossível, por Diadorim (nome íntimo de Reinaldo), o melhor amigo de Riobaldo ser um homem. No final da obra, depois que Diadorim mata Hermógenes e é morto por ele no encontro final, os corpos são recolhidos para serem lavados. Então se descobre que Diadorim era mulher e se disfarçara de homem apenas para ser aceita no bando e vingar a morte de seu pai.A revelação leva Riobaldo ao desespero.
Pg 340
João Cabral de Melo Neto: a linguagem objeto
(1920-1999) É o mais importante poeta da geração de 1940-50, mas trilhou caminhos próprios, dando continuidade a traços da poesia de Drummond e Murilo Mendes, como a poesia substantiva, a objetividade, e a precisão dos vocábulos. Pedra do sono, sua primeira obra, publicada em 1942, em recife apresentava uma tendência para a objetividade, mas é identificada com a orientação surrealista. O poeta também se interessou pelos problemas sociais do nordeste, por temas relacionados a arte e por futebol
Pg 341
O engenheiro da palavra
Nota-se um afastamento da linha surrealista e uma tendência à geometrização e à exatidão da linguagem na obra de João Cabral a partir de “O engenheiro” de 1945. Nas obras posteriores a tendência objetivante aumenta fazendo com que o autor criasse um novo conceito de poesia, desmistificando a chamada “poesia profunda”. Nas obras “O cão sem
plumas”, “O rio”, “Quaderna”, “Morte e vida severina”, “A educação pela pedra”, “Museu de tudo”, “A escola das facas”, “poesia crítica”, Agrestes” e “Andando Sevilha”, observa-se três traços fundamentais: a preocupação com a realidade social, em especial a do nordeste brasileiro, a reflexão permanente sobre a criação artística e o aprimoramento de poética da linguagem
Pg 342
A morte do eu lírico
A poesia de João Cabral é uma das primeiras a indicar um corte entre a poesia romântica e a moderna para ele a poesia não é fruto de inspiração nem de estados emocionais, e sim o resultado de um trabalho racional e árduo.
Pg 343
Morte e vida severina
É a obra mais conhecida de João Cabral. Trata-se de um auto de Natal, que faz uso da redondilha, do ritmo e da musicalidade. Sua primeira encenação, com música de Chico Buarque de Hollanda em 1966 no teatro da PUC de São Paulo, fez grande sucesso e ganhou prêmios no Brasil e na França. A obra conta a história de Severino, um lavrador do sertão pernambucano que para fugir da seca e da miséria vai em busca de trabalho na capital e, no caminho encontra fome, mais miséria e mortes, já na capital, ao ouvir a conversa de dois coveiros, descobre que ali há miséria e morte.
Pg 356
A prosa A Revolução dos Cravos deu origem a uma literatura de extração revisionista, que busca reler os fatos históricos sob uma ótica crítica e social. Nessa produção destacam-se duas linhas: a literatura de guerra e a literatura de fundo histórico. Ao primeiro grupo pertencem escritores como Antonio Lobo Antunes, Wanda Ramos, Francisco Assis Pacheco e Martins Garcia. No segundo grupo situam-se, entre outros, José Saramago, José Cardoso Pires, Augusto Abelaira e Jorge de Sena.
A travessia
Está presente em diversos momentos da obra: a travessia do Rio São Francisco; a travessia do sertão; do amor e do medo, da morte e do diabo e também a travessia que Ribaldo faz de sua própria vida ao repassá-la na memória e contar sua história ao interlocutor.
Pg 356
José Saramago: a utopia e a crítica da realidade É
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