Projeto Político Pedagógico
Monografias: Projeto Político Pedagógico. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: juelisse • 22/10/2013 • 1.447 Palavras (6 Páginas) • 238 Visualizações
Em razão disso, todo o projeto pedagógico da escola de certa forma é também um projeto
político por estar inteiramente ligado ao compromisso sócio-político.
No dizer de Nogaro, a ausência de um P.P.P. impossibilita o desenvolvimento
educacional de toda e qualquer escola. É claro que a escola sem ele caminha, mas para aonde?
Na verdade, o político juntamente com o pedagógico é visto como um processo
contínuo de reflexão e discussão dos problemas da escola, tentando assim encontrar meios
favoráveis á efetivação de sua intencionalidade constitutiva, levando assim, todos os membros
da comunidade escolar o exercício da cidadania. Ora, uma das coisas que precisamos saber, é
que não se pode entender a questão política-pedagógica como mecanismos dissociados e/ou
avulsos, quando ambos andam juntos.
O P.P.P. preocupa-se em propor uma forma de organizar o trabalho pedagógico
visando uma superação dos conflitos, buscando rechaçar as relações competitivas, corporativas
e autoritárias. Na tentativa, de acabar com a rotina do mundo interno da instituição.
A maior obrigação da escola é educar e, por falar em educação, sabemos que ela é um
dos fatores responsáveis pela transformação e evolução da sociedade. Portanto, precisa dar a
sua contribuição. Ela ajuda os educandos à “abrir os olhos” no sentido de perceberem e
defenderem seus direitos perante a sociedade, proporcionando-lhes uma maior visão acerca do
que compete a eles desenvolver na sociedade em que estão inseridos. Mais ou menos nessa
linha Gadotti enfatiza o seguinte: “Todos não terão acesso à educação enquanto todos –
trabalhadores e não trabalhadores em educação, estado e sociedade civil – não se interessarem
por ela. A educação para todos supõe todos pela educação” (2001, p.40).
É sabido que o P.P.P. está relacionado com a organização do trabalho pedagógico em
pelo menos dois momentos decisivos, os quais, com base em Ilma citaremos a seguir: “como
organização da escola como um todo e como organização da sala de aula, incluindo sua relação
com o contexto social imitado, procurando observar a visão da totalidade” (1995, p.14).
Entretanto, é necessário entender que o P.P.P. da escola, oferecerá caminhos indispensáveis à
montagem do trabalho pedagógico, que engloba o trabalho do docente na ação interna da sala
de aula já ressaltado acima. Para a organização desse projeto é de suma importância a ação de
todos os que fazem parte do funcionamento da escola, inclusive os pais dos alunos que
freqüentam a mesma. Com isso, fica claro que é preciso agir em conjunto, só assim, é possível
haver um bom funcionamento no dia-a-dia da vida escolar.
Segundo Ilma, para que a construção do P.P.P. seja efetivada não necessariamente se
deve induzir os professores, a equipe escolar e os funcionários a trabalhar mais, mas oferecer
oportunidades que lhes possibilitem aprender a pensar e a moldar o projeto pedagógico da
melhor maneira possível (1995, p.15). Isso nos possibilita entender que a escola não deve
seguir normas impostas pelo poder centralizador, mas sim “caminhar com suas próprias
pernas”. Pois a escola dessa forma, ou seja, seguindo as ordens da elite, passa a ser vista como
inserida na sociedade capitalista, a qual, reflete no seu bojo as determinações e contradições da
sociedade menos favorecida. Sobre isso Gadotti diz: “Existem muitos caminhos, inclusive para
a aquisição do saber elaborado. E o caminho que pode ser válido numa determinada
conjuntura, num determinado local ou contexto, pode não ser em outra conjuntura ou
contexto” (2001, p.40). Em vista disso, podemos concluir que é extremamente necessário que
haja uma cisão entre a imposição da classe dominadora e a organização escolar, e essa ao
nosso ver é uma coisa que já deveria ter sucedido há muito tempo, a escola necessita acordar
para isso e lutar por sua própria autonomia. A esse respeito, Gadotti afirma o seguinte: “todo
projeto supõe rupturas com o presente e promessas para o futuro. Projetar significa tentar
quebrar um estado confortável para arriscar-se, atravessar um período de instabilidade e buscar
uma nova estabilidade em função da promessa que cada projeto contém de estado melhor do
que o presente” (2001, p. 37).
De acordo com a autora deve haver uma digna igualdade entre as classes sociais no
âmbito de acesso e permanência na escola. Isso significa que não se podem favorecer alguns
como normalmente acontece e desmerecer os demais. No olhar de Saviani só será possível
considerar o processo educativo em seu conjunto sob a condição de se distinguir a democracia
como possibilidade no ponto de partida e democracia no ponto de chegada. Caso contrário caise
sempre no mesmo abismo. Nessa perspectiva, a construção do p.p.p torna-se um verdadeiro
instrumento de peleja, ou melhor, é um meio de se opor à fragmentação do trabalho
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