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Praticas Do Letramento

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Por:   •  9/9/2014  •  7.611 Palavras (31 Páginas)  •  286 Visualizações

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A INFÂNCIA E JUVENTUDE DE PAULO FREIRE

Paulo Reglus Neves Freire, conhecido no Brasil e no mundo, simplesmente como Paulo Freire. Filho da dona de casa, Edeltrudes Neves Freire e do sargento da Policia Militar de Pernambuco, Joaquim Temístocres Freire. Nasceu em Recife capital de Pernambuco aos 19 dias do mês de setembro de 1921. O bairro Casa Amarela, no Recife, foi onde Paulo Freire nasceu e viveu ate os 10 anos de idade, ele foi alfabetizado no quintal de sua casa pela própria mãe, ela usava gravetos como instrumente de alfabetização, com eles escrevia no chão do citado quintal e ia paulatinamente ensinando o filho a ler e escrever, com seis anos de idade já lia e escrevia. Conforme dados pesquisados Freire foi cuidado com muito amor e carinho por parte de seus pais, como cita sua esposa.

O quintal da casa, na Estrada do Encanamento, 724, no bairro Casa Amarela, no Recife (PE), foi o espaço de alfabetização de Paulo Freire. Ali, aprendeu a ler e também a escrever, utilizando os gravetos que encontrava pelo chão. Criou-se em um ambiente católico, junto com os irmãos e as irmãs, cercado de muito afeto e atenção dos pais, a ponto de só adormecer embalado pelo som do violão tocado pelo “seu papá”, como o chamava. À sombra das mangueiras, sua mãe o ensinou a ler as palavras que o permitiriam ler o mundo à sua volta.

Talvez um prenúncio daquele que seria o mais revolucionário método de alfabetização proposto no século XX, criado por Paulo Freire na década de 1960, que tinha a realidade do aluno como ponto de partida para a aprendizagem permanente.

Sua mãe escreveu para ele um Livro do Bebê, onde revela fatos, hábitos e casos da sua infância. Ela começa falando do dia do seu nascimento:Paulo nasceu numa segunda-feira de tristeza e aflições, pois o seu Papá estava muito mal, sem esperanças de restabelecer-se, quase que o Paulinho seria órphão ao nascer, porém, o bom Jesus livrou-o dessa desaventura, presenteou-o restituindo a saúde ao seu Papá".

A senhora Edeltrudes confessa que ele é orgulhoso e que só falará quando souber mesmo. Fala do quanto ele é afetuoso e ciumento e não consente que seus irmãozinhos aproximem-se da mãe. Fica com raiva e diz logo "sai, sai, mamãe minha". Paulo Freire foi uma criança muito devota. Assim diz a mãe: "com verdadeiro carinho pega no crucifixo". “Ele não se conformava em ir à aula sem as lições prontas, chorava demais. Enquanto não tinha certeza que sabia, não comparecia à aula", acrescentou ela. Aos 6 anos, já alfabetizado, ele entra para a escola particular da sua primeira professora, Eunice Vasconcelos, a quem se refere sempre como “professorinha”, uma presença muito forte em sua formação. Ela o ensinou a colocar no papel quantas palavras pudesse, para depois formar sentenças e discutir com ele o significado de cada uma delas: ( Ana Maria Araújo.)

Aos 10 anos de idade Paulo Freire e sua família ruma para Jaboatão no entorno da capital pernambucana. Na nova moradia ele perde seu pai com apena 13 anos de idade, é sua fase de adolescência. Estabelece relações com seus colegas de escola e vizinhos, é a fase de seu crescimento físico e intelectual, as novas amizades é o ponto positivo em Jaboatão. Porem a perda do seu amado pai foi muito impactante e gerou muitas dificuldades. Paulo Freire e seus irmãos passaram a ser sustentados apenas pela mãe, portanto ele mãe e irmãos enfrentaram muitas privações de ordem econômica. Desde o quintal de sua casa no bairro Casa Amarela o menino Paulo Freire sempre foi um bom aluno, dedicado e comprometido. Segundo ele próprio nunca deu maiores trabalhos aos professores. Sua primeira professora foi Eunice Vasconcelos, chamada carinhosamente por Freire de professorinha, ela tia 17 e ele 6 anos de idade respectivamente, Paulo Freire sempre elogiou a citada professora como profissional, assim como pessoa:

Fui criado naturalmente uma intimidade e um gosto com as ocorrências da língua – os verbos seus modos, se us tempos... A professorinha só intervinha quando eu me via em dificuldade, mas nunca teve a preocupação de me, fazer decorar regras gramaticais. Mais tarde ficamos amigos. Mantive um contato próximo com ela, sua família, irmã Débora, eu fui para o exílio e, de lá, me correspondia com Eunice. Tenho impressão de durante dois anos ou três mandei carta para ela. Eunice ficava muito contente. Não se casou. Talvez isso tenha alguma relação, a abnegação, a amorosidade que a gente tem pela docência. Talvez ela tenha agido um pouco como eu: ao fazer da docência o meio da minha vida, eu termino transformando a docência no fim da minha vida. Eunice foi professora do estado, se aposentou, levou uma vida bem normal. Depois morreu, em 1977, eu ainda no exílio. Hoje, a presença dela são saudades, são lembranças vivas. Me faz ate lembrar daquela musica antiga, do Ataulfo Alves: “AI, que saudade da professorinha, que me ensinou o bê á bá”. (Ana Maria Araújo apud Paulo Freire, publicado pela Revista Nova Escola em dezembro de 1994)

Como se vê Paulo Freire desde sedo se destacou no ambiente escolar. Foi sem duvida um daqueles alunos que motiva os docentes a continuar na luta por um país que valorize o sistema educacional, e que consequentemente tenha respeito pala educação de seu povo.

Paulo Freire termina os estudos do ensino fundamental aos 16 anos de idade, nessa fase atrasou os estudos não por falta de dedicação, mas por outras dificuldades, principalmente dificuldades financeiras. Naquele tempo não havia disponibilidade de vagas na escola pública como nos dias de hoje. Sua mãe sempre lutou para manter Paulo freire na escola, mas faltava dinheiro para pagar as mensalidades. As idas e voltas de sua mãe de Jaboatão para Recife em busca de escola para Paulo Freire, foi muito cansativo e até mesmo humilhante, mas valeu a pena como se vê nas palavras de sua última esposa, a biografa Ana Maria de Araújo Freire.

Sua mãe viajava quase todos os dias, de Jaboatão à Recife procurando escolas, ia à colégios e escolas, a resposta era sempre a mesma “não temos a possibilidade de oferecer o ensino gratuito”, por este tempo não existia a “bolsa de estudos”. O “tempo” era de dificuldades. Um dia sua mãe toma uma decisão e diz: “Não retornarei mais a Recife porque o bilhete do trem é muito dinheiro para tirar do orçamento”. Nos dias atuais cerca de um real, e continua “não tenho mais para tirar do orçamento”. Vivia da pequena pensão; seu pai já estava morto; e de bordados que fazia para vender. Bordava enxovais, “para as moças ricas de Jaboatão e Recife”, como dizia Paulo Freire. Algo muito especial aconteceu neste dia que iluminou Paulo Freire e ele diz: “Minha mãe, eu lhe peço mais uma vez, a última vez,

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